Confirmada a sa�da de Jos� Eduardo Cardozo do Minist�rio da Justi�a, o seu substituto ter� a prerrogativa de indicar um novo diretor-geral da Pol�cia Federal. O atual diretor, Leandro Daiello, est� no comando da PF desde janeiro de 2011 por escolha de Cardozo. O diretor da PF � subordinado ao ministro da Justi�a e atua como seu secret�rio.
O n�mero de a��es cresceu substancialmente de 2011 para c�, quando Daiello implementou um m�todo para agilizar as opera��es. Saltou de 252, em 2010, para 516 no ano passado.
Tamb�m foi na gest�o de Daiello que foram deflagradas opera��es como a Porto Seguro, que teve como alvo Rosemary Noronha, ent�o chefe de gabinete do escrit�rio da presid�ncia da Rep�blica em S�o Paulo e amiga �ntima do ex-presidente Lula; e a Monte Carlo, que investigou esquema envolvendo o empres�rio de jogos Carlinhos Cachoeira e atingiu v�rios pol�ticos.
Com atua��o discreta, Daiello n�o costuma se manifestar publicamente a respeito das investiga��es. Quebrou o sil�ncio no ano passado em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo no momento em que Cardozo tamb�m amea�ava deixar o governo pelas press�es que vinha sofrendo do PT.
O pr�prio Daiello tamb�m � alvo de ataques de petistas que acusam a PF de perseguir o partido e seus dirigentes. Um epis�dio marcou a passagem do diretor da PF. Ele aguardava na antessala para ser recebido pelo ministro Cardozo quando um grupo de deputados no mesmo local conversava sobre o assunto que iriam tratar com o ministro na audi�ncia. Eles combinavam pedir a sa�da de Daiello sem saber que o diretor estava na mesma sala acompanhando como um an�nimo a conversa.
Na entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Daiello afirmou que a troca do ministro ou do diretor da PF n�o alteraria em nada o trabalho que est� sendo realizado. "Se o ministro vai ou n�o ficar � uma quest�o que afeta o Minist�rio da Justi�a e a Presid�ncia, n�o a PF. A PF � uma institui��o s�lida, seguir� sua vida com Cardozo ou sem Cardozo, com Daiello ou sem Daiello. N�s temos uma estrutura que se consolidou nos �ltimos anos, uma doutrina de pol�cia, de investiga��o, e uma cultura de pol�cia de Estado e de pol�cia legalista", afirmou, em julho do ano passado. "A PF � controlada pela lei. N�s cumprimos a lei e ningu�m vai aceitar inger�ncia pol�tica aqui. Pressionar o ministro da Justi�a para influenciar, evitar, coibir qualquer a��o da PF n�o � uma possibilidade. Pensar nesse sentido � premeditar o cometimento de um crime."