A Pol�cia Federal apreendeu com o presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Barbosa documentos que podem ter sido usados como regulamentos de cartel, alvo da Opera��o Lava Jato, em forma de regras de campeonato de futebol e de torneio de t�nis.
Material semelhante havia sido encontrado em 2014, com normas em forma de torneios de bingo e futebol, com executivos de outras empreiteiras, revelando a divis�o de obras na Petrobras.
Uma das novas normas encontradas em poder do executivo da Odebrecht - alvo da Opera��o Acaraj�, deflagrada em fevereiro - tem o t�tulo "Sport Club Unidos Venceremos". "O Sport ter� 7 (sete) jogadores principais: Paulistano, Mineiro, Baianinho, Paulista, Carioquinha, J�nior e Novo Baiano", consta no item 1 do regulamento.
Em seu item 4 afirma que "os jogadores do Sport aceitar�o uma participa��o de, no m�nimo, 60% (sessenta por cento) do valor total do bicho pago por jogo, para os jogos da Federa��o Regional e, 40% para os jogos da Federa��o Nacional, levando-se em conta as taxas locais e cotas para os advers�rios".
Para os investigadores da Lava Jato, h� suspeitas de que as regras s�o formas codificadas de estabelecer a participa��o em il�citos envolvendo obras p�blicas. O material pode tratar da participa��o de empresas nas licita��es ou de operadores financeiros.
A regra 5 diz "Cada jogador poder� indicar qual o jogo tem prefer�ncia de atuar, levando-se em conta sempre onde ele tem mais condi��es de ajudar na vit�ria do Sport."
O material ser� analisado para averigua��o se pode ser prova da carteliza��o de empreiteiras, que fatiavam obras na Petrobras e em outros �rg�os do governo, federal e estaduais, segundo a Lava Jato. "A escala��o dos titulares por jogo ser� feita pela maioria do Sport levando-se em conta o conhecimento que cada um tem do campo de jogo, dos jogadores advers�rios, do juiz e da federa��o que comandar� o jogo", informa o item 6.
"Independente das vantagens apresentadas por cada jogador, dever� haver equil�brio nas escala��es para que todos possam atuar como titulares a cada rodada de 4 (quatro) jogos."
Conta
O documento sugere uma divis�o igualit�ria entre os "jogadores". "Em caso de vit�ria os titulares ter�o direito ao valor integral da cota destinada ao Sport nesse jogo, que lhe ser� creditada numa conta corrente a ser acertada com os demais jogadores que n�o jogaram, ao longo dos pr�ximos jogos", diz o item 8.
H� ainda um item, o 9, que estipula a seguinte "penaliza��o": "Em caso de derrota que ocasione a perda da cota do jogo pelo Sport, esta poder� ser descontada dos jogadores que pediram para ser escalados, ap�s an�lise da maioria dos jogadores sobre as condi��es do jogo e principalmente da atua��o do time titular".
T�nis
Outro documento traz normas do "Tat� Tenis Clube - TTC", que teria sido criado em fevereiro de 2004. S�o cinco jogadores, nesse caso: "Guga, Beker, Koock, Kirmyer e Oncins".
A regra 1 � "O TTC concorda que o esporte nacional vem deteriorando-se bastante e que � fundamental trabalharem conjuntamente para preservar o t�nis nacional e transform�-lo no melhor e mais rent�vel esporte nacional", informa a norma.
"Neste sentido as atua��es TTC devem procurar manter um mesmo estilo t�tico, independente do jogador titular, e os reservas devem prestar todo apoio necess�rio para a vit�ria do TTC mediante qualquer solicita��o dos titulares."
Para investigadores da Lava Jato, os documentos podem indicar a carteliza��o de empresas em contratos que v�o al�m da Petrobras.
Diz o item 3: "os jogadores do TTC acordam que ir�o trabalhar unidos para que os pr�ximos campeonatos, nos �mbitos nacional, estadual e municipal, sejam organizados e dirigidos pelo TTC e que toda a renda dos jogos seja revertidos para o TTC."
O material foi apreendido com o presidente da Odebrecht Infraestrutura, que guardava tamb�m a "superplanilha" de doa��es a pol�ticos do grupo.
Nesta ter�a-feira, 22, depois de ser alvo de uma nova ofensiva da Opera��o Lava Jato, o grupo informou que seus executivos buscar�o um acordo de colabora��o com o Minist�rio P�blico Federal. Alvo da Opera��o Xepa, 26ª fase, a for�a-tarefa revelou um departamento profissionalizado e hierarquizado de repasses de propinas a pol�ticos e agentes.
