
Em car�ter reservado, lideran�as do PSDB pr�ximas ao tucano avaliam que Serra despontou como "ponta de lan�a" da legenda na constru��o de um eventual governo de coaliz�o a ser liderado pelo atual vice-presidente peemedebista.
Deputados e integrantes da c�pula do partido, no entanto, reclamam que ele foi "precipitado" e n�o consultou nenhuma inst�ncia partid�ria antes de se pronunciar publicamente.
Os tucanos convergem na avalia��o que as declara��es ocorrem em um momento de fragilidade da lideran�a do senador A�cio Neves (PSDB-MG), que est� acuado pelas cita��o de seu nome na dela��o premiada do senador Delc�dio Amaral (sem partido-MS).
L�deres de outros partidos compartilham de an�lise semelhante. "O Serra � uma figura respeitada e tem uma boa rela��o com o PMDB do Senado, coisa que o A�cio n�o tem", diz o deputado Paulinho da For�a (SP), presidente do Solidariedade e l�der da For�a Sindical. Segundo ele, o senador paulista se colocou como o "principal articulador" da oposi��o em um eventual governo do PMDB, e isso causou "ciumeira" no PSDB. "O PSDB tem que ser o protagonista de um eventual governo Temer. O Serra tem uma grande capacidade de articula��o, mas as conversas n�o s�o apenas com ele", afirma o deputado Roberto Freire (SP), presidente do PPS.
Protagonismo
A entrevista de Serra foi alvo de cr�ticas da bancada do PSDB na C�mara. Parlamentares reclamam que o senador paulista antes resistia ao impeachment e agora tenta assumir o protagonismo do processo no lugar dos deputados. Serra, no entanto, vem defendendo, inclusive em artigos, o afastamento da presidente.
Outra reclama��o da bancada foi de que o partido ainda n�o discutiu internamente a participa��o em um eventual governo Temer e n�o h� consenso interno na sigla sobre esse tema. "A opini�o do Serra � sempre muito respeitada, mas o PSDB n�o tem ainda esse n�vel de expectativa sobre a participa��o no governo", afirma o deputado federal Silvio Torres (SP), secret�rio-geral do PSDB.
A pondera��o � a mesma feita por aliados diretos do governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin, que pleiteia a vaga de candidato � Presid�ncia em 2018.
Nota. O vice-presidente Michel Temer afirmou ontem, por meio de nota, que n�o discute cen�rios pol�ticos para uma eventual sa�da da presidente Dilma Rousseff, que � alvo de processo de impeachment na C�mara dos Deputados.
"Michel Temer n�o tem porta-voz, n�o discute cen�rios pol�ticos para futuro governo e n�o delegou a ningu�m an�ncio de decis�es sobre sua vida p�blica. Quando tiver que anunciar algum posicionamento, ele mesmo o far�, sem intermedi�rios", diz a nota, enviada pela assessoria do vice-presidente.
O texto assinado pela assessoria de Temer n�o cita em nenhum momento o nome do senador Jos� Serra. Ambos mant�m uma boa rela��o de amizade. Na entrevista ao Estado, o tucano aconselhou Temer a descartar a reelei��o e disse n�o acreditar que o afastamento da presidente se dar� pelo Tribunal Superior Eleitoral por uma quest�o de tempo. "O Michel Temer assumindo, eu diria que deveria se batalhar para se formar um governo de uni�o."