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Estado de Minas

'S� assumo minhas responsabilidades', diz Dirceu ao negar indica��o de Duque


postado em 01/02/2016 14:49 / atualizado em 01/02/2016 15:30

(foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil (04/11/2014))
(foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Ag�ncia Brasil (04/11/2014))

O ex-ministro Jos� Dirceu (Casa Civil) disse ao juiz federal S�rgio Moro, durante interrogat�rio a que foi submetido na sexta-feira que 'n�o se pode dizer que escolheu e indicou Renato Duque' para a Diretoria de Servi�os da Petrobras, em 2003. "Mas tamb�m n�o se pode dizer que eu n�o tive participa��o (na escolha de Duque), n�o � da minha �ndole nem da minha hist�ria. Eu assumo minhas responsabilidades, mas eu s� assumo as minhas responsabilidades."

A suposta indica��o de Duque pesa contra Dirceu na a��o penal em que ele � r�u da Opera��o Lava-Jato por corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa. Duque teria sido o bra�o do PT no esquema de propinas instalado na Petrobras, conduzido por Dirceu para o cargo estrat�gico. Diante do juiz Moro, o ex-ministro invocou o depoimento do ex-presidente Lula - recentemente, � Pol�cia Federal, Lula disse que as indica��es para os cargos da Petrobras passavam pela Casa Civil, ent�o sob comando de Dirceu.

"O presidente Luiz In�cio Lula da Silva foi muito claro. Ao final desse processo (de indica��es) eu concordava ou n�o com os nomes apresentados, como � normal em qualquer governo presidencialista. Eu assumo as responsabilidades, mas as responsabilidades que eu tenho, n�o aquilo que eu n�o tenho. Essa lenda (da indica��o de Duque) percorre dez anos da minha vida."

Dirceu enfatizou

"Vou tomar por base o depoimento do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. A indica��o, como em todo governo, vem da base partid�ria, do pr�prio governo, de ministros, da equipe de transi��o. N�o � uma indica��o exclusiva. Isso � uma composi��o pol�tica, como � na Inglaterra, nos Estados Unidos, em Portugal e na Espanha est� acontecendo agora. O papel da Casa Civil � receber todas as indica��es, de todos os Minist�rios, do primeiro escal�o, de todas as empresas estatais ou autarquias para a Casa Civil analisar. H� �rg�os especializados, desde a Abin (Ag�ncia Brasileira de Intelig�ncia) e a pr�pria secretaria-geral da Casa Civil que analisam os antecedentes (do indicado), a compet�ncia t�cnica, a hist�ria na empresa, hist�ria pol�tica, folha corrida, os interesses de forma transparente. Se for assim eu indiquei todos os ministros, todos os diretores das estatais. Tudo passa pela Casa Civil. Se for assim indiquei todos os diretores."

O juiz Moro cortou. "Mas o sr. teve alguma participa��o especial (na indica��o) de Renato Duque?"

"N�o tive nenhuma participa��o especial. S� conheci o dr. Renato Duque depois que ele j� estava (na Diretoria de Servi�os da Petrobras). Ningu�m me procurou, n�o assumi compromisso com ningu�m sobre indica��o de Renato Duque ou de Nestor Cerver� (ex-diretor de Internacional da Petrobras) ou Jos� Eduardo Dutra (ex-presidente da Petrobras). Setores do PSDB, n�o vou dizer que foi o senador A�cio Neves porque ele n�o conversou isso comigo, n�o pediu isso pra mim. A informa��o que chegou � que havia uma indica��o do PSDB em Furnas, ali�s, � p�blico e not�rio no Pa�s, o sr. Dimas Toledo. A indica��o do sr. Renato Duque prevaleceu nesse sentido, n�o porque houvesse uma prefer�ncia (por ele). � porque n�o havia nenhuma �bice t�cnica com rela��o ao comportamento dele como indicado para a diretoria da Petrobras. N�o se pode dizer que eu escolhi, que eu indiquei Renato Duque, mas tamb�m n�o se pode dizer que eu n�o tive participa��o, n�o � da minha �ndole, nem da minha hist�ria. Eu assumo as responsabilidades, mas s� assumo as minhas. E o ex-presidente Lula foi muito claro."

O juiz perguntou a Dirceu se depois da indica��o ele manteve relacionamento com Duque. "Pouqu�ssimo relacionamento. Ele esteve na Casa Civil depois, um ato com v�rios amigos, v�rios empres�rios e diretores de estatais."

O ex-ministro disse que foi ao casamento da filha de Duque porque suas fam�lias s�o praticamente vizinhas h� muitos anos - Dirceu � nascido em Santa Rita do Passa Quatro, Minas, e Duque � da cidade de Cruzeiro, em S�o Paulo, cidades muito pr�ximas.

O ex-ministro confirmou que participou de jantares com Duque enquanto ele era diretor de Servi�os da Petrobras, mas negou tratar de propinas. "Nunca pedi nada ao senhor Renato Duque", afirmou Dirceu.

"Um dos jantares, como est� nos autos, participou o Jo�o Vaccari Neto, que era tesoureiro do PT, meu companheiro de partido. Mas nunca discuti nesses jantares licita��es, comiss�es. As discuss�es eram politicas, sobre a empresa, do ponto de vista sobre a situa��o do petr�leo, do Pa�s, da economia. Nunca tratei com nenhum deles comiss�o."

O ex-ministro negou tamb�m que tenha participado de jantar na casa do operador de propinas Milton Pascowitch, delator da Lava Jato, para tratar de contrato das empresas Hope e Personal - contratadas da Petrobras. As empresas pagariam, segundo o delator Fernando de Moura, um "cala boca" mensal para ele de R$ 30 mil, a pedido de Duque, ap�s o esc�ndalo do mensal�o, para que ele ficasse em sil�ncio.

"N�o � verdade que fui a casa do senhor Milton Pascowitch, que fui discutir revalida��o de contrato da Hope Personal por mais 18 meses. N�o discuti isso naquele jantar, que era mais social."


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