(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

PMDB X PT: Do namoro ao div�rcio

O PMDB entrou pela primeira vez pela porta da frente no Pal�cio do Planalto, desde a redemocratiza��o do pa�s, com Dilma Rousseff; sai �s v�speras de uma possibilidade de impeachment da presidente, depois de o partido decidir pelo rompimento com o governo nessa ter�a-feira, e Michel Temer, atual vice-presidente, abandona o barco com a possibilidade de voltar como comandante


postado em 30/03/2016 15:04 / atualizado em 30/03/2016 15:20

(foto: Arte/Janey Silva/EM)
(foto: Arte/Janey Silva/EM)

Foi com Dilma Rousseff (PT), h� pouco mais de seis anos, que o PMDB entrou pela primeira vez, desde a redemocratiza��o do pa�s, pela porta da frente no Pal�cio do Planalto. Sem lan�ar candidatura pr�pria � Presid�ncia da Rep�blica h� mais de duas d�cadas, o PMDB, partido considerado de maior capilaridade no pa�s, nunca deixara o poder: especializou-se em aderir aos governos federais e, com os benef�cios inerentes ao exerc�cio do poder, conquistar as maiores bancadas na C�mara dos Deputados e no Senado Federal. Num presidencialismo de coaliz�o, a estrat�gia teve efeito certeiro: saiu Fernando Henrique Cardoso (PSDB), entrou Lula (PT), o PMDB continuou a navegar nos postos.

Mas a ades�o desse aliado, que embora presente em todos os governos, nunca esteve inteiro em nenhum, � aquela das boas horas. Apoiou abertamente os dois governos de Lula, com altos �ndices de popularidade. Mas, no primeiro mandato de Dilma, enquanto a presidente gozava de relativa estabilidade pol�tica, Temer se manteve discreto; a lua de mel se encerrou rapidamente ap�s o pleito presidencial mais duro da hist�ria. A Opera��o Lava-Jato – que envolve tamb�m o alto escal�o do PMDB –, que aprofundou a crise econ�mica e pol�tica, teve efeito certeiro sobre uma presidente acuada, sem habilidade para a articula��o pol�tica. � medida em que nos c�lculos de Michel Temer a probabilidade do impeachment ser aprovado crescia, o vice come�ou a dar sinais claros de que abandonaria o barco petista para articular com a oposi��o, uma nova possibilidade: a Presid�ncia da Rep�blica.

Elei��es 2002

O PMDB, que havia sido um dos alicerces do governo Fernando Henrique Cardoso no minist�rio e no Congresso, seguiu formalmente para o barco tucano, depois de escantear a prometida candidatura pr�pria pretendida pelo governador de Minas, Itamar Franco, ent�o na legenda. Mas a chapa Jos� Serra (PSDB) e Rita Camata (PMDB) foi derrotada pela alian�a capital-trabalho, encabe�ada por Lula (PT) e Jos� Alencar (PRB). Sempre rachado, alguns integrantes do partido apoiaram Lula j� no primeiro turno

Governo Lula (2003-2006)

Cinco meses ap�s a posse de Lula iniciaram-se as conversas com o presidente nacional do PMDB, Michel Temer, para o embarque da legenda na base do governo. A partir de 2004, chegam os dois primeiros ministros. Em 2005, a legenda ficou com quatro pastas e, em julho de 2006, ganhou a presid�ncia e tr�s diretorias dos Correios, � �poca estatal com 110 mil funcion�rios e faturamento de R$ 9 bilh�es ao ano.

Elei��es 2006

Embora o PMDB n�o tenha formalizado participa��o na coliga��o que reelegeu Lula, 80% dos diret�rios regionais do partido ficaram com o petista e Michel Temer anunciou apoio formal ao candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, que foi derrotado.

Governo Lula (2007-2010)

No segundo governo Lula, o PMDB formalizou a participa��o, integrando o chamado Minist�rio da Coaliz�o, negociado diretamente com Michel Temer, que, ap�s aderir � candidatura ao Planalto do tucano Geraldo Alckmin, optou por apoiar a elei��o de Arlindo Chinaglia (PT-SP) para a presid�ncia da C�mara dos Deputados. Ganha seis minist�rios e passa a comandar or�amento superior a R$ 100 bilh�es.

Elei��es 2010

Ap�s deixar o governo com alta popularidade, Lula articula a alian�a PT com o PMDB, formalizada na chapa Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB). Do outro lado do balc�o, Temer, dessa vez, disputa contra e ajuda a derrotar o ex-aliado tucano Jos� Serra.

