S�o Paulo - O juiz S�rgio Moro afirmou nesta quinta-feira n�o ver problemas no fato de o di�logo entre o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff na v�spera ter sido interceptado horas ap�s a sua ordem determinando a interrup��o da quebra do sigilo telef�nico de Lula. "Nem mesmo o supremo mandat�rio da Rep�blica tem um privil�gio absoluto no resguardo de suas comunica��es, aqui colhidas apenas fortuitamente", assinalou o magistrado em despacho na manh� desta quinta-feira, 17.
Na conversa, a presidente Dilma afirma que j� estaria mandando o documento da posse de ministro ao ex-presidente. Nesta quinta-feira, contudo, a presidente recha�ou em seu discurso qualquer insinua��o de que o di�logo teria conte�do "n�o republicano" e afirmou que o documento encaminhado a Lula n�o tinha a assinatura dela e, portanto, n�o configuraria a posse de Lula como ministro, o que foi efetivado nesta manh�.
"N�o � ainda o caso de exclus�o do di�logo considerando o seu conte�do relevante no contexto das investiga��es, conforme j� explicitado na decis�o do evento 135 e na manifesta��o do MPF do evento 132", segue o magistrado no despacho, citando sua decis�o desta quarta-feira suspendendo o sigilo das intercepta��es. Na decis�o, Moro pondera que h� em alguns di�logos "aparentemente" uma tentativa "em tentar influenciar ou obter aux�lio de autoridades do Minist�rio P�blico ou da Magistratura em favor do ex-presidente".
Moro ponderou, no entanto, que "n�o h� nenhum ind�cio nos di�logos ou fora deles de que estes citados teriam de fato procedido de forma inapropriada e, em alguns casos, sequer h� informa��o se a inten��o em influenciar ou obter interven��o chegou a ser efetivada".
O juiz destacou na decis�o de quarta-feira ainda que fez essas refer�ncias apenas para deixar claro que as aparentes declara��es pelos interlocutores em obter aux�lio ou influenciar membros do Minist�rio P�blico ou da Magistratura "n�o significa que esses �ltimos tenham qualquer participa��o nos il�citos, o contr�rio transparecendo dos di�logos".