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Estado de Minas

Pediatra causa pol�mica ao se recusar a atender beb� de m�e petista no RS

"Depois de todos os acontecimentos da semana e culminando com o de ontem, onde houve esc�rnio e deboche do Lula ao vivo e a cores, para todos verem (representante maior do teu partido), eu estou sem a m�nima condi��o de ser Pediatra do teu filho. Poderia inventar desculpas, te atender de mau humor, mas prefiro a honestidade que sempre pautou minha vida particular e pessoal", diz mensagem enviada pela m�dica � m�e da crian�a


postado em 30/03/2016 18:07 / atualizado em 30/03/2016 18:30

(foto: Reprodução/Facebook)
(foto: Reprodu��o/Facebook)

Porto Alegre - A atitude de uma m�dica de Porto Alegre est� causando pol�mica nas redes sociais e provocando um debate sobre qual deve ser a postura de um profissional da sa�de com rela��o a pacientes que n�o compartilham de sua posi��o ideol�gica, principalmente em tempos de crise pol�tica e de �nimos exaltados. H� duas semanas, um dia ap�s a nomea��o do ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil e a divulga��o da conversa entre ele e a presidente Dilma Rousseff, a pediatra Maria Dolores Bressan enviou uma mensagem de texto a Ariane Leit�o informando que estava "declinando, em car�ter irrevog�vel", de continuar atendendo seu filho de 1 ano.

Ariane � filiada ao Partido dos Trabalhadores. Foi secret�ria de Pol�ticas P�blicas para Mulheres na gest�o do ex-governador Tarso Genro, tamb�m do PT. Hoje, ela � suplente da C�mara de Vereadores de Porto Alegre. Segundo Ariane, seu filho se consultava com a m�dica desde o primeiro m�s de vida, por meio do plano de sa�de.

"Depois de todos os acontecimentos da semana e culminando com o de ontem, onde houve esc�rnio e deboche do Lula ao vivo e a cores, para todos verem (representante maior do teu partido), eu estou sem a m�nima condi��o de ser Pediatra do teu filho. Poderia inventar desculpas, te atender de mau humor, mas prefiro a honestidade que sempre pautou minha vida particular e pessoal", diz a mensagem enviada pela m�dica � m�e da crian�a.

Ariane relatou o ocorrido nas redes sociais. De l� pra c�, a postagem foi extensamente compartilhada e o caso ganhou repercuss�o. "N�s ficamos chocados. Entendemos que � uma viola��o de direitos humanos de uma crian�a e que fere a �tica profissional. Ela declinou do atendimento e n�o indicou outro m�dico", disse a m�e ao Broadcast Pol�tico, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado.

De acordo com Ariane, ela e a m�dica nunca falaram sobre pol�tica no per�odo em que conviveram. O �nico momento em que o tema veio � tona, segundo ela, ocorreu meses atr�s, quando mencionou que assumiria temporariamente uma vaga na C�mara de Vereadores e teria de conciliar o trabalho com a amamenta��o. "Ela me perguntou a que partido eu pertencia e eu disse que era do PT", relatou.

Na mensagem, a m�dica pede que Ariane n�o insista em marcar mais consultas. "Estou profundamente abalada, decepcionada e n�o posso de forma nenhuma passar por cima dos meus princ�pios. Porto Alegre tem muitos pediatras bons. Estar�s bem acompanhada. Espero que compreendas", diz o texto.

Ariane denunciou o caso ao Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) e est� estudando medidas legais a serem tomadas. "Ela descontou em n�s, em mim e no meu filho, a raiva que ela estava sentindo pela situa��o que o pa�s vive hoje", afirmou. A pediatra foi procurada pela reportagem, mas n�o quis falar.

Divis�o na internet

Nas redes sociais, o epis�dio divide opini�es. Enquanto alguns se posicionam a favor da m�e da crian�a, outros aprovam a postura adotada pela m�dica. A discuss�o aumentou nesta quarta-feira, depois que o jornal Di�rio Ga�cho publicou uma entrevista em que o presidente do Sindicato M�dico do Rio Grande do Sul (Simers), Paulo de Argollo Mendes, defende a conduta da profissional.

Segundo ele, a pediatra agiu de forma �tica, levando em conta que o caso da crian�a n�o era de urg�ncia. "Tu n�o �s o �nico m�dico da cidade e o paciente tem a possibilidade de escolher outros profissionais, da� tu tens que ser honesto, tens que ser leal com o teu paciente. Se tem alguma coisa que te incomoda e que tu achas que vai prejudicar a tua rela��o com o teu paciente, se tu n�o vais se sentir confort�vel, se n�o vai ser prazeroso para ti atender aquela pessoa, tu deves dizer para ela", ele afirmou. Para Argollo, a m�dica deveria "se orgulhar" por ter cumprido o c�digo de �tica da profiss�o.

Ariane considerou "lament�vel" a fala do presidente do Simers. "� uma tentativa rasteira de transformar um caso de �tica profissional numa quest�o pol�tica. Eu n�o vou aceitar que o caso que afetou o meu filho seja transformado numa disputa entre petistas e n�o petistas", falou. Procurado, o Simers manifestou, por meio de nota, que a declara��o de Argollo confirma o posicionamento da entidade a respeito do cumprimento do C�digo de �tica M�dica. O sindicato tamb�m destacou que tem uma posi��o apartid�ria e de respeito a todos os cidad�os.

O Cremers informou que ser� aberta uma sindic�ncia para apurar a den�ncia formalizada por Ariane Leit�o. Se a comiss�o que vai analisar o epis�dio entender que houve ind�cio de infra��o �tica, ser� instaurado um Processo �tico-Profissional que pode resultar em absolvi��o da m�dica acusada ou, ent�o, em aplica��o de uma das penas previstas na Lei 3.268/57. As puni��es poss�veis v�o desde uma advert�ncia confidencial at� a cassa��o do exerc�cio profissional.


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