
Interlocutores do Pal�cio do Planalto asseguram que a reforma permanece como prioridade para a presidente, mas n�o descartam algum atraso em fun��o do ambiente pol�tico. "N�o se faz uma reforma desse porte sem que haja ambiente para tal", disse uma fonte pr�xima � presidente.
A percep��o da viabilidade pol�tica ficar� mais clara com o avan�o do cronograma de debates do F�rum da Previd�ncia, formado por representantes do governo, trabalhadores e empres�rios para definir uma proposta.
Enfraquecimento
A aprova��o de mudan�as nas regras para a aposentadoria � a principal estrat�gia do ministro Barbosa para o reequil�brio das contas p�blicas no futuro. E uma mudan�a nessa decis�o seria interpretada como um sinal de enfraquecimento do ministro num momento em que o PT pede por mudan�as na pol�tica econ�mica, repetindo o que ocorreu com o ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy.
Sem a sinaliza��o para os gastos com a Previd�ncia, a reforma fiscal apresentada pela equipe econ�mica, que inclui um teto para o gasto, fica sem o alicerce, de acordo com fontes da �rea econ�mica.
Os interlocutores da �rea econ�mica admitem, no entanto, que o fator pol�tico agravado pelo depoimento de Lula na sexta-feira passada pode acabar modificando o "timing" do envio da proposta, embora a presidente tenha concordado em levar adiante a reforma. "N�o d� para ser autista e fingir que n�o tem uma crise pol�tica", admitiu uma fonte do Minist�rio da Fazenda.
Quando assumiu o cargo, no fim do ano passado, a inten��o do ministro manifestada em entrevistas era a de concluir a proposta em janeiro, o que n�o ocorreu pela resist�ncia do ministro da Previd�ncia, Miguel Rossetto. Ele � um dos principais entraves � mudan�a, o que tem levado ao descr�dito da estrat�gia do ministro Nelson Barbosa pelos analistas do mercado financeiro.
Em negocia��o
Barbosa e sua equipe correm para concluir, na pr�xima semana, a proposta de reforma fiscal e de alongamento da d�vida dos Estados com a Uni�o. A inten��o � enviar as duas mudan�as no mesmo projeto que altera a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A proposta est� em fase final de negocia��o com os governadores.
O sinal de mudan�as no atendimento da pauta petista j� pode ser sentido com os an�ncios dos �ltimos dois dias, que incluem maior oferta de cr�dito pela Caixa Econ�mica Federal, redu��o de taxas dos financiamentos do BNDES e maior ajuda aos Estados quebrados - medidas que v�o na contram�o do ajuste fiscal. Lula era, nos �ltimos meses, a principal voz a pedir mudan�as na pol�tica econ�mica.