Bras�lia, 15 - Em acordo de colabora��o premiada, o senador Delc�dio do Amaral (MS) afirmou que o ex-presidente Luiz In�cio da Silva e o ex-ministro Antonio Palocci atuaram na compra do sil�ncio do operador do mensal�o, Marcos Val�rio Fernandes de Souza. A negocia��o teria custado entre R$ 110 milh�es e R$ 220 milh�es, pagos por empreiteiras do esquema de corrup��o na Petrobras - revelado pela Opera��o Lava Jato.
"Havia conversas muito fortes ao longo da campanha de 2008 (disputa municipal) de que os pagamentos estavam sendo por (para) Marcos Val�rio no exterior, em suas contas ou de terceiros, que n�o sabe se os valores foram de 220 milh�es, pois ouviu que foi em torno de R$ 110 milh�es, que possivelmente foram as grandes empreiteiras ligadas � Lava Jato que fizeram tais pagamentos", disse Delc�dio - que est� licenciado do PT - em depoimento.
O senador ainda registrou que "tais empresas (...) eram os grandes doadores" "A estrat�gia mais f�cil era desta forma", disse. Tal informa��o surgiu de v�rias origens, de dentro e fora do PT e inclusive no meio empresarial, que isto era bastante disseminado", adicionou Delc�dio.
A informa��o consta no termo de colabora��o n�mero 3 referentes ao anexo 4 cujo t�tulo � "Participa��es de Lula e Palocci na compra do sil�ncio de Marcos Val�rio no Mensal�o." Delc�dio prestou um depoimento de nove p�ginas sobre o assunto, no dia 12 de fevereiro de 2016, sete dias antes de ser solto pelo ministro Teori Zavascki.
No relato, Delc�dio conta que soube das negocia��es com Val�rio porque foi presidente da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) dos Correios, que investigou entre 2005 e 2006, o esquema do mensal�o. "Ao longo das investiga��es, Marcos Val�rio pediu uma conversa reservada com o depoente, ainda durante os trabalhos da CPI (...)", disse.
Ainda segundo Delc�dio, o encontro com Val�rio aconteceu em Bras�lia, no dia 14 de fevereiro de 2006, no apartamento de uma funcion�ria do Senado identificada como Cleide.
Da conversa, somente teriam participado Val�rio e o s�cio dele, Rog�rio Tolentino. O operador do mensal�o teria pedido um ressarcimento e feito uma amea�a. "Se estas coisas n�o forem resolvidas, se a situa��o est� ruim, vai ficar pior ainda", teria dito Val�rio a Delc�dio.
O senador contou que repassou o recado a Lula uma semana depois da conversa com Val�rio. "Ademais, quando marcou, j� disse que era urgente, que Lula n�o falou nada, ficou constrangido e 'branco'. Que o depoente percebeu que Lula ficou 'mal', quando ouviu aquilo, mas n�o comentou nada. Que o depoente apenas se despediu e saiu", diz o depoimento de Delc�dio.
O senador deu mais detalhes. Contou que, ap�s a conversa com Lula, o ent�o ministro da Justi�a, M�rcio Thomaz Bastos (morto em 2014)), ligou para ele. Na sequ�ncia, foi a vez do ent�o ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
Segundo Delc�dio, Palocci teria dito que "o presidente ficou puto da vida com o que voc� disse" e que, ele, Palocci iria "resolver pessoalmente aquilo". "Que Palocci ligou para que o depoente (Delc�dio) sa�sse de cena", registra o depoimento do senador.