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Estado de Minas

Lula divulga carta aberta na qual diz que espera justi�a

''Nos oito anos em que exerci a presid�ncia da Rep�blica (...) tive oportunidade de demonstrar apre�o e respeito pelo Judici�rio'', escreveu


postado em 17/03/2016 21:55 / atualizado em 17/03/2016 22:10

(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
  O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, que teve sua posse de ministro da Casa Civil suspensa nesta quinta, 17, divulgou carta aberta na qual diz esperar por justi�a.

Leia a �ntegra:

Carta aberta do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva

Creio nas institui��es democr�ticas, na rela��o independente e harm�nica entre os Poderes da Rep�blica, conforme estabelecido na Constitui��o Federal.

Dos membros do Poder Judici�rio espero, como todos os brasileiros, isen��o e firmeza para distribuir a Justi�a e garantir o cumprimento da lei e o respeito inarred�vel ao estado de direito.


Creio tamb�m nos crit�rios da impessoalidade, imparcialidade e equil�brio que norteiam os magistrados incumbidos desta nobre miss�o.

Por acreditar nas institui��es e nas pessoas que as encarnam, recorri ao Supremo Tribunal Federal sempre que necess�rio, especialmente nestas �ltimas semanas, para garantir direitos e prerrogativas que n�o me alcan�am exclusivamente, mas a cada cidad�o e a toda a sociedade.

 

Nos oito anos em que exerci a presid�ncia da Rep�blica, por decis�o soberana do povo - fonte primeira e insubstitu�vel do exerc�cio do poder nas democracias - tive oportunidade de demonstrar apre�o e respeito pelo Judici�rio.

N�o o fiz apenas por palavras, mas mantendo uma rela��o cotidiana de respeito, di�logo e coopera��o; na pr�tica, que � o crit�rio mais justo da verdade.

Em meu governo, quando o Supremo Tribunal Federal considerou-se afrontado pela suspeita de que seu ent�o presidente teria sido v�tima de escuta telef�nica, n�o me perdi em considera��es sobre a origem ou a veracidade das evid�ncias apresentadas.

Naquela ocasi�o, apresentei de pleno a resposta que me pareceu adequada para preservar a dignidade da Suprema Corte, e para que as suspeitas fossem livremente investigadas e se chegasse, assim, � verdade dos fatos.

Agi daquela forma n�o apenas porque teriam sido expostas a intimidade e as opini�es dos interlocutores.

Agi por respeito � institui��o do Judici�rio e porque me pareceu tamb�m a atitude adequada diante das responsabilidades que me haviam sido confiadas pelo povo brasileiro.

Nas �ltimas semanas, como todos sabem, � a minha intimidade, de minha esposa e meus filhos, dos meus companheiros de trabalho que tem sido violentada por meio de vazamentos ilegais de informa��es que deveriam estar sob a guarda da Justi�a.

Sob o manto de processos conhecidos primeiro pela imprensa e s� depois pelos diretamente e legalmente interessados, foram praticado atos injustific�veis de viol�ncia contra minha pessoa e de minha fam�lia.

Nesta situa��o extrema, em que me foram subtra�dos direitos fundamentais por agentes do estado, externei minha inconformidade em conversas pessoais, que jamais teriam ultrapassado os limites da confidencialidade, se n�o fossem expostas publicamente por uma decis�o judicial que ofende a lei e o direito.

N�o espero que ministros e ministras da Suprema Corte compartilhem minhas posi��es pessoais e pol�ticas.

Mas n�o me conformo que, neste epis�dio, palavras extra�das ilegalmente de conversas pessoais, protegidas pelo Artigo 5º. da Constitui��o, tornem-se objeto de ju�zos derrogat�rios sobre meu car�ter.

N�o me conformo que se palavras ditas em particular sejam tratadas como ofensa p�blica, antes de se proceder a um exame imparcial, isento e corajoso do levantamento ilegal do sigilo das informa��es.

N�o me conformo que o ju�zo personal�ssimo de valor se sobreponha ao direito.

N�o tive acesso a grandes estudos formais, como sabem os brasileiros. N�o sou doutor, letrado, jurisconsulto. Mas sei, como todo ser humano, distinguir o certo do errado; o justo do injusto.

Os tristes e vergonhosos epis�dios das �ltimas semanas n�o me far�o descrer da institui��o do Poder Judici�rio. Nem me far�o perder a esperan�a no discernimento, no equil�brio e no senso de propor��o de ministros e ministras da Suprema Corte.

Justi�a, simplesmente justi�a, � o que espero, para mim e para todos, na vig�ncia plena do estado de direito democr�tico.

Luiz In�cio Lula da Silva


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