Rio, 21 - O presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani, afirmou nesta segunda-feira, 21, que os peemedebistas fluminenses levar�o � reuni�o do diret�rio nacional do partido uma posi��o conjunta sobre rompimento ou n�o com o governo, com base no "novo quadro pol�tico". No PMDB, o diret�rio do Rio sempre foi o mais pr�ximo da presidente Dilma Rousseff. Nas �ltimas semanas, no entanto, adotou um discurso mais cauteloso.
"Nossa posi��o ser� expressa com naturalidade e clareza. Para n�s, sempre foi n�tido que o argumento das pedaladas fiscais n�o se sustentava (para o impeachment da presidente Dilma), que n�o havia crime de responsabilidade. O quadro hoje � bastante diferente, surgiram quest�es mais melindrosas. Temos que formar uma decis�o baseada no ponto de vista majorit�rio da sociedade", afirmou Picciani, pai do l�der do partido na C�mara, Leonardo Picciani.
Jorge Picciani diz que o PMDB-RJ seguir� a determina��o do diret�rio nacional. "Temos grande apre�o a presidente e vamos continuar a ter. Mas somos do PMDB, n�o do PT. Leonardo est� no PMDB desde os 15 anos de idade, est� no quarto mandato, deve obedi�ncia ao PMDB e seguir� o que for majoritariamente decidido", afirmou. Na sexta-feira, 19, o ex-ministro Moreira Franco, um dos peemedebistas mais pr�ximos do vice-presidente Michel Temer, afirmou que o diret�rio nacional votar� pelo rompimento com o governo.
A crise pol�tica se acentuou depois de a presidente nomear o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, investigado na Opera��o Lava Jato, para a chefia da Casa Civil. O juiz S�rgio Moro, da Justi�a Federal do Paran�, autorizou a divulga��o de uma s�rie de conversas telef�nicas de Lula, inclusive com a presidente Dilma, e os governistas acusaram o magistrado de extrapolar suas atribui��es. Oposi��o e investigadores da Lava Jato acusam Dilma de ter levado Lula para o governo a fim de garantir ao ex-presidente foro privilegiado e transferir a investiga��o da Justi�a paranaense para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Desde meados do ano passado, os Picciani se aproximaram da presidente Dilma. Leonardo negociou com a presidente a nomea��o dos ministros da Sa�de, Marcelo Castro, e de Ci�ncia e Tecnologia, Celso Pansera, e o governo trabalhou pela reelei��o de Leonardo na lideran�a da bancada. Para ajudar na recondu��o de Leonardo, ofereceu a Secretaria de Avia��o Civil ao deputado peemedebista Mauro Lopes (MG).
Segundo Picciani, caso seja decidido o rompimento com o governo, todos os ministros do PMDB ter�o que entregar o cargo, inclusive Mauro Lopes (MG), que tomou posse na quinta-feira, 17. A posse irritou o vice-presidente Michel Temer, pois aconteceu � revelia da decis�o da conven��o nacional do PMDB que, no dia 12, proibiu filiados de assumirem cargos no governo por trinta dias. A reuni�o do diret�rio nacional do PMDB est� marcada para o dia 29. Picciani disse que a ideia de expulsar Mauro Lopes est� suspensa, por enquanto, at� que o diret�rio nacional tome uma decis�o sobre continuar ou sair do governo. "Essa quest�o (expuls�o de Lopes) est� superada. Se a decis�o for de sair do governo, todos ter�o que entregar os cargos, inclusive o Mauro. Ele entrar� na regra dos que est�o no governo", disse Picciani. Se algum ministro decidir n�o entregar o cargo provavelmente ter� de deixar a legenda.