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Estado de Minas

Colabora��o da Camargo Corr�a levou a nova opera��o da PF

Somente no Estado de Goi�s foi detectado desvio de cerca de R$ 630 milh�es, considerando-se somente trechos executados na constru��o da Ferrovia Norte-Sul


postado em 26/02/2016 10:26

A Opera��o "O Recebedor", que investiga um esquema de corrup��o envolvendo grandes empreiteiras na constru��o das ferrovias Norte-Sul e de Integra��o Oeste e-Leste (Fiol), foi feita a partir de informa��es obtidas pela Opera��o Lava-Jato nos acordos de colabora��o firmados pela Camargo Corr�a e seus executivos.

As investiga��es revelaram pr�tica de cartel e lavagem de dinheiro il�cito, obtido por meio de superfaturamento das obras p�blicas. Somente no Estado de Goi�s foi detectado desvio de cerca de R$ 630 milh�es, considerando-se somente trechos executados na constru��o da Ferrovia Norte-Sul. Odebrecht, Queiroz Galv�o, Mendes Junior, Serveng e Constran est�o entre as empreiteiras investigadas nessa opera��o.

Nos depoimentos de colabora��o, os executivos da Camargo Corr�a entregaram provas contra o ex-presidente da Valec, a estatal das ferrovias, Jos� Francisco das Neves, o Juquinha. Ele foi afastado do cargo em 2011, por suspeita de corrup��o, na "faxina" da presidente Dilma Rousseff. Conforme as colabora��es, teria recebido R$ 800 mil em propina. A PF cumpre mandado de busca e apreens�o em endere�os de Juquinha. Indicado � presid�ncia da Valec em 2003 pelo PR - partido do deputado federal Valdemar Costa Neto (SP), seu padrinho pol�tico -, ele precisou do aval do ex-senador Jos� Sarney (PMDB-AP) para assumir o cargo na estatal.

A Camargo, que � alvo da Lava-Jato, j� anunciou acordos de colabora��o com o Minist�rio P�blico Federal e o Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade), por meio dos quais se comprometeu a pagar mais de R$ 800 milh�es.

Os investigadores conclu�ram que empreiteiras realizavam pagamentos regulares, atrav�s de contratos simulados, a um escrit�rio de advocacia e mais duas empresas sediadas no estado de Goi�s, indicadas por Juquinha, usadas como fachada para maquiar origem l�cita para o dinheiro proveniente de fraudes em licita��es p�blicas.

Os delatores da Camargo forneceram provas documentais e indicaram testemunhas contra outras empresas e pessoas que tamb�m teriam participado do esquema criminoso apurado pela "O Recebedor". O nome da opera��o � refer�ncia � defesa apresentada por Juquinha na opera��o intitulada "Trem pagador". Seus advogados alegaram que, "se o trem era pagador, o alvo n�o era o recebedor". Juquinha foi preso na ocasi�o.

As investiga��es da Trem Pagador come�aram quando a Procuradoria da Rep�blica em Goi�s fazia levantamento para pedir � Justi�a a indisponibilidade de bens de Juquinha, investigado por inflar pre�os da obra da Ferrovia Norte-Sul quando presidente da Valec, beneficiando empreiteiras. O trabalho mostrou que um vasto patrim�nio, avaliado em R$ 60 milh�es, estava em nome do ex-dirigente, parentes e laranjas.

Os 51 mandados da Opera��o "O Recebedor" est�o sendo cumpridos no Paran�, Maranh�o, Rio de Janeiro, S�o Paulo, Minas Gerais, Goi�s e Distrito Federal. N�o h� ordens de pris�o, apenas de condu��o coercitiva (sete) e de busca e apreens�o (44). Em dezembro, a PF fez a primeira opera��o resultado de investiga��es da Lava Jato, a Cr�tons, que teve como foco a extra��o e comercializa��o ilegal de diamantes em terras dos �ndios cinta-larga, em Rond�nia. A Lava-Jato investiga esquema de corrup��o na Petrobras.

Obras


A Fiol � um projeto de 1.527 km de extens�o que corta o Estado da Bahia, para escoamento de gr�os e min�rios. Conforme reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo em setembro passado, a obra j� consumiu R$ 3 bilh�es e ainda n�o foi conclu�da. Na ocasi�o, a estatal Valec, respons�vel pela constru��o, acumulava d�vida de R$ 600 milh�es com fornecedores. A Ferrovia Norte-Sul � um projeto dos anos 1980 e foi iniciada no governo de Jos� Sarney (1985-1990). Na �poca, o ent�o sindicalista Luiz In�cio Lula da Silva dizia que era uma obra para ligar "nada a lugar nenhum". Anos depois, a ferrovia virou uma das vitrines do governo do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC). O projeto, que foi ampliado por Lula, prev� ligar A�ail�ndia, no Maranh�o, at� Rio Grande, no Rio Grande do Sul.

Em A�ail�ndia ela se interliga, hoje, com a Ferrovia dos Caraj�s e vai at� S�o Luiz. O governo quer construir outro bra�o at� Barcarena (PA), um percurso de 477 km com investimento estimado de R$ 3,7 bilh�es. A parte j� constru�da, com recursos p�blicos, vai de A�ail�ndia at� An�polis (GO). H� outro trecho praticamente pronto, de An�polis at� Estrela d’Oeste (SP), uma obra de 682 km estimada em R$ 3,38 bilh�es. Foi uma obra bancada com recursos do PAC, mas que ser� entregue � explora��o pela iniciativa privada mediante concess�o.


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