
Porto Alegre - O ex-ministro da Avia��o Civil Eliseu Padilha afirmou que o PMDB est� "muito pr�ximo" de conseguir a unanimidade em favor do rompimento com o governo federal. Depois que garantiram o apoio do PMDB do Rio de Janeiro e deram a vit�ria como certa, os aliados do vice-presidente Michel Temer passaram a mirar na unanimidade para selar o fim da alian�a. A agenda das lideran�as peemedebistas nesta segunda-feira em Bras�lia gira em torno deste objetivo.
"Temos a certeza absoluta de que vamos desembarcar (do governo). Numa escala de zero a dez, a chance de sair � dez", afirmou Padilha ao Broadcast Pol�tico, por telefone. Ele � um dos aliados mais pr�ximos de Temer e est� ao lado do vice-presidente nesta segunda-feira, acompanhando as reuni�es que pretendem combater os �ltimos focos de resist�ncia governista dentro do PMDB.
Segundo Padilha, a prioridade, neste momento, � construir a unidade e, desta forma, evitar uma vota��o convencional no encontro do diret�rio nacional, marcado para esta ter�a-feira. "J� ouvimos de v�rios setores (do PMDB) que n�o precisaria ter a vota��o nem a reuni�o. Mas, como programamos, vamos manter." A ideia, portanto, � aprovar o rompimento por aclama��o.
O acordo com a ala governista deve passar pela defini��o da data limite para o desembarque oficial do PMDB. Padilha explicou que um grupo do partido defende que o rompimento seja totalmente efetivado nesta ter�a-feira, o que significaria, na pr�tica, deixar de imediato os postos ocupados na administra��o da presidente Dilma Rousseff.
Essa hip�tese n�o � bem aceita pelos governistas, principalmente pelos que t�m cargos de primeiro escal�o - o PMDB tem sete ministros no governo.
"N�o pode se imaginar que nesta ter�a-feira de tarde algu�m vai l� e deixa de ser ministro. N�o � assim. Eu j� fui ministro e sei como s�o as coisas. Acho que alguns dias, algum prazinho tem que ser dado", disse Padilha. Ele confirmou, como j� haviam dito outros interlocutores de Temer, que o consenso caminha para a data limite de 12 de abril.
Esta data respeita o que foi definido na conven��o do PMDB, que aconteceu em 12 de mar�o e na qual ficou estabelecido o per�odo de 30 dias para a defini��o sobre a alian�a com o governo. Depois, no entanto, Temer decidiu encurtar o prazo, e antecipou a reuni�o do diret�rio nacional para esta ter�a-feira.
Estipular o dia 12 de abril como data limite para o abandono dos cargos seria uma maneira de contentar governistas e, ao mesmo tempo, seguir em parte o que foi determinado na conven��o.
"Me parece que a� tem um ponto de encontro dos dois grupos. Mas este � o trabalho do dia (desta segunda-feira), � nisso que estamos trabalhando, visto que n�s queremos ver se vai amanh� (ter�a) para aclama��o, com uma unidade absoluta", resumiu.
Em entrevista concedida � R�dio Ga�cha, tamb�m nesta segunda-feira, Padilha comentou que aqueles peemedebistas que desejarem permanecer no governo ter�o duas op��es: partir para a desfilia��o do PMDB ou sofrer um processo na comiss�o de �tica da legenda.
No Rio Grande do Sul, estado de Padilha, o PMDB n�o ter� problemas. Os peemedebistas ga�chos sempre foram contra a alian�a com o PT, que no passado era fortemente defendida justamente pelo ex-ministro. Nas elei��es de 2014, algumas das principais lideran�as do partido no RS chegaram a apoiar publicamente Marina Silva (que concorria pelo PSB) e, no segundo turno, A�cio Neves (PSDB).
Recentemente, o PMDB ga�cho oficializou sua posi��o favor�vel ao rompimento com o governo federal e a inten��o de devolu��o de todos os cargos ocupados por filiados na base governista. "O PMDB n�o deve se furtar a debater e apoiar as medidas necess�rias para retomar o desenvolvimento nacional mesmo sem qualquer atrelamento a um governo que nunca o considerou nas decis�es tomadas at� agora", diz o texto.