
Alvo de cr�ticas e acompanhado de perto pelo Pal�cio do Planalto por causa das declara��es desastradas sobre o combate ao mosquito Aedes aegypti, causador de dengue, chikungunya e zika, o ministro da Sa�de, Marcelo Castro (PMDB-PI), contabilizou ontem alguns apoios, pelo menos publicamente. Do PMDB, a defesa veio tanto do seu padrinho pol�tico, respons�vel pela indica��o que o levou ao cargo, o l�der Leonardo Picciani (RJ), quanto do advers�rio dele na disputa pela lideran�a do partido na C�mara, Hugo Motta (PB). Embora nos bastidores aliados e governistas estejam “fritando” o ministro, o l�der do governo, Jos� Guimar�es (PT-CE), tamb�m manifestou “confian�a” no peemedebista.
No PMDB, por�m, o apoio n�o � integral e a tend�ncia, segundo o deputado L�cio Vieira Lima (BA), � que com a proximidade das elei��es de 2016, ele perca sustenta��o, pois os parlamentares seriam tamb�m prejudicados pelos problemas na sa�de. “O governo est� queimando o rapaz. Como o estilo do PT � a fritura, o ministro Marcelo vai perder apoio dentro da bancada, porque ningu�m vai ficar apoiando uma coisa que � desgastante”, disse. Lima, por�m, diz que, embora o ministro tenha cometido equ�vocos, a culpa pela situa��o � de Picciani. “Se tem algum s�cio da Dilma em termos de zika, � o Picciani. Ele bancou o ministro em nome de seus interesses pessoais e ela topou negociar com uma coisa sagrada, que � a sa�de.”
P�rolas
H� semanas, Marcelo Castro vem colecionando p�rolas quando abre a boca, como quando culpou as mulheres por contra�rem o zika v�rus ao manter as pernas de fora ou desejou que elas tivessem a doen�a antes do per�odo f�rtil. Ele tamb�m j� disse que o Brasil “perdeu feio a guerra ao Aedes aegypti”e foi obrigado a se desmentir sobre a distribui��o de repelentes, que, inicialmente afirmou que seria para todas as gr�vidas, mas no fim, era apenas para as cadastradas no Bolsa-Fam�lia. Outra bola fora foi nomear para a coordena��o nacional de Sa�de Mental, �lcool e outras Drogas, o colega de profiss�o, psiquiatra Vanencius Wurch, ex-diretor de um dos maiores hosp�cios da Am�rica Latina, a Casa de Sa�de Dr. Eiras. O local foi fechado em 2012 em meio a den�ncias de maus-tratos aos internos.
Picciani disse que h� muita intriga em rela��o ao seu indicado. “H� setores que tentam fabricar uma crise pol�tica que n�o existe atacando o ministro. Ele est� s�lido na sua fun��o e o importante � focar o combate ao Aedes aegypti, essa deve ser a prioridade”, afirmou. Para o l�der peemedebista, Marcelo Castro est� fazendo bem o trabalho e n�o lhe cabe avaliar suas palavras. “Acho que h� um exagero nas interpreta��es. Pegam as coisas n�o necessariamente no contexto adequado”, disse.
Marcelo Castro se licenciou do cargo de deputado federal para assumir o Minist�rio da Sa�de em outubro do ano passado. Logo depois de chegar � pasta, ele j� havia feito uma declara��o pol�mica sobre a CPMF, dizendo que � o “melhor imposto que existe”. Na C�mara, Castro levou uma “tamancada” do presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ao relatar a reforma pol�tica. Cunha disse que faltou “intelig�ncia e perspic�cia pol�tica” ao colega ao propor a redu��o do mandato dos senadores.