Governo (2011-2014)

Foi a primeira vez desde que as elei��es diretas para a Presid�ncia da Rep�blica foram retomadas em 1989 que o PMDB entrou no governo pela porta da frente, tornando-se o principal aliado de Dilma Roussseff. Maior bancada no Senado e a segunda maior na C�mara, o PMDB manteve a presid�ncia do Senado por todo o per�odo e a da C�mara entre 2013 e 2015.

Elei��es 2014

Dilma Rousseff e Michel Temer se reelegem na mais dura e apertada disputa eleitoral da hist�ria recente do pa�s – com uma diferen�a sobre o candidato tucano A�cio Neves (MG) de 3,4 milh�es de votos. O pa�s saiu dividido das urnas.

Janeiro 2015

Dilma Rousseff e Michel Temer come�am o novo governo com desafios frente a uma economia cambaleante e em meio � crise alavancada pela Opera��o Lava-Jato na maior empresa estatal do pa�s, a Petrobras.

Fevereiro 2015

Na C�mara dos Deputados, o PMDB elege para a presid�ncia da Casa o maior desafeto do governo, Eduardo Cunha (RJ). No Senado, � eleito o aliado Renan Calheiros (PMDB-AL).

Julho 2015

A tese do impeachment ainda � minorit�ria, mas � medida que a impopularidade de Dilma cresce, o PMDB come�a a flertar com a oposi��o e a discutir, nos bastidores, essa possibilidade. Mant�m seis minist�rios e 600 cargos comissionados.

Setembro 2015

O PMDB leva ao ar o primeiro programa partid�rio com cr�ticas contundentes ao governo Dilma e, em tom eleitoral, Michel Temer prega: “� preciso algu�m para reunificar o pa�s”. Essa tese comandaria as articula��es do impeachment e a negocia��o com a oposi��o.

Outubro 2015

- O Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) rejeita as contas de 2014 do governo Dilma Rousseff sob o argumento das chamadas “pedaladas fiscais”. A pr�tica n�o era propriamente uma novidade na administra��o p�blica no Brasil. Mas a condena��o chega num momento em que a presidente est� enfraquecida e acuada por n�meros negativos na economia.

- Reforma ministerial implementada por Dilma Rousseff amplia o espa�o do PMDB no governo, subindo de seis para sete minist�rios.

Dezembro 2015

- O presidente da C�mara, Eduardo Cunha, aceita o pedido de impeachment protocolado na Casa contra a presidente Dilma Rousseff pelos juristas H�lio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Jana�na Paschoal sob argumento de um suposto crime de responsabilidade contra a lei or�ament�ria.

- Eliseu Padilha, da Avia��o Civil, pr�ximo a Temer, deixa o governo alegando desentendimentos em rela��o � indica��o, que foi barrada, feita por ele de um t�cnico para o comando da Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac). O que o moveu, de fato, foi a decis�o de Temer de n�o se posicionar contra o impeachment, o que gerou constrangimento no governo.

- Buscando um pretexto para a ruptura, o presidente nacional do PMDB e vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer, enviou uma carta a Dilma apontando epis�dios que, segundo ele, demonstrariam a “desconfian�a” do governo em rela��o a ele e ao PMDB.

Fevereiro 2016

Percebendo as condi��es para tomar o poder, o PMDB volta a levar ao ar propaganda partid�ria recheada de cr�ticas � gest�o de Dilma, apontando um cen�rio desolador, procurando se afastar dos “erros” do governo do qual participa mas n�o assume responsabilidade.

Mar�o 2016

- H� 15 anos � frente do PMDB, Michel Temer, foi reconduzido ao cargo para os pr�ximos dois anos em conven��o realizada em Bras�lia, quando aos gritos de “Temer presidente” e “Fora Dilma”, a legenda, que articula e calcula o aumento da probabilidade de aprovar o impeachment, anuncia que em 30 dias entregaria todos os cargos no governo.

- O novo ministro da Avia��o Civil, Mauro Lopes (MG), desafia a conven��o nacional do PMDB e toma posse, irritando Michel Temer e a c�pula do PMDB, que j� armava o desembarque do governo. PMDB fica com sete minist�rios. Os dirigentes antecipam para o dia 29 a reuni�o do Diret�rio Nacional para homologar a decis�o de deixar o governo Dilma.

- Ligado a Michel Temer, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, que estava no cargo desde 16 de abril de 2015, entregou no dia 28 a carta de demiss�o, se antecipando ao desembarque oficial da legenda. Investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por supostamente ter se beneficiado do esquema de corrup��o que atuava na Petrobras identificado pela Opera��o Lava-Jato, perde momentaneamente o foro privilegiado, mas tem expectativa de retom�-lo em eventual governo Temer.

29 de mar�o

Dando como certos os votos no Congresso Nacional para afastar Dilma Rousseff, o PMDB deixa o governo na expectativa de retom�-lo, em alguns meses, desta vez, na cadeira de presidente.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)