"Outro elemento importante que n�s verificamos foi a realiza��o do sr. Marcelo Odebrecht diretamente no pagamento da propina. O envolvimento dele: h� refer�ncias �s iniciais do sr. Marcelo Odebrecht em planilhas apreendidas. Tanto as iniciais 'MBO', Marcelo Bahia Odebrecht, quanto 'DP', diretor-presidente. Essas duas refer�ncias s�o feitas nas mesma tabela, o que deixa bastante evidente que de fato o coordenador, o respons�vel por aquela solicita��o de pagamento indevido � Marcelo Odebrecht.", afirmou a procuradora em entrevista coletiva. Marcelo Odebrecht foi preso na Opera��o Erga Omnes, em 19 de junho de 2015.
"Al�m das refer�ncias existentes nessas tabelas, as anota��es constantes dos celulares do sr. Marcelo Odebrecht tamb�m se compatibilizam absolutamente com o que consta dessas tabelas. Para a gente refor�a ainda mais a convic��o de que o sr. Marcelo Odebrecht n�o s� tinha conhecimento como comandava toda essa sistem�tica de pagamento de propina, inclusive teve participa��o de funcion�rios que foram, quando de sua pris�o, levados para o exterior. N�o apenas para fugir das investiga��es como para dar continua��o a esse pagamento il�cito", disse a procuradora.
Em mar�o deste ano, o empres�rio foi condenado a 19 anos e 4 meses de pris�o por corrup��o, lavagem de dinheiro e associa��o criminosa. Na senten�a, o juiz federal S�rgio Moro, que conduz as a��es na 1ª inst�ncia, considera que houve fraudes nas licita��es seguidas de pagamentos de propinas nas obras das refinarias Presidente Get�lio Vargas (Repar), no Paran�, Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, no Complexo Petroqu�mico do Rio de Janeiro (Comperj) e no contrato de fornecimento de Nafta da Petrobr�s para a Braskem, empresa controlada pela Odebrecht.
A Opera��o Xepa � um desdobramento da Acaraj�, 23ª fase da investiga��o que atingiu o publicit�rio Jo�o Santana e a mulher e s�cia Monica Moura. O casal trabalhou em campanhas eleitorais da presidente Dilma e do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva.
A for�a-tarefa da Opera��o Lava-Jato tamb�m investiga uma "estrutura secreta" do Grupo Odebrecht usada para "pagamentos il�citos".
"Foram verificados ind�cios de pagamentos no exterior, de obras vinculadas a diretorias ligadas a Angola, Argentina, o que nos faz crer que existia de fato uma estrutura profissional de pagamento de propina dentro da Odebrecht. N�o significava casos espor�dicos, mas, sim, pagamento sistem�tico de propina", afirmou Laura Tessler.
Defesa
A Odebrecht confirma, em nota, "que a Pol�cia Federal cumpriu hoje mandados de pris�o, condu��o coercitiva e busca e apreens�o em escrit�rios e resid�ncias de integrantes em algumas cidades no Brasil. A empresa tem prestado todo o aux�lio nas investiga��es em curso, colaborando com os esclarecimentos necess�rios."
Fernando Baiano
Algumas das planilhas apreendidas pela Pol�cia Federal identificam registros de pagamentos de valores, que para a Opera��o Lava-Jato, seria propina do operador Fernando "Baiano" Soares, ligado ao PMDB.
O delegado M�rcio Anselmo, da equipe da Lava-Jato, afirmou que nos registros constam a entrega de valores em endere�o vinculado ao nome "Gustavo". O endere�o seria da empresa Hawk Eyes, que pertence a Fernando Baiano.
Delator da Lava-Jato, ele confessou usar suas empresas para movimentar propinas para agentes p�blicos e pol�ticos como o presidente da C�mara Eduardo Cunha. "Gustavo, coincide, com o nome do irm�o de Fernando Soares", afirmou o delegado.
H� registros de entrega de R$ 1 milh�o, numa planilha em que os valores chegam a mais de R$ 60 milh�es.