A pol�mica disputa pela lideran�a do PMDB na C�mara ganhou mais um cap�tulo nesta quinta-feira. Agora, o motivo de troca de acusa��es entre aliados do atual l�der, Leonardo Picciani (RJ), que tenta a recondu��o ao posto, e de Hugo Motta (PB), seu rival, � o C�digo de Minera��o, empacado na Casa h� tr�s anos.
Cunha rebateu Quint�o, que, em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", disse que seu relat�rio, que d� nova reda��o ao texto de 1967, est� pronto para vota��o desde o in�cio de 2014, mas n�o foi � vota��o por culpa do presidente da C�mara. "Ele que nunca colocou para votar", afirmou Quint�o mais cedo.
A rea��o de Cunha foi imediata. "Em primeiro lugar, o presidente da C�mara em 2014 era Henrique (Henrique Eduardo Alves, PMDB-RN). Em segundo lugar, Quint�o era relator na comiss�o especial e n�o conseguiu votar na comiss�o por falta de apoio", afirmou Eduardo Cunha.
O atual presidente da C�mara disse ter conversado com Quint�o no ano passado e que comunicou a ele que o destituiria da relatoria da comiss�o especial criada para tocar o novo texto. "Chamei ele em agosto para caf� na minha casa. Comuniquei que iria recriar a comiss�o e ele n�o seria mais relator", afirmou Cunha.
Quint�o diz que foi destitu�do da relatoria do colegiado em retalia��o ao seu apoio a Picciani na disputa pela lideran�a. Em seu lugar, foi nomeado o deputado Laud�vio Carvalho (MG). "Ele n�o consegue votar faz tr�s anos. Essa � a verdade. N�o tem nada a ver com lideran�a", retrucou Cunha, que disse ter colocado o texto na pauta do plen�rio na semana passada a partir do pedido feito da presidente Dilma Rousseff em mensagem ao Congresso.
A troca de acusa��es p�blicas come�ou a partir de reportagem publicada hoje pelo jornal "O Estado de S. Paulo", segundo a qual deputados do grupo de Picciani ir�o procurar o paraibano para propor uma "sa�da honrosa" que n�o desgaste Cunha, interessado em impedir a recondu��o do atual l�der.
Contando com a derrota de Motta, aliados de Picciani, encabe�ados por Quint�o, querem procur�-lo na pr�xima semana para propor que ele desista da disputa para evitar que Cunha seja derrotado no momento em que tenta garantir sua perman�ncia na presid�ncia da C�mara e salvar seu mandato diante das investiga��es da Opera��o Lava Jato. "Quem est� precisando de sa�da honrosa � Quint�o, por isso a pol�mica", reagiu Cunha.
Leonardo Quint�o disse que a escolha de Laud�vio Carvalho para a relatoria de plen�rio "tem tudo a ver" com a disputa pela lideran�a da bancada. Ele confirmou que Cunha o chamou para conversar em agosto do ano passado sobre a recria��o da comiss�o especial, mas disse que em nenhum momento o presidente da Casa informou que pretendia substitu�-lo da fun��o. "Ele n�o est� sendo sincero com a (hist�ria da) conversa", disse.
Quint�o explicou que seu relat�rio j� est� pronto para vota��o em plen�rio e que s� n�o passou pela vota��o na comiss�o porque os parlamentares conclu�ram que poderia seguir direto para o plen�rio. "Com novo relator, vai ter de discutir tudo de novo", afirmou.
O mineiro, que destituiu Picciani no final do ano passado, o enfrentaria na disputa deste ano, mas resolveu apoi�-lo ap�s a entrada de Hugo Motta, disse que n�o cabe a ele colocar um projeto em vota��o e sim ao presidente da C�mara. Ele acredita que a escolha de Laud�vio se deve ao fato do deputado ser o �nico da bancada mineira disposto a votar em Motta, uma vez que o parlamentar � radialista e n�o teria familiaridade com o assunto.
Quint�o voltou a defender que Motta desista da disputa para evitar uma derrota para Cunha. "A derrota ser� pior para Cunha. Estou fazendo um gesto de amigo", provocou.