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Estado de Minas

Lava-Jato bate recorde de bloqueio em contas na Su��a

O esquema de desvios na Petrobras � o maior esc�ndalo de corrup��o j� identificado no sistema financeiro do pa�s europeu, superando casos envolvendo ditadores de longa data ou o recente epis�dio da Fifa


postado em 21/03/2016 08:49 / atualizado em 21/03/2016 09:21

Genebra - Com mais de mil contas a serem investigadas e o maior volume de dinheiro j� bloqueado pelas autoridades locais, o Minist�rio P�blico da Su��a criou a maior opera��o anticorrup��o de sua hist�ria e uma for�a-tarefa pr�pria para investigar os crimes ligados � Opera��o Lava-Jato. O esquema de desvios na Petrobras � o maior esc�ndalo de corrup��o j� identificado no sistema financeiro do pa�s europeu, superando casos envolvendo ditadores de longa data ou o recente epis�dio da Fifa.

Local de dep�sito de um ter�o da fortuna mundial privada, a Su��a tem em seus bancos cerca de US$ 2,8 trilh�es em ativos. Nos escrit�rios da procuradoria em Lausanne e em Berna, o caso envolvendo a estatal brasileira vem ocupando um espa�o consider�vel.

A complexidade das estruturas banc�rias montadas para esconder o dinheiro elaborada por empresas e pol�ticos brasileiros fez os su��os darem um tratamento in�dito � investiga��o. Al�m de mais de cinco procuradores, a Lava-Jato su��a vai contar com analistas forenses do mercado financeiros, especialistas em coopera��o internacional, membros da pol�cia criminal e funcion�rios da administra��o federal.

O grupo ter� a fun��o de examinar e tentar tra�ar a origem e destino de milhares de movimenta��es banc�rias em mais de mil contas. Para complicar a tarefa, os ativos est�o espalhados por mais de 40 bancos diferentes em Genebra, Zurique e Lugano. Para um dos procuradores envolvidos na investiga��o, os dados j� coletados s�o a "caixa-preta de um dos maiores esc�ndalos de corrup��o que j� foi identificado no mundo".

Por ora, mais de US$ 800 milh�es j� foram bloqueados em conex�o com a Lava-Jato. Parte desses recursos estava vinculada a ex-diretores da Petrobras, empresas controladas pela empreiteira Odebrecht, doleiros, intermedi�rios de diferentes partidos brasileiros e pol�ticos como o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Esses valores congelados superam todos os demais casos j� investigados pelos su��os. At� hoje, o recorde havia sido o congelamento em 1998 de US$ 650 milh�es em nome de Ferdinand Marcos, das Filipinas, em pre�os atualizados. Nos anos 90, o ditador nigeriano Sani Abacha teve US$ 620 milh�es bloqueados nos bancos su��os.

O ex-ditador eg�pcio Hosni Mubarak, derrubado na Primavera �rabe, foi vinculado a US$ 410 milh�es congelados pelas autoridades do pa�s europeu. Mais recentemente, o esc�ndalo de corrup��o da Fifa levou � suspeita sobre cerca de 110 contas, com US$ 80 milh�es bloqueados em dezembro - um d�cimo do que j� foi descoberto relacionado � Lava-Jato, como comparou uma fonte do Minist�rio P�blico em Berna.

Padr�es


No caso brasileiro, os investigadores su��os identificaram alguns padr�es e peculiaridades. Contas de pol�ticos, empresas e intermedi�rios mudaram de bancos depois de um determinado tempo e doleiros chegavam a ter os c�digos para movimentar os recursos.

A rede de contas ainda faz parte do inqu�rito sobre os pagamentos da Odebrecht, por meio de empresas offshore. O que tamb�m fica claro � a prefer�ncia do suspeitos por "trusts", uma estrutura legal autorizada pelas leis locais, mas que acabam sendo usadas para esconder os verdadeiros donos de contas.

Diante das descobertas, a Su��a tamb�m passou a investigar suas pr�prias institui��es, para avaliar se n�o houve coopera��o indevida ao abrir centenas de contas de pessoas cuja renda oficial n�o justificava os dep�sitos feitos nos bancos. Pelo menos tr�s institui��es financeiras est�o sendo alvo de inqu�ritos, inclusive pela ag�ncia de regula��o dos bancos.

� reportagem, a Associa��o de Bancos Su��os confirmou que as institui��es foram instru�das a n�o aceitar mais qualquer abertura de contas de diretores da Petrobras ou de empresas fornecedoras da estatal.

Coopera��o


Dos 28 pa�ses envolvidos nas investiga��es da Lava-Jato, o Minist�rio P�blico brasileiro confirmou que os su��os t�m sido os que mais cooperam, um contraste com um pa�s que, at� pouco tempo, se recusava a reconhecer a transmiss�o de documentos e extratos banc�rios para a Justi�a estrangeira. A partir de abril, procuradores brasileiros e su��os v�o se reunir tamb�m por videoconfer�ncia.

A disposi��o dos su��os para ajudar n�o ocorre por acaso. Michael Laub, procurador-geral em Berna, tem sido pressionado a dar respostas a esc�ndalos envolvendo a Su��a e viu no caso da Lava-Jato uma "oportunidade" de mostrar ao mundo que o pa�s mudou.


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