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Estado de Minas

Lava-Jato apura pagamento de propina em plano de sa�de dos Correios

Empresa teria pagado suborno a dirigentes da estatal ligados ao casal de ex-ministros Paulo Bernardo (Comunica��es) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil), senadora pelo PT paranaense; informa��es est�o sendo tratadas num acordo de dela��o premiada


postado em 21/03/2016 18:13 / atualizado em 21/03/2016 19:03

Bras�lia - A Opera��o Lava-Jato apura suposto esquema de pagamento de propina por contratos na Postal Sa�de, gestora dos planos de assist�ncia m�dica de funcion�rios dos Correios. Para conseguir fechar neg�cio com a operadora, uma empresa teria pagado suborno a dirigentes da estatal ligados ao casal de ex-ministros Paulo Bernardo (Comunica��es) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil), senadora pelo PT paranaense. As informa��es est�o sendo tratadas num acordo de dela��o premiada.

Conforme trechos da den�ncia, aos quais o jornal O Estado de S.Paulo teve acesso, a Unibem Medicina e Seguran�a do Trabalho pagava aos respons�veis por viabilizar o neg�cio uma comiss�o sobre o valor mensal recebido da Postal Sa�de. A empresa presta servi�os de sa�de ocupacional, fazendo exames nos funcion�rios dos Correios.

Entre os supostos benefici�rios de vantagens ilegais estariam o ex-vice-presidente de Gest�o de Pessoas dos Correios Nelson Luiz Oliveira de Freitas, o ex-diretor da Postal Sa�de Alexandre C�mara e o ex-conselheiro dos Correios Leones Dall'Agnol. Os tr�s ocuparam cargos na gest�o de Paulo Bernardo � frente das Comunica��es, minist�rio respons�vel pela estatal.

Conforme a den�ncia, a Unibem come�ou a negociar com a Postal Sa�de em novembro de 2013, por indica��o de Freitas. O acerto da propina a ser paga teria sido feito em reuni�es entre os administradores da prestadora de servi�os com os dirigentes da Postal Sa�de, entre eles C�mara. O contrato foi fechado no ano seguinte.

Um pagamento inicial, de R$ 2 milh�es, teria sido feito pela operadora para viabilizar investimentos. Desse total, R$ 900 mil teriam sido rateados entre os envolvidos. Conforme o colaborador, R$ 200 mil foram pagos a C�mara e outros R$ 200 mil para Freitas. Outro benefici�rio, uma pessoa identificada como "Carlos Santana" teria ficado com R$ 300 mil.

Os pagamentos ao ex-vice presidente dos Correios seriam feitos por meio de dep�sitos em contas banc�rias indicadas por ele.

Com o in�cio da presta��o dos servi�os, a Unibem teria passado a pagar 8% do valor mensal recebido da Postal Sa�de a um intermedi�rio. Essa pessoa seria a respons�vel por repassar a metade, equivalente a 4%, a Freitas. As transfer�ncias seriam por dep�sitos banc�rios, cheques ou em dinheiro vivo.

A Lava-Jato tamb�m recebeu informa��es de que Dall’Agnol ficava com outros 4% dos valores pagos � empresa. Os pagamentos seriam feitos pela Unibem a uma empresa ligada ao ex-chefe de gabinete de Gleisi e Bernardo.

O delator, cujo nome � mantido em sigilo, reuniu contrato de presta��o de servi�os, notas fiscais, extratos e boletos de transa��es banc�rias, cheques e trocas de e-mails, entre outros documentos, como prova do suposto esquema.

Com a palavra, a defesa

Nelson Freitas, ex-vice presidente de Gest�o de Pessoas dos Correios, disse que jamais recebeu "qualquer valor" pela contrata��o da Unibem. Em nota, ele afirmou que n�o se recorda de ter marcado reuni�es entre os negociantes do contrato e ressaltou que, embora seja vinculada aos Correios, a Postal Sa�de � "uma entidade privada aut�noma".

Freitas alegou n�o ter tratado do neg�cio com representantes da Unibem ou da operadora de sa�de. "N�o era minha compet�ncia. Essa contrata��o � da al�ada da Postal Sa�de, que possui gest�o pr�pria e independente da sua mantenedora, a ECT (Empresa de Correios e Tel�grafos)", sustentou.

Ele explicou que, durante a execu��o do contrato, apenas acompanhou reuni�es t�cnicas para resolver problemas que afetavam "a rotina de trabalho" dos Correios, "pois havia certa incompatibilidade entre a agenda de presta��o de servi�os da Unibem e a jornada de trabalho dos empregados da ECT".

O jornal O Estado de S.Paulo n�o conseguiu localizar Leonis Dall'Agnol.

Alexandre C�mara disse que a acusa��o n�o tem cabimento. Segundo ele, houve uma negocia��o normal, e sem ilicitudes, para a contrata��o da Unibem. Ele explicou que a prestadora de servi�os passou por uma “peneira” de 15 empresas do setor, que disputavam o contrato. A escolha se deveu, segundo ele, a crit�rios t�cnicos, como melhores estrutura e pre�o, al�m da possibilidade de usar um sistema eficiente de informa��es para registrar e acessar os exames. C�mara pontuou n�o saber se houve a indica��o da Unibem por qualquer pessoa. Ele explicou que a Postal Sa�de identificou a empresa ap�s pesquisa no mercado.

Gleisi e Paulo Bernardo afirmaram n�o ter qualquer informa��o sobre a investiga��o e que, possivelmente, trata-se de "mais um desses vazamentos que acontecem o tempo todo". Em nota, os ex-ministros alegaram desconhecer "completamente esse assunto" e n�o ter "nada a comentar".

A Unibem n�o respondeu aos questionamentos enviados por e-mail. Por telefone, o diretor executivo da empresa, Edvaldo Galano, disse que desconhece irregularidades. "O processo que eu acompanhei n�o foi esse", sustentou, acrescentando que a escolha da empresa levou nove meses e envolveu muitas etapas, entre elas provas de conceito e cota��es de pre�os. "Foi um processo de venda normal."

A Postal Sa�de n�o informou o valor pago � Unibem, justificando que a informa��o � protegida por "cl�usula de confidencialidade". Em nota, informou que todos os contratos est�o sendo examinados pela �rea de auditoria dos Correios. Conforme apurou o jornal O Estado de S.Paulo, o trabalho come�ou por haver ind�cios de malversa��o dos recursos.

A Postal Sa�de informou tamb�m que sua nova gest�o - iniciada em dezembro de 2015, ap�s o PDT passar a comandar os Correios - est� revisando todos os contratos e substituindo membros dos conselhos Fiscal e Deliberativo por servidores de carreira. O comunicado diz ainda que o contrato com a Unibem foi rescindido, mas n�o esclareceu o motivo.


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