
Bras�lia - A presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer travam nos bastidores uma disputa pelo apoio de partidos pol�ticos para, respectivamente, barrar o impeachment ou colaborar com um eventual governo do peemedebista. A moeda de troca � a oferta de minist�rios e comandos de estatais. O alvo principal � o PP, que se tornou a terceira maior bancada da C�mara durante a janela para troca de partidos dos deputados e hoje soma 49 votos.
A legenda ocupa hoje a pasta da Integra��o Nacional. Segundo um integrante da sigla que representa o PP nas negocia��es com o Planalto, outros dois minist�rios ser�o definidos at� sexta-feira, al�m da presid�ncia da Caixa Econ�mica Federal, hoje sob comando do PT.
J� interlocutores de Temer ofereceram � legenda, em um eventual governo do atual vice-presidente, o Minist�rio das Cidades - que j� foi do PP e hoje est� com o PSD, al�m da manuten��o da Integra��o.
Diante do ass�dio de Dilma e de Temer, o PP re�ne-se nesta quarta-feira, 30, para tratar do apoio ao Planalto. Mas a tend�ncia � de que n�o decida nada. O presidente nacional da sigla, senador Ciro Nogueira (PI), tem pedido cautela ao grupo que defende o rompimento com o governo. Na comiss�o do impeachment, 2 dos 5 representantes do PP j� se manifestaram favoravelmente ao impedimento de Dilma.
Nos bastidores, integrantes do partido comentam que h� v�rias demandas de cargos nos Estados que n�o foram atendidas pelo Planalto e ponderam que ainda n�o � poss�vel apostar todas as fichas em um eventual governo Temer.
Os parlamentares temem que a gest�o do vice seja encurtada pela cassa��o da chapa que venceu a disputa de 2014 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Al�m disso, apontam o risco de a Opera��o Lava Jato chegar a Temer. Assim como PT e PMDB, o PP � um dos partidos que t�m maior n�mero de investigados pelo esquema de corrup��o na Petrobras.
Bloco
O Planalto pediu que os partidos cortejados esperem at� sexta-feira para tomar uma decis�o definitiva sobre o desembarque. O governo quer articular a composi��o de um bloco que teria, al�m do PP, PR (40 deputados), PSD (31) e PRB (22), que recentemente anunciou sua sa�da da base governista, mas poderia retornar. Juntos, esses partidos t�m 142 votos e formariam o maior bloco da Casa. Somados ao PT, garantiriam 200 votos a favor do governo, 28 a mais que o necess�rio para barrar o impeachment.
Representantes de PP, PR e PSD estiveram ontem no Planalto e evitaram apontar decis�es definitivas. "O partido defende a manuten��o no governo. A bancada est� dividida", disse o presidente do PSD, Guilherme Campos. "Os deputados t�m demandas que se arrastam desde o ano passado." Estima-se que mais de 80% da bancada do PSD hoje � favor�vel ao impeachment.
O governo tem conversado tamb�m com nanicos como PTN (13 deputados), PHS (7), PROS (5), PT do B (3), PSL (2) e PEN (2), que somam 32 votos.