Bras�lia - As chances de haver uma unidade em torno de um documento que defendesse a independ�ncia do PMDB em rela��o ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas n�o bancasse o rompimento imediato com o governo, foram reduzidas - se n�o anuladas - em menos de 24 horas. Animada pela expectativa de ser alcan�ado um recorde de p�blico nas manifesta��es antigoverno previstas para este domingo, a ala oposicionista do partido reuniu-se no final da tarde de ontem para escrever uma nova nota, mais dura, cobrando o desembarque imediato a partir da conven��o nacional da sigla, no s�bado, 12.
Ainda pela manh�, o grupo tratava de ajustar a nota costurada por peemedebistas defensores de uma sa�da mais ponderada. O documento que estava sendo costurado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e pelo senador Romero Juc� (RR), com aval do vice-presidente Michel Temer (SP), proporia um distanciamento mais lento entre PMDB e governo, come�ando pela libera��o de seus parlamentares para votar contra Dilma no Congresso, n�o s� no impeachment, mas em todas as mat�rias, inclusive as das pauta econ�mica.
No in�cio da tarde, os oposicionistas come�aram a discutir a apresenta��o de uma mo��o propondo uma autoconvoca��o de nova conven��o em 30 dias para votar o desembarque, j� que o edital do encontro deste s�bado n�o prev� a vota��o do rompimento.
J� no come�o da noite, o discurso mais radical voltou a ganhar for�a. O grupo antigoverno se disse pressionado pelas "bases do partido" e animado com informa��es dos movimentos de rua, que relataram aos deputados que, de quarta para quinta-feira, a expectativa de p�blico nas manifesta��es por todo o Pa�s aumentou consideravelmente.
"A gente avan�ou, refluiu e agora avan�amos de novo. Pol�tica n�o � uma ci�ncia exata. Temos que resolver esse momento grave e isso n�o � f�cil", disse Perondi.
A ala que tenta preservar alguma rela��o com o governo informou que continuar� dialogando com os oposicionistas em busca de uma solu��o "meio termo". "A gente continua conversando. Conversa e caldo de galinha n�o fazem mal a ningu�m", disse o ex-ministro Moreira Franco, presidente da Funda��o Ulysses Guimar�es e bra�o direito de Temer.
Defensor do rompimento, o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu a discuss�o de alguma proposta relacionada ao desembarque do governo. "Qual vai ser o resultado, n�o sei. Mas que alguma coisa disso vai ser votada, n�o tenho d�vida. Tem que debater", afirmou Cunha.