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Estado de Minas

'Fico chateado de ver delegado da PF se preocupar com pedalinho', queixa-se Lula


postado em 14/03/2016 14:31 / atualizado em 14/03/2016 14:55

S�o Paulo, 14 - O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva afirmou � Opera��o Lava Jato, em depoimento coercitivo prestado no dia 4 de mar�o, que fica 'chateado de ver um delegado de Pol�cia Federal se preocupar com pedalinho'. O petista se referiu aos brinquedos encontrados no s�tio Santa B�rbara, em Atibaia, usado por ele e sua fam�lia.

A propriedade � alvo de investiga��o da for�a-tarefa da Lava Jato. Os procuradores suspeitam que empreiteiras que formaram cartel para esquema de corrup��o na Petrobras entre 2004 e 2014 bancaram reformas milion�rias do s�tio e tamb�m de um tr�plex no Condom�nio Solaris, no Guaruj�.

"Eu fico chateado de ver um delegado de Pol�cia Federal se preocupar com pedalinho (inintelig�vel)", afirmou Lula.

"Eu s� tenho uma preocupa��o aqui, � lhe dar oportunidade para o senhor responder isso", disse o delegado da PF que interrogou o petista.

"� o pedalinho", retrucou o ex-presidente.

Os dois pedalinhos do lago do s�tio, que custaram R$ 5.600, foram encomendados e pagos pelo subtenente do Ex�rcito Edson Antonio Moura Pinto, que trabalha na Assessoria Especial da Presid�ncia destacado para atender o ex-presidente.

A nota fiscal foi emitida pela Ipe Fibra de Vidro Ltda, localizada em S�o Louren�o, Minas Gerais. O documento indica local para entrega dos pedalinhos Estrada Clube da Montanha, Atibaia, endere�o do s�tio Santa B�rbara, que o Minist�rio P�blico suspeita pertencer a Lula - o que � negado por sua defesa.

Durante o depoimento, o delegado da PF questionou: "O senhor tem conhecimento se a dona Marisa ou algum familiar seu comprou algum bem como, volto a dar o exemplo, o barco, e mandou entregar no s�tio?"

"N�o sei", respondeu Lula.

"Recentemente foi noticiado que tinha pedalinhos com inscri��es", afirmou o delegado.

"Ela comprou, certamente que ela comprou", disse Lula.

"E o barco…", afirmou o delegado.

O ex-presidente respondeu. "Certamente que a dona Marisa adoraria ver os netos dela e outras crian�as que fossem l� possivelmente passear naquilo".

O s�tio est� em nome de Fernando Bittar - filho do ex-prefeito de Campinas Jaco Bittar (PT) - e do empres�rio Jonas Suassuna, s�cio de um dos filhos de Lula. A fam�lia do ex-presidente usa frequentemente o s�tio, que foi totalmente reformado em 2011, ap�s sua compra.

Durante o depoimento, a defesa de Lula fez uma interven��o. "Se a linha de investiga��o � que o s�tio � do presidente e n�o dos reais propriet�rios, isso � prova documental, ou seja, o senhor tem a� a escritura, o senhor tem o cheque que comprou o s�tio. O fato de frequentar, de ter pedalinho, de ter barco? N�s somos profissionais do Direito, isso n�o transfere propriedade, isso a imprensa pode explorar, mas n�s, operadores do direito, n�o podemos explorar isso."

O delegado da Pol�cia Federal afirmou que aquela era uma 'oportunidade' para que Lula esclarecesse a quest�o.

A defesa do ex-presidente questionou o delegado. "Qual seria o crime que o senhor estaria investigando por ter um barco e um pedalinho?"

"O mesmo que eu falei desde o in�cio, que apura o registro da propriedade do s�tio, e aqui o ex-­presidente est� esclarecendo…", respondeu o delegado.

"Eu fico, acho que n�o � legal, eu fico constrangido de voc� me perguntar de pedalinho e de me perguntar de um barco de 3 mil reais, sinceramente eu fico…", disse Lula.

"H� uma quest�o muito importante nessa resposta agora, delegado", afirmou a defesa do petista.

"Eu acho que dep�e contra, n�o sei, dep�e contra mim. Fica bem pra Veja, mas desde ent�o…", disse Lula.

O delegado prosseguiu. "Eu s� estou lhe dando oportunidade de esclarecer o que tem sido publicado e o que realmente � verdade."

A defesa alegou. "Delegado, uma quest�o s�, uma quest�o, � que na ordem das perguntas h� uma mistura temporal, por exemplo, ele falou que s� soube em janeiro, a� o senhor pergunta do pedalinho e tal, como se aquilo fosse � �poca, antes de ele sair da presid�ncia. Ent�o isso poder�, amanh�, numa tradu��o, imaginar o seguinte: ele, presidente, sabia que havia pedalinho como se fosse dentro da �poca que ele n�o tinha conhecimento. Ent�o s� vamos tentar esclarecer, deixar nas perguntas pra ficar explicado isso tamb�m, correto?"

"Sim. Todo momento que pode haver esse tipo de d�vida ou confus�o temporal, os senhores t�m toda a liberdade de pedir pra que seja esclarecido", disse o delegado.

"Vou s� deixar esclarecido ent�o que a quest�o do pedalinho e do barco � bem posterior, � coisa de 1, 2 anos atr�s, n�o se misturando com os fatos que eram de 2010, final de 2010, 2011?, retrucou a defesa.

"E a imprensa foi atr�s da nota do pedalinho", disse Lula.

"Sim, sim. Mas esse � o momento para a gente esclarecer. E os senhores t�m toda a liberdade de pedir pra que seja esclarecido", registrou o delegado.

"Eu fico chateado de ver um delegado de Pol�cia Federal se preocupar com pedalinho (inintelig�vel)", afirmou Lula.

"Eu s� tenho uma preocupa��o aqui, � lhe dar oportunidade para o senhor responder isso", disse o delegado da PF que interrogou o petista.

"� o pedalinho", retrucou o ex-presidente.

Em trecho seguinte, a defesa afirma. "� o que eu acho, doutor, me desculpe, a quest�o da propriedade, quer dizer, ent�o existe uma escritura do s�tio onde constam duas pessoas, "Ah, quem pagou?", na escritura consta o cheque que pagou, ent�o se tem esse caminho, quer dizer, a menos que haja algum tipo de v�cio nessas declara��es, o fato de ter um pedalinho, de ter um barco, de ter o que for l� dentro, n�o pode tornar o ex­presidente propriet�rio. Ent�o, eu acho que, assim, o que eu pediria � que n�s pelo menos lev�ssemos em considera��o que h� esses documentos, que s�o p�blicos, t�m f� p�blica, certo? Ent�o fazer perguntas em torno de aspectos que n�o podem contribuir…"

"Doutor, as perguntas que est�o sendo feitas � para esclarecer justamente documentos que ainda n�o foram esclarecidos e isso s� ajuda ao seu cliente a esclarecer. Isso chama ampla defesa. Ent�o se eu estou com uma d�vida e eu estou conduzindo uma investiga��o, eu sou obrigado a perguntar, o seu cliente n�o � obrigado a responder", prosseguiu o delegado.

"Eu sei disso, eu s� estou colocando esta quest�o pra lembrar ao senhor de que h� esses documentos que t�m f� p�blica…", disse a defesa.

"Agora, se eu n�o responder mais � porque eu me sinto envergonhado de falar no pedalinho", afirmou Lula.


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