
A inten��o do PT e dos movimentos sociais de organizar manifesta��es no pr�ximo domingo para disputar espa�o as ruas com os manifestantes pr�-impeachment de Dilma p�s o Planalto e lideran�as do pr�prio partido em sinal de alerta. O acirramento nos �nimos a partir da condu��o coercitiva do ex-presidente Lula e das frases proferidas pelo pr�prio petista de que “a jararaca est� viva” refor�aram o temor de que as cenas de viol�ncia protagonizadas por militantes de lado a lado em S�o Bernardo do Campo e no aeroporto de Congonhas na sexta-feira ganhem contornos incontrol�veis. Enquanto Dilma se reuniu com o n�cleo duro do governo temendo confrontos, o presidente nacional do PSDB, senador A�cio Neves (MG) disparou contra o PT, criticando o fato de o partido ter convocado mobiliza��es para o mesmo dia. “Tenho certeza de que os movimentos que apoiam o PT poder�o fazer a mesma coisa, no tempo certo, num outro momento e, obviamente, espero que as lideran�as l�cidas entendam que aquilo que atinge hoje o PT n�o pode ser transferido para a popula��o e a sociedade brasileira”, afirmou em Belo Horizonte, anunciando a sua presen�a nas ruas, sem antecipar em que cidade participar�.
No Congresso, os l�deres do PT na C�mara e no Senado — Afonso Florence (BA) e Paulo Rocha (PA), respectivamente — tentam diminuir a fervura da milit�ncia. Rocha entende que os petistas de bom senso n�o devem sair �s ruas no domingo, mantendo o cronograma de manifesta��es para os dias 18 e 31.
Dilma e o chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, reuniram-se ontem para discutir os riscos do pr�ximo domingo. Wagner tamb�m foi escalado para conversar com lideran�as peemedebistas. O partido aliado realiza conven��o no s�bado e o governo teme um desembarque, que aumentaria a instabilidade do Executivo.
Dilma, no entanto, contribuiu ontem para acirrar os �nimos, ao refor�ar que houve exageros na �ltima sexta. “N�o havia necessidade de levar o Lula para depor sob vara”, protestou a petista, acrescentando: “a oposi��o est� dividindo o pa�s”, protestou.
O PT est� dividido. “Temos que fazer as nossas pr�prias manifesta��es. Atos como os realizados na frente da Rede Globo no fim de semana n�o nos ajudam”, disse Paulo Rocha, lembrando os casos de viol�ncia e vandalismo contra a emissora. O deputado distrital Chico Vigilante avisou que o PT brasiliense far� um grande ato na Torre de TV, no domingo, mesmo hor�rio em que os manifestantes pr�-impeachment estiverem na Esplanada. “Sempre fomos acusados de viol�ncia, sempre apanhamos da oposi��o, sem fazer nada. Vamos, agora, disputar palmo a palmo as ruas com eles”, disse Vigilante, garantindo, no entanto, que a orienta��o � evitar confrontos f�sicos.
Convoca��o
O senador A�cio Neves voltou a convocar a popula��o para ir �s ruas neste domingo, argumentando que a manifesta��o seria importante para pressionar pelo que chamou de “sa�da para o impasse” para o governo Dilma. “Estaremos convidando os brasileiros para estarem nas ruas mostrando a sua indigna��o, a sua constata��o de que a presidente Dilma perdeu as m�nimas condi��es de governar o Brasil, de nos tirar da crise em que estamos mergulhados”, afirmou. Segundo ele, a “sa�da” seria “dentro daquilo que prev� a Constitui��o”.
De acordo com A�cio, n�o ser� o PSDB que decidir� o que j� apontou como “desfecho”, em refer�ncia � suposta sa�da de Dilma. “Se a presidente vai sair pelo impeachment, pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), as institui��es, e no �ltimo caso ela pr�pria, que v�o definir esse desfecho. Cabe a n�s da oposi��o proteger as nossas institui��es e garantir que n�o sofram qualquer constrangimento, como passou a tentar o PT nos �ltimos dias, atacando a Lava-Jato, atacando o juiz Moro, a Pol�cia Federal, o Minist�rio P�blico quando deveria estar dando respostas aos brasileiros”, afirmou.
“No dia 13, os brasileiros estar�o pacificamente indo �s ruas para dizer o que pensam sobre a atual crise econ�mica”, disse. “� preciso que as lideran�as pol�ticas deste pa�s tenham compreens�o do momento por qual passamos e n�o invistam no acirramento dos �nimos”, acrescentou, referindo-se � mobiliza��o dos apoiadores do governo. “Estamos vivendo a mais profunda crise econ�mica de nossa hist�ria contempor�nea, obra do governo do PT, j� com um quadro social dram�tico para milh�es de brasileiros”, anunciou, que tamb�m clamou contra o que denominou de crise moral: “A quest�o do PT hoje diz respeito � Justi�a. Cabe ao PT responder �s acusa��es sucessivas que recaem sobre as principais lideran�as”, salientou.