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Estado de Minas

Crise do zika e declara��o desastrada ampliam desgaste do ministro da Sa�de

No governo, h� quem avalie que Castro corre s�rio risco de "morrer pela boca"


postado em 26/01/2016 07:37 / atualizado em 26/01/2016 07:46

 A dificuldade em demitir Marcelo Castro está associada ao risco de impeachment, uma vez que Castro é uma indicação do deputado Leonardo Picciani, líder do PMDB na Câmara(foto: Elza Fiuza/Agência Brasil)
A dificuldade em demitir Marcelo Castro est� associada ao risco de impeachment, uma vez que Castro � uma indica��o do deputado Leonardo Picciani, l�der do PMDB na C�mara (foto: Elza Fiuza/Ag�ncia Brasil)

Bras�lia - O governo avalia que o ministro da Sa�de, Marcelo Castro (PMDB), est� desgastado e vem perdendo as condi��es pol�ticas de permanecer no cargo em raz�o de suas declara��es pol�micas e da inefici�ncia ao tratar do avan�o da dengue e do zika. Nesta segunda-feira, 25, em uma visita � Sala de Situa��o do Distrito Federal para Controle da Dengue, em Bras�lia, o ministro voltou a dizer que o pa�s est� perdendo "feio" a guerra contra o Aedes aegypti.

A express�o, a mesma adotada na sexta-feira, 22, durante evento da Funda��o Oswaldo Cruz, em Teresina, foi considerada infeliz pelo Planalto, sobretudo num momento em que integrantes do governo tentam tra�ar estrat�gia para mobilizar a popula��o no combate ao mosquito. "N�s estamos h� tr�s d�cadas com o mosquito aqui no Brasil e estamos perdendo a batalha feio para o mosquito", disse.

No governo, h� quem avalie que Castro corre s�rio risco de "morrer pela boca". Segundo um interlocutor do Planalto, o ministro j� foi orientado a tomar mais cuidado com suas declara��es. Algo que ele d� mostras de ter dificuldade em colocar em pr�tica. � noite, ap�s mais uma reuni�o no Planalto para debater um plano de combate ao mosquito, ele sugeriu que governos anteriores foram condescendentes na preven��o: "N�s temos 30 anos de conviv�ncia com o Aedes aegypti no Brasil. Sem querer culpar ningu�m, acho que houve uma certa contemporiza��o com o mosquito".

A dificuldade em demiti-lo, por�m, est� associada ao risco de impeachment, uma vez que Castro � uma indica��o do deputado Leonardo Picciani (RJ), l�der do PMDB na C�mara que tem atuado em defesa do governo no Congresso e disputa a recondu��o ao cargo contra o deputado Hugo Motta (PB), aliado do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), respons�vel pela deflagra��o do processo de impeachment. Tamb�m pesa a seu favor o fato de que Castro, apesar de desastrado, � considerado aliado fiel da presidente e um auxiliar em batalhas travadas no Congresso.

Press�o

Mas a cada deslize, que come�ou t�o logo o peemedebista foi indicado para o cargo, o cerco contra ele se fecha e nos bastidores discute-se sua sa�da. Na primeira declara��o, antes mesmo de tomar posse, afirmou ser favor�vel a uma contribui��o sobre movimenta��es financeiras. Ele sugeriu que ela deveria ser cobrada "no d�bito e no cr�dito". Criticado, amenizou o discurso. N�o voltou a falar em economia, mas passou a fazer coment�rios considerados de gosto duvidoso e com potencial de desgaste.

Questionado sobre planejamento familiar em tempos de zika e microcefalia, ele afirmou que "sexo era para amadores; gravidez, para profissionais". H� poucas semanas, disse que "torcia" para que mulheres fossem infectadas pelo zika antes do per�odo f�rtil, como forma de ganhar imunidade antes de a vacina ser desenvolvida.

A falta de freio do ministro nos coment�rios vem acompanhada do descontentamento no governo com a condu��o das medidas contra o avan�o de dengue, chikungunya e zika. A maior preocupa��o � a amea�a do zika, v�rus identificado no ano passado no Pa�s e associado � epidemia de microcefalia, m�-forma��o que pode comprometer o desenvolvimento da crian�a. Castro j� disse ser necess�rio trabalhar para evitar o surgimento de uma "gera��o de sequelados".

Uma das estrat�gias usadas pelo governo foi criar uma Sala Nacional de Coordena��o e Controle para combate ao mosquito e enfrentamento da microcefalia. A meta era visitar at� o fim do m�s "todos os domic�lios" do Pa�s, um objetivo audacioso e que teve de ser adiado para o fim de fevereiro.

A presidente Dilma Rousseff j� deu sinais de n�o estar satisfeita com o trabalho de Castro. Ao sair ontem da reuni�o com Dilma no Planalto, o ministro foi questionado se levou pux�es de orelha por causa das declara��es pol�micas. Castro respondeu que n�o. Segundo ele, a presidente est� t�o preocupada quanto ele em rela��o ao mosquito. "A situa��o � grave, a situa��o � grav�ssima. E nossa obriga��o, como agente p�blico, � dizer, sem meias palavras, o que est� acontecendo", afirmou.


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