Bras�lia – As cr�ticas do ex-presidente Fernando Henrique Cardozo ao governo Dilma e ao ex-presidente Lula geraram rea��o nesse domingo (20) de aliados e da oposi��o. O advogado-geral da Uni�o, Jos� Eduardo Cardozo, e lideran�as governistas do Congresso criticaram as declara��es do tucano, que defendeu o impeachment como o caminho da supera��o da crise. Ele chamou os grampos que envolveram Lula de “coisa de chefe de bando” e ainda classificou a nomea��o dele para a Casa Civil como “golpe palaciano”. Embora tenha ressaltado ter um “grande respeito” pelo ex-presidente, Cardozo disse lamentar a sua posi��o. “Ele tem um passado de defesa da democracia. E que desconhece (que) impeachment sem fato imput�vel a presidente n�o pode acontecer no regime presidencialista. Portanto, s� tenho a lamentar essa posi��o do ex-presidente”, disse o ministro, um dos auxiliares mais pr�ximos de Dilma.
“O governo do presidente Lula deu de 10 a 0 no governo dele”, afirmou. “Com todo esse massacre midi�tico, Lula � o melhor ex-presidente da hist�ria do pa�s”, completou. Para Guimar�es, as cr�ticas de FHC � atitude de soberba e preconceito de um soci�logo que n�o se conforma de que o governo de um analfabeto foi melhor do que o dele.
O l�der do PT na C�mara, Afonso Florence (BA), disse que as declara��es do ex-presidente tucano s�o inoportunas e equivocadas. O petista destacou que se FHC quisesse mesmo ter uma postura de estadista, n�o estaria colocando “gasolina na fogueira” da crise ao se alinhar com os insensatos que n�o t�m qualquer compromisso com o pa�s. “Infelizmente, FHC est� menor do que o palet� que usa”, disse. Florence afirmou ainda n�o haver motivos jur�dicos para afastar Dilma por crime de responsabilidade. Ele destacou que o ex-presidente conclama, dessa forma, o desrespeito ao voto popular porque a atual presidente foi reeleita com 53 milh�es de votos e n�o pode ser retirada a partir de protestos populares do domingo (13). “O PSDB tem que rever seus compromissos com a democracia”, avaliou.
ALCKMIN O governador Geraldo Alckmin disse ontem que concorda integralmente com FHC. “Concordo em g�nero, n�mero e grau com o que disse o presidente Fernando Henrique Cardoso. Precisamos virar a p�gina e retomar a esperan�a”, afirmou Alckmin, que afirmou ainda que o Brasil sair� fortalecido do impeachment. J� o l�der dos tucanos na C�mara, Antonio Imbassahy (BA), disse que as declara��es de FHC coincidem “completamente” com a bancada de deputados do partido. Ele afirmou que o quadro pol�tico, econ�mico e as investiga��es da Opera��o Lava-Jato avan�aram tanto que n�o � poss�vel esperar uma decis�o do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), corte em que tramita processos movidos pelo PSDB que pretende cassar a chapa Dilma-Temer e que poderia levar ainda este ano a novas elei��es. “O cronograma do impeachment � mais r�pido que o do TSE”, reconheceu.
Ministro do STF critica Moro
O ministro Marco Aur�lio Mello, do Supremo Tribunal Federal, fez duras cr�ticas � conduta do juiz S�rgio Moro, que comanda a Opera��o Lava-Jato. Em entrevista ao portal Sul21, de Porto Alegre, ele disse: “Ele n�o � o �nico juiz do pa�s e deve atuar como todo juiz. Houve essa divulga��o por terceiro de sigilo telef�nico (Dilma e Lula). Isso � crime, est� na lei. Ele simplesmente deixou de lado a lei. Isso est� escancarado. N�o se avan�a culturalmente atropelando a ordem jur�dica, principalmente a constitucional”. Sobre a Lava-Jato, Mello afirmou: “Nunca vi tanta dela��o premiada, essa postura de corr�u querendo colaborar com o Judici�rio. Eu nunca vi tanta pris�o preventiva como n�s temos no Brasil em geral. A popula��o carcer�ria provis�ria chegou praticamente ao mesmo patamar da definitiva, em que pese a exist�ncia do princ�pio da n�o culpabilidade. Tem alguma coisa errada. N�o � por a� que n�s avan�aremos e chegaremos ao Brasil sonhado”.