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Estado de Minas

Em mais um movimento de press�o ao governo, PT vai propor confer�ncia econ�mica


postado em 26/02/2016 11:16

A dire��o do PT vai levar � pauta da reuni�o do diret�rio nacional no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira, 26, e s�bado, 27, a proposta de organizar uma confer�ncia econ�mica do partido. O f�rum seria um projeto paralelo ao Programa Nacional de Emerg�ncia, cujo texto foi adiantado pela reportagem.

"O programa de emerg�ncia � para lidar com a quest�o imediata do problema fiscal do Pa�s. A confer�ncia seria um encontro com espa�o para um debate mais amplo sobre os rumos da economia brasileira", afirmou Marcio Pochmann, presidente da Funda��o Perseu Abramo, ao Broadcast Pol�tico.

A funda��o, que � o bra�o intelectual da legenda, foi chamada pela dire��o para auxiliar no debate econ�mico, com propostas para curto, m�dio e longo prazos. "O PMDB, que tem a Vice-Presid�ncia, fez seu projeto 'Ponte para o Futuro', nada mais natural que o PT tamb�m contribua com diretivas sobre a pol�tica econ�mica", afirmou Pochmann.

O documento mencionado pelo presidente da Perseu Abramo foi apresentado no ano passado, em meio �s crescentes especula��es de impeachment de Dilma Rousseff. O programa peemedebista, patrocinado por Michel Temer, trouxe uma s�rie de propostas liberais que confrontam diretamente as pautas da base sindical do PT. O documento fala, por exemplo, da flexibiliza��o de leis trabalhistas.

Mas mais que um contraponto ao PMDB, as propostas petistas para a economia t�m se mostrado opostas aos direcionamentos recentes do pr�prio governo Dilma Rousseff. O atrito � tal que a presidente considera n�o participar da festa de anivers�rio de 36 anos do PT na noite de s�bado, a reuni�o do diret�rio. A festa para 3 mil pessoas, com bateria da Portela, � anunciada h� semanas pela legenda, com a divulga��o da presen�a de Dilma e do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva.

Oficialmente, a dire��o partid�ria e interlocutores pr�ximos a Lula dizem que o objetivo do partido � contribuir de forma propositiva com Dilma. Na pr�tica, o governo enfrentar� press�o crescente do seu pr�prio partido. Pochmann refor�a essa linha propositiva, mas admite que h� um desconforto da legenda com as medidas de ajuste do governo Dilma, como o an�ncio de contingenciamento do or�amento. O corte veio com a proposta de gatilhos caso limites de gastos n�o sejam cumpridos. Um deles atinge diretamente uma bandeira dos governos do PT: a suspens�o do reajuste do sal�rio m�nimo acima da infla��o.

"O car�ter social, que � o sentido do PT, de certa maneira n�o tem sido parte da discuss�o da economia at� agora", afirma Pochmann.

Propostas � esquerda


O Programa Nacional de Emerg�ncia, que tamb�m est� na pauta da reuni�o do diret�rio, traz sugest�es como o uso de reservas internacionais para a cria��o de um fundo de desenvolvimento e emprego, al�m de falar da "radicaliza��o" dos mecanismos de distribui��o de renda. Outros temas pol�micos que comp�em o programa s�o a redu��o de taxa de juros e a recria��o da CPMF. Dilma j� se posicionou de forma contr�ria ao uso das reservas e uma interven��o maior sobre a atua��o do Banco Central deixaria o mercado ainda mais desconfiado com o governo.

J� a confer�ncia traria outros temas com olhar desenvolvimentista, como propostas para a 'reindustrializa��o' da economia brasileira - que suscitaria o debate da volta de incentivos fiscais -, a melhoria na qualidade de postos de trabalho no setor de servi�os e formas de ampliar a discuss�o econ�mica para "al�m do trip� macroecon�mico", como afirmou Pochmann ao argumentar que o debate precisa sair da discuss�o b�sica em torno de pol�ticas fiscal, monet�ria e cambial.

"Podemos ir al�m, discutir como resgatar a ind�stria, j� que o Brasil voltou a ser essencialmente uma economia de produtos prim�rios; como aumentar a inclus�o da base da pir�mide social com melhoria da qualidade dos postos de trabalho na �rea de servi�os e tamb�m a quest�o da sustentabilidade ambiental", afirmou M�rcio Pochmann. "A confer�ncia pode ter o papel de organizar melhor a complexidade da situa��o atual do Brasil e trazer projetos para os pr�ximos anos."

Oxigenada

O economista, de linha desenvolvimentista como a presidente Dilma, diz que a proposta discutida at� aqui n�o inclui trazer debatedores de linha ortodoxa - para ele "neoliberal". "Seria mais dentro dessa perspectiva (desenvolvimentista). Afinal, a outra (ortodoxa) j� se conhece t�o bem, est� t�o exposta. Precisamos de uma oportunidade para dar uma 'oxigenada'."

O presidente da funda��o questiona a efetividade de perseguir um super�vit prim�rio, t�o cobrado pelo mercado financeiro, e cita o caso do Canad�, como um pa�s que j� determinou que ter� d�ficit "por v�rios anos". Perguntado se a situa��o brasileira n�o � diferente por ser uma economia em desenvolvimento e menos est�vel que a canadense, Pochmann rebateu: "No ano passado o Brasil teve d�ficit nominal de 10% do PIB e ainda foi o quarto a receber investimentos estrangeiros diretos, alguma coisa a� n�o bate".

A proposta de realizar a confer�ncia ainda depende de aprova��o na reuni�o do diret�rio. Idealmente, ela seria realizada no primeiro semestre, para evitar o per�odo mais "agitado" das elei��es municipais. Pochmann se disse otimista com a aprova��o da ideia. "Acho que tem converg�ncia para se aprovar uma proposta dessa natureza, n�o vejo grandes obst�culos, mas posso estar enganado."


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