Dois executivos que foram ligados � OI s�o investigados pela Lava-Jato

Dois outros executivos que foram ligados � operadora de telefonia OI est�o entre os investigados da Opera��o Lava-Jato, no inqu�rito que tem como alvo a atua��o de Jos� Zunga Alves de Lima, ex-sindicalista do PT, como suposto elo da empreiteira Andrade Gutierrez com o governo federal. A OI colocou uma antena para celulares na zona rural de Atibaia, ao lado do S�tio Santa B�rbara, usado pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, em 2011 - um ano ap�s a compra do im�vel.

A for�a-tarefa da Lava-Jato suspeita que a antena instalada ao lado da propriedade rural tenha sido "um favor" para Lula. A torre de retransmiss�o de sinal foi erguida em 2011, mesmo ano em que OAS e Odebrecht s�o investigadas por terem feito suposta reforma no s�tio como compensa��o por contratos no governo. O im�vel foi comprado em 2010 e registrado em nome dos empres�rios Jonas Suassuna e Fernando Bittar - filho do ex-prefeito de Campinas Jac� Bittar (PT) -, ambos s�cios do filho mais velho do ex-presidente.

Zunga � amigo de Lula e atuou com a Gamecorp, empresa do filho mais velho do ex-presidente F�bio Luis Lula da Silva, o Lulinha. Em 2005 a Andrade Gutierrez - uma das controladoras da Oi at� o ano passado - investiu R$ 5 milh�es na Gamecorp.

Em outubro de 2015, a Pol�cia Federal chegou a pedir a pris�o tempor�ria de Zunga, mas a medida cautelar foi negada pelo juiz federal S�rgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato, em primeiro grau.

Tanto Zunga como os dois executivos da Oi sob investiga��o s�o contatos da Andrade Gutierrez com o governo federal no setor de telefonia e outras �reas. Os executivos s�o Jos� Luiz Neffa Sim�o, que foi diretor de Rela��es Comerciais da OI, e Jo�o de Deus Pinheiro Macedo, diretor de Planejamento do Oi, segundo a PF. Sim�o prestava servi�os por meio de sua empresa e Macedo est� aposentado.

Ambos surgiram nessa nova linha de investiga��o da Lava Jato ap�s an�lise dos telefones apreendidos na casa de Ot�vio Marques Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez e respons�vel pelo setor de telefonia do grupo. Ele foi preso em 19 de junho de 2015, alvo da Opera��o Erga Omnes, e liberado para cumprir pris�o domiciliar no in�cio do m�s, ap�s fechar acordo de dela��o premiada com o Minist�rio P�blico Federal.

No telefone de Ot�vio Azevedo, um dos interlocutores � "Jos� Luiz Sim�o", prov�vel Jos� Luiz Neffa Sim�o, diretor de Rela��es Governamentais da Oi, informa a PF.

Em uma das conversas eles citam "Vaccari", poss�vel men��o ao ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto, preso desde abril de 2015, em Curitiba, acusado de ser operador de propinas do partido no esquema de corrup��o na Petrobr�s.

Na representa��o em que pediu a pris�o de Zunga, a PF escreveu que na conversa citada "h� men��o de que uma certa 'remessa' destinada a 'Vacari' (Jo�o Vaccari Neto) estaria sendo questionada e por conta disso n�o estaria ocorrendo um 'repasse'".

O outro executivo que aparece no relat�rio com conversas destacadas com Ot�vio Marques � o ex-diretor de Planejamento Executivo da Oi, Jo�o de Deus. Seu nome aparece no aparelho do presidente afastado da Andrade Gutierrez como "JDeus", onde tamb�m est�o registradas conversas.

Citados

A empresa Oi informou, via assessoria de imprensa, que n�o vai se pronunciar sobre o caso. Jos� Luiz Sim�o e Jo�o de Deus Macedo n�o foram localizados para comentar o assunto. Jos� Zunga Alves de Lima, procurado pela reportagem, n�o atendeu �s liga��es. O Instituto Lula tem reiterado, via assessoria de imprensa, que o ex-presidente n�o � dono do S�tio Santa B�rbara, mas confirma que o petista frequenta a propriedade rural.