
Segundo o ex-l�der do governo, o ministro da Educa��o, Alo�sio Mercadante, tentou interferir nas investiga��es tentando demov�-lo de falar.
Janot est� em Paris para um evento sobre coopera��o internacional para o combate � corrup��o na Organiza��o para a Coopera��o e o Desenvolvimento Econ�mico (OCDE). Na chegada, o procurador-geral n�o evitou a imprensa, mas questionado se abriria novo inqu�rito para investigar as den�ncias de ontem, afirmou: "Sobre esse assunto eu n�o vou falar".
Em seu breve discurso na Conven��o Anticorrup��o da OCDE, Janot destacou que o Brasil, como um dos pa�ses signat�rios da conven��o, "segue de perto" as reuni�es desde 2009, eventos que definiu como um "instrumento de peso para trocar experi�ncias e contatos".
Sem mencionar nenhuma investiga��o espec�fica, o procurador-geral destacou a import�ncia da conven��o. "Isso se revelou de grande import�ncia quando o Brasil p�de obter informa��es na primeira grande acusa��o criminal contra uma empresa brasileira. Tratava-se da corrup��o de um caso de corrup��o de autoridades brasileiras", lembrou.
Janot disse ainda que o Estado brasileiro tem aperfei�oado os instrumentos de luta contra a corrup��o. "Aprovamos a lei de corrup��o de empresas, lei relativa � responsabilidade civil e administrativa em mat�ria de corrup��o. Tamb�m fizemos uma forma��o para funcion�rios p�blicos para identificar e combater a corrup��o transnacional", enumerou.
O procurador-geral destacou ainda que o Minist�rio P�blico Federal e a Controladoria-Geral da Uni�o trabalham de forma mais estreita "com o objetivo de identificar e traduzir em Justi�a os casos de corrup��o transnacional e impedir o vazamento de informa��es e documentos sobre um dos mais graves casos de corrup��o da hist�ria do Brasil".
Minist�rio da Justi�a
O procurador-geral defendeu seu ex-subordinado Eug�nio Arag�o, nomeado nesta semana ao Minist�rio da Justi�a. Arag�o foi apontado por um relat�rio da Pol�cia Federal de 2005 por supostamente atuar para convencer as autoridades americanas a n�o repassar documentos sobre a queda de sigilo banc�rio de uma empresa do publicit�rio Duda Mendon�a, ent�o suspeito de participa��o no mensal�o, nos Estados Unidos.
Janot disse conhecer bem o caso e ter certeza de que Arag�o, que ocupava o cargo de subprocurador-geral da Rep�blica, n�o atrapalhou o mensal�o. "O fato que foi referido, que aconteceu em 2005, eu conhe�o bem. O MPF conseguiu documentos na procuradoria de Nova York, e ele (Arag�o) foi diretamente designado pelo procurador-geral para se inteirar e depois circularizar esses documentos de maneira que pud�ssemos us�-los como prova no processo brasileiros", afirmou.
Para Janot, a interven��o de Arag�o foi correta e preservou a utilidade das provas para a Justi�a. "Tinha uma determinada autoridade que n�o era do Minist�rio P�blico Federal, de outro �rg�o, que simplesmente pegou esses documentos, colocou embaixo do bra�o e queria trazer para o Brasil. Ou seja, iria viciar a prova", afirmou.
Arag�o assumiu o cargo na segunda-feira, dia 14, em substitui��o a Wellington C�sar Lima e Silva, que havia sido empossado 11 dias antes. Ele n�o p�de permanecer no cargo por decis�o do Superior Tribunal Federal (STF), que decidiu que Lima e Silva n�o poderia acumular o cargo de ministro com o de procurador do Estado da Bahia.
Reuni�o
O procurador-geral chegou � capital francesa vindo de Helsinque, na Finl�ndia, onde participou de uma reuni�o do Comit� Executivo da Associa��o Internacional de Procuradores (IAP).
Mas desta vez Janot e Vladimir Aras, secret�rio de Coopera��o Jur�dica Internacional da PGR, n�o se encontraram com a procuradora nacional financeira, �liane Houlette, chefe do Minist�rio P�blico Financeiro da Fran�a, como aconteceu em abril de 2015.
Ainda nesta quarta, Janot ser� um dos painelistas na OCDE, mas seu discurso acontecer� a portas fechadas.
Do evento em Paris tamb�m participa o procurador-geral su��o Michael Lauber, com quem a PGR brasileira negocia a coopera��o internacional por meio da quebra de sigilos banc�rios e o envio de documentos � opera��o Lava Jato.
Janot e Lauber se reencontrar�o nesta quinta-feira, 17, em Berna, quando da �ltima etapa da turn� europeia do procurador-geral brasileiro, na Su��a.