O procurador Frederico de Carvalho Paiva, da for�a-tarefa respons�vel pela Opera��o Zelotes, disse nesta ter�a-feira que s�o grandes as dificuldades de provar o pagamento de propinas, principalmente a parlamentares, no caso que apura a suposta compra de medidas provis�rias editadas no governo federal.
Paiva afirmou que os recursos pagos por montadoras para escrit�rios de consultoria respons�veis pelo lobby das MPs no Congresso e na Fazenda foram retirados na boca do caixa, o que impede o rastreamento da trilha do dinheiro. Houve, segundo ele, saques de R$ 1 milh�o.
"Na medida em que voc� tem cash, mochila lotada de dinheiro, voc� n�o consegue rastrear mais. Parlamentar deve ter recebido, mas provar isso � muito dif�cil. A gente vai at� um limite", declarou o promotor, ao deixar a Justi�a Federal no segundo dia de audi�ncias de testemunhas na Zelotes.
O procurador reclamou que o juiz Ricardo Leite, que atuou como substituto na Zelotes, n�o deferiu todas as medidas solicitadas na investiga��o, o que dificultou as apura��es pretendidas. "Atrapalhou, mas faz parte. O entendimento dele � que n�o se pode investigar esse tipo de gente", criticou. O juiz e o procurador travam uma batalha de bastidores, com den�ncias m�tuas sobre a atua��o profissional.
O procurador afirmou que as MPs poderiam ser editadas e aprovadas sem o pagamento de propinas. Os pagamentos, reiterou, foram para acelerar a tramita��o. "Houve uma gra�a, um azeite para a MP andar."
Paiva rebateu cr�ticas do ex-ministro Gilberto Carvalho, que foi chefe de gabinete do ex-presidente Lula, de que a Zelotes tem como alvo preferencial o petista e visa a atingi-lo. "Ele fala o que quer. Ele fala que tamb�m que nos �ltimos oito anos tomaram todas as medidas para beneficiar a popula��o. Deram todas certo, n�o �? Voc� v� a crise econ�mica que est�", afirmou.
Nesta ter�a-feira foram ouvidas tr�s testemunhas no �mbito da Opera��o Zelotes sobre a suposta compra de medidas provis�rias. As defesas buscaram demonstrar que n�o houve corrup��o para favorecer montadoras de ve�culos com as MPs, mas apenas lobby, atividade que n�o tem norma espec�fica no Brasil. "Este � o processo da legaliza��o, ou n�o, do lobby no Pa�s. Quem est� sendo processado � o lobby. Passou da hora de regulamentar", disse Roberto Podval, advogado do lobista Mauro Marcondes e de sua mulher, Cristina Mautoni.