
O juiz federal S�rgio Moro, respons�vel pela investiga��o da Lava-Jato, sugeriu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que ou�a os delatores da opera��o sobre desvio de recursos p�blicos para campanhas eleitorais do PT. Em of�cio encaminhado � Corte eleitoral, em outubro do ano passado, mas tornado p�blico neste domingo, Moro afirmou que h� provas de que houve repasse a candidaturas do partido em troca de contratos da Petrobras. O esquema seria mascarado como doa��es eleitorais oficiais e tamb�m entregue como caixa dois.
Documentos de 10 a��es penais em primeira inst�ncia da investiga��o foram encaminhados ao TSE para subsidiar um dos quatro processos que podem resultar na cassa��o dos mandatos da presidente Dilma Rousseff e do vice, Michel Temer. A informa��o foi publicada ontem no site da revista Veja.
No documento, Moro � categ�rico. “Destaco que na senten�a prolatada na a��o penal 5012331-04.2015.404.7000 reputou-se comprovado o direcionamento de propinas acertadas no esquema criminoso da Petrobras para doa��es eleitorais registradas.” No processo citado, a Justi�a Federal entendeu que o diret�rio nacional do PT recebeu propina de R$ 4,26 milh�es, entre 2008 e 2012.
O destino do dinheiro il�cito era a Diretoria de Servi�os da Petrobras, comandada na �poca por Renato Duque — preso e condenado pelos crimes de corrup��o passiva e lavagem de dinheiro. Seria ele quem repassava o dinheiro ao partido por empresas de Augusto Ribeiro de Mendon�a Neto com aval do ex-tesoureiro petista Jo�o Vaccari Neto.
S�rgio Moro tamb�m indicou caminhos para que o TSE verifique a acusa��o dos autores da a��o: o PSDB e a Coliga��o Muda Brasil, do senador tucano A�cio Neves (MG), candidato derrotado no segundo turno das elei��es presidenciais em 2014. Em uma das a��es de investiga��o judicial eleitoral, Dilma e Temer s�o acusados de abuso de poder pol�tico e econ�mico com “gastos acima do limite” e “recebimento de doa��es oficias de empreiteiras contratadas pela Petrobras como parte de distribui��o de propinas”.
O doleiro Alberto Youssef relatou em acordo de colabora��o premiada que Dilma e o ex-presidente Lula tinham conhecimento do esquema criminoso na Petrobras. O empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, declarou ter sido pressionado a fazer doa��es de R$ 7,5 milh�es � campanha de reelei��o da presidente, em 2014, pelo ministro da Secretaria de Comunica��o Social, Edinho Silva, ent�o tesoureiro da petista. Ele nega.