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Estado de Minas

Lava-Jato n�o fecha acordo de dela��o da Odebrecht, mas analisar� caso

A empresa e principais executivos decidem colaborar com as apura��es da Lava-Jato. A��o da Pol�cia Federal revela central de suborno na empreiteira, que teria operado pagamentos em obras no Itaquer�o, no metr� do Rio e no aeroporto de Goi�nia


postado em 23/03/2016 09:20 / atualizado em 23/03/2016 09:34

Agentes chegam à Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Operação envolveu 380 policiais. Entre as obras suspeitas de irregularidades, está o Itaquerão, em São Paulo(foto: Ed Alves/CB/D.A Press)
Agentes chegam � Superintend�ncia da Pol�cia Federal, em Bras�lia. Opera��o envolveu 380 policiais. Entre as obras suspeitas de irregularidades, est� o Itaquer�o, em S�o Paulo (foto: Ed Alves/CB/D.A Press)

No mesmo dia em que foi alvo de uma fase da Opera��o Lava-Jato, a maior empreiteira do pa�s admitiu ter cometido irregularidades e anunciou que decidiu fazer uma “colabora��o definitiva” com os investigadores. A Odebrecht pretende concluir tratativas de acordo de leni�ncia com a Controladoria-Geral da Uni�o (CGU) e de dela��o premiada com seus executivos e acionistas, como o presidente afastado do grupo, Marcelo Odebrecht. Em comunicado, a empresa diz que n�o tem “responsabilidade dominante” sobre os fatos apurados no caso, “que revela, na verdade, a exist�ncia de um sistema ilegal e ileg�timo de financiamento do sistema partid�rio-eleitoral do pa�s”.

Entretanto, a Odebrecht “identificou a necessidade de implantar melhorias em suas pr�ticas”. “Vamos, tamb�m, adotar novas pr�ticas de relacionamento com a esfera p�blica.” A for�a-tarefa da Lava-Jato no Paran� n�o fechou o acordo, mas analisar� a possibilidade, embora com reservas. “Qualquer acordo, neste momento, ser� restrito �s pessoas que vieram antes e cuja colabora��o se revelar mais importante ao interesse p�blico”, disse em nota. Se Marcelo, condenado a 19 anos de cadeia e preso desde junho de 2015, e demais executivos mencionarem pol�ticos com foro privilegiado, o pacto ser� acertado com a Procuadoria-Geral da Rep�blica (PGR), em Bras�lia.

Obras executadas pela empreiteira em v�rias partes do Brasil s�o suspeitas de serem tocadas � base de pagamentos para agentes federais, estaduais e municipais. Essa � uma das conclus�es da Pol�cia Federal e do Minist�rio P�blico, que ontem deflagraram a 26ª fase da Opera��o Lava-Jato, com 380 policiais cumprindo 110 ordens judiciais expedidas pelo juiz S�rgio Moro. O est�dio do Corinthians, o Itaquer�o, constru�do para abrir a Copa do Mundo de 2014, e a linha 4 do metr� do Rio de Janeiro, s�o algumas das obras colocadas sob a lupa dos investigadores.

Dois sistemas

Os agentes, delegados e procuradores ainda avaliam se houve subornos para as linhas de transporte Supervias e para o Porto Maravilha, no Rio, para o Canal do Sert�o Alagoano, projeto do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC), o aeroporto de Goi�nia (GO) e empreendimentos na Transurb, na Grande Porto Alegre (RS).

A apura��o descobriu que a Odebrecht usava dois sistemas de inform�tica para pr�tica de atividades ilegais. Um deles fazia a contabilidade paralela. O outro permitia a comunica��o entre funcion�rios e doleiros de maneira cifrada por codinomes. As opera��es eram feitas em um organismo espec�fico da Odebrech, chamado “Setor de Opera��es Estruturadas”.

A a��o foi batizada de “Xepa”, uma refer�ncia � comida que resta no “fim de feira”, porque derivou da 23ª fase, quando o alvo foi o ex-marqueteiro do PT Jo�o Santana — um trocadilho feito com o codinome “Feira”, usado para se referir a ele e � mulher, M�nica Cunha, ambos presos desde fevereiro. Ontem, os federais prenderam preventivamente um executivo da Odebrecht e n�o localizaram outro que estava no exterior. Mais dois doleiros foram detidos. Foram cumpridos ainda mandados de pris�o tempor�ria, por cinco dias, de condu��o coercitiva e de busca e apreens�o. A empreiteira disse apenas que presta “aux�lio” �s investiga��es.

A procuradora Laura Tessler destacou troca de mensagens de correio eletr�nico que mostra pagamentos de subornos at� novembro de 2015, cinco meses depois da deten��o do presidente afastado do grupo, Marcelo Bahia Odebrecht. “Chega a ser, de certa forma, assustador”, disse ela. “Mesmo com a pris�o de Marcelo Odebrecht, se teve a ousadia de continuar a operar o pagamento de propina em detrimento do poder p�blico.”

O procurador Carlos Fernando disse que os crimes levantados mostram tent�culos em todos os n�veis de governo — federal, estadual ou municipal — de v�rias cores partid�rias.
Tags: odebrecht dela��o lava-jato


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