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Estado de Minas

Atos foram produzidos e expressivos, mas n�o mudam agenda do governo, diz Wagner

Ministro da Casa Civil reconhece vigor dos protestos, destaca que elas foram "patrocinadas" e descarta avan�o do impeachment como "solu��o para crise"


postado em 14/03/2016 15:25 / atualizado em 14/03/2016 15:29

Bras�lia, 14 - Ap�s a indecis�o sobre qual posicionamento o governo deveria adotar em rela��o �s manifesta��es que ocorreram ontem, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, recebeu no in�cio da tarde desta segunda-feira, 14, em duas rodadas, grupos de jornalistas para declarar a opini�o do governo Dilma Rousseff sobre os atos.

Apesar de reconhecer o vigor dos protestos, o ministro garantiu que a agenda do governo n�o muda e destacou o fato de as manifesta��es terem sido "patrocinadas".

"H� o reconhecimento de que a manifesta��o foi vigorosa, e h� o reconhecimento que, das �ltimas, foi a mais produzida, com envolvimento de federa��es e empresas", afirmou, destacando que isso "n�o tira o valor" dos protestos.

Para o ministro, "o bom ou mau humor" da rua tem a ver com o bom ou mau humor da economia e, apesar de dizer que o governo n�o tem solu��o m�gica para a crise, salientou que "o impeachment n�o � rem�dio nem para crise econ�mica nem impopularidade".

O ministro recha�ou ainda a compara��o das manifesta��es de ontem com os protestos que pediam as Diretas J� e disse que essa an�lise "� absolutamente indevida" e que era outro momento. "Nas diretas ningu�m patrocinou", disse. "S�o naturezas diferentes, numericamente n�o sei, mas do ponto de vista motivacional � totalmente diferente."

Na maior manifesta��o da hist�ria do Pa�s, milh�es de brasileiros foram �s ruas ontem, em pelo menos 239 cidades nas cinco regi�es, pedir a sa�da da presidente Dilma.

De acordo com institutos de pesquisa, Pol�cia Militar e historiadores consultados pelo

jornal O Estado de S. Paulo

, os atos p�blicos de ontem superaram em ades�o as manifesta��es das Diretas J� (movimento pelo fim da ditadura entre 1983 1984) e do movimento conhecido como Junho de 2013 (s�rie de protestos desencadeada pelo aumento do pre�o das passagens do transporte p�blico).

Wagner destacou que h� um claro foco de insatisfa��o com o governo e insistiu que o perfil dos que foram protestar era "claramente oposicionista" e provavelmente de eleitores do senador tucano A�cio Neves (PSDB-MG), derrotado por Dilma nas elei��es.

Apesar disso, o ministro salientou que os protestos mostraram a nega��o da pol�tica, at� porque "os parlamentares da oposi��o n�o tiveram benepl�cito". "Quem achou que ia faturar, n�o faturou", afirmou.

Para o ministro, os atos de domingo d�o mais responsabilidade para quem est� no comando das institui��es e aumentam a preocupa��o no sentido de que eles n�o apontam uma solu��o e, �s vezes, partem para um ataque pessoal. "Mesma press�o que a rua faz contra corrup��o tem que fazer pela reforma pol�tica. Essa era a bandeira que deveria ser levantada, sen�o n�o muda nada", afirmou.

Ao destacar que a classe pol�tica foi o principal alvo de insatisfa��o, Wagner afirmou ainda que o juiz S�rgio Moro, que comanda a Opera��o Lava Jato "tra�ou um plano de criminaliza��o da pol�tica". "O rei da festa foi o Moro".

Economia

O ministro disse que o governo n�o existe "guinada" na pol�tica econ�mica. Jaques Wagner descartou a possibilidade de o governo usar as reservas para fazer investimentos. "Se for o caminho, ser� para pagar d�vida, mas n�o h� nenhuma decis�o a respeito", afirmou ele, explicando que isso "tem uma l�gica".

E emendou: "essa perspectiva de queima de reservas para investimento, essa hip�tese est� descartada. A outra hip�tese, para abater d�vida federal, � uma reflex�o, mas n�o tem decis�o tomada", justificou.

Na entrevista, o ministro informou que a expectativa � de que at� dia 30 de mar�o seja conclu�da renegocia��o da d�vida dos Estados e munic�pios, al�m das d�vidas com o BNDES. "� para dar f�lego l� na ponta", disse ele, ao explicar que, al�m da renegocia��o das d�vidas, o governo pretende dar prosseguimento a obras do Programa de Acelera��o do Crescimento, com objetivo de aumentar o emprego.

"Para animar a economia tem de botar obra p�blica para rodar porque ela emprega, gira mercado e aumenta a massa salarial", justificou o ministro, insistindo que "n�o tem m�gica". Segundo ele, "para chegar no desenvolvimento que a gente quer, temos de continuar fazendo esse processo de ajuste fiscal".

Justi�a

Ap�s o imbr�glio envolvendo o comando do Minist�rio da Justi�a, Jaques Wagner negou que exista a possibilidade de ele assumir o comando da pasta. "N�o vou para Minist�rio da Justi�a, s� coloco o meu chap�u onde minha m�o alcan�a", afirmou, ressaltando que � preciso ter algu�m que domine o tema. "N�o h� essa hip�tese", refor�ou.

O nome de Wagner come�ou a ser cotado para a Justi�a ap�s a proibi��o pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou que Wellington C�sar Lima e Silva mantivesse tamb�m o posto de procurador do Estado da Bahia, e tamb�m por causa das especula��es em torno do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva voltar a ocupar um lugar no Planalto.

Wagner negou que tenha sido "trapalhada" do governo a nomea��o de Lima e Silva no lugar de Jos� Eduardo Cardozo e disse que era uma interpreta��o do governo. "Foi uma interpreta��o, tanto que havia outros 20 procuradores com outros cargos", disse. "Mas isso n�o se discute mais. Vamos aguardar posicionamento dele", afirmou o ministro, destacando que Lima e Silva deve dar uma resposta ao governo at� amanh�.

Procurador no Estado da Bahia, Lima e Silva j� tomou posse, mas de acordo com a decis�o do STF, tomada na quarta-feira passada, tem 20 dias para tomar uma decis�o se deixa o cargo na Bahia para permanecer no governo da presidente Dilma Rousseff.


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