
O presidente da Funda��o Nacional de Sa�de (Funasa), Ant�nio Henrique Carvalho Pires, foi exonerado nessa quinta-feira do cargo pelo governo federal. Indicado para a institui��o pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), de quem � muito pr�ximo, Henrique Pires disse ter deixado o posto por n�o aceitar trocar alguns de seus principais assessores para abrir espa�o para indica��es do PTN e PMB, partidos que t�m votos na comiss�o do impeachment. Ele alegou que nem o ministro da Sa�de, Marcelo Castro, foi comunicado de sua sa�da. “A minha sa�da � uma retalia��o ao PMDB e n�o ao Temer (Michel Temer), pois a Funasa era um cargo do partido. Nem o ministro Marcelo Castro (da Sa�de) foi avisado. Soube da minha exonera��o ontem por telefonema do Pal�cio do Planalto. N�o foi surpresa, pois j� tinha colocado � disposi��o meu nome. N�o podia continuar, devido �s mudan�as que estavam ocorrendo sem minha autoriza��o”, disse Henrique Pires”, em entrevista ao portal Cidadeverde.com, do Piau�, sua terra natal.
Henrique Pires, como � conhecido, estava no cargo desde 22 de abril de 2014, quando foi nomeado pelo ent�o ministro da Sa�de, Arthur Chioro. No lugar dele, assumir� interinamente o atual diretor administrativo da Funasa, Marcio Endles Lima Vale, indicado pelo PTN. Sua sa�da da pasta ocorre a poucos dias da reuni�o do diret�rio nacional do PMDB, marcada para ter�a-feira, que vai definir se permanece ou n�o no governo Dilma Rousseff. A perman�ncia do PMDB como aliado do Planalto � considerada fundamental para tentar barrar o processo de impeachment no Congresso. O partido tem sete minist�rios e � a maior bancada na C�mara e no Senado.
Na quarta-feira, Dilma reuniu os ministros no Pal�cio do Planalto para fazer um apelo pela perman�ncia do partido no governo, mas a resist�ncia � grande. Um dia antes, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva se reuniu com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e com o ex-senador Jos� Sarney (PMDB-AP) para uma conversa reservada na tentativa de manter o apoio da legenda. Mas de acordo com levantamentos divulgados pelos peemedebistas defensores do desembarque do governo, dos 127 integrantes do diret�rio com direito a voto na reuni�o que vai definir o rumo do partido, pelo menos 75 j� seriam a favor do rompimento com o Planalto.
Pires disse que h� cerca de um m�s o ministro Marcelo Castro pediu que ele fizesse as trocas. Nesta semana, ele afirma ter sido procurado novamente, com o mesmo pedido, desta vez por Giles Azevedo, assessor especial da presidente. A Funasa � subordinada ao Minist�rio da Sa�de. “Na ter�a-feira, fui chamado ao Pal�cio mais uma vez e disse: ‘Olhe, vamos aproveitar este ponto de n�o concord�ncia e voc�s j� trocam o presidente tamb�m’”, disse Pires. O ex-presidente da Funasa afirmou ainda que as altera��es eram para atender ao PTN, que, nos �ltimos 30 dias – com a janela da infidelidade partid�ria – passou de quatro para 13 deputados, e o PMB, que s� tem um parlamentar, o ex-petista Welinton Prado (MG), integrante da comiss�o do impeachment.
INSIST�NCIA “H� mais de um m�s, o governo vinha insistindo para que a gente trocasse algumas coordena��es-gerais, como financeira, de contratos, para poder atender a outro partido. Dizia que n�o tem condi��es, que o presidente sou eu, o CPF � o meu. Ent�o, n�o tinha como fazer as mudan�as. Que arrumassem pelo menos servidores p�blicos e n�o pessoas que nunca exerceram o servi�o p�blico para atender partideco A ou B”, disse Pires. O ex-dirigente disse ainda que n�o foi a primeira vez que pediram a ele para fazer trocas com vi�s pol�tico. “Houve mudan�as dr�sticas no ano passado. Tiraram duas diretorias do PMDB para atender ao PT e PTdoB”, afirmou.
Para o deputado federal Saraiva Felipe (PMDB-MG), que chegou a ser cotado para o comando do Minist�rio da Sa�de no lugar de Marcelo Castro e que j� chegou a ocupar a pasta durante o governo Lula, a sa�da de Henrique Pires � natural, pois ele foi indicado por Temer e n�o poderia permanecer no cargo com a decis�o do partido de deixar o governo. Para ele, a sa�da do partido do governo � quase certa. A reuni�o do diret�rio nacional do partido vai ser presidida por Temer, que anunciou o cancelamento de sua viagem a Portugal na segunda-feira, onde participaria de semin�rio organizado pelo Instituto Brasiliense de Direito P�blico, entidade comandada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, um dos maiores opositores ao governo dentro da corte. (Com ag�ncias)