Cautelosos, aliados do vice t�m desautorizado publicamente qualquer especula��o sobre a pol�tica econ�mica e forma��o da equipe para a �rea numa eventual gest�o Temer. A precau��o � tamanha que eles dizem que mesmo o documento "Ponte para o Futuro" - lan�ado em outubro com propostas para reequilibrar as contas p�blicas com desindexa��o do sal�rio m�nimo e de benef�cios previdenci�rios - n�o deve ser visto como um "Plano Temer" definitivo, justamente por causa das medidas impopulares previstas no texto.
Os peemedebistas receiam que as discuss�es sobre a��es na economia possam retirar o apoio da popula��o ao impeachment e alimentar o discurso do PT contra o afastamento de Dilma. A bancada petista no Congresso tem questionado o documento peemedebista.
Embora o discurso oficial seja o de que n�o h� um programa, nos bastidores as principais lideran�as do PMDB avan�am na prepara��o de uma eventual transi��o de governo. Os aliados do vice t�m conversado com economistas para preparar as bases de um programa mais detalhado. A tend�ncia � que a divulga��o de uma plataforma mais elaborada s� ocorra em maio, caso a C�mara admita a abertura do processo de impeachment contra Dilma e o Senado posteriormente decida afast�-la do cargo.
De olho na rua
O deputado Carlos Marun (PMDB-MS), aliado do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que um eventual governo Temer ter� de fazer uma op��o por n�o aumentar a carga tribut�ria para tapar o rombo das contas p�blicas. "Esse � um desejo da rua, que � protagonista desse processo de mudan�a", disse.
Marun encaminhou a Temer uma lista de propostas que inclui corte nas despesas de custeio, um novo regime or�ament�rio, enxugamento dos minist�rios para algo entre 20 e 25 e corte de cargos de confian�a. "O PMDB tem que se adaptar aos novos tempos."
Para a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), o partido precisa responder qual � a proposta para governar o Pa�s e terminar com a crise econ�mica. "Vai trocar para mudar com que proposta? Essa proposta ainda n�o apareceu", disse. "Estamos onde estamos por causa de gastos do governo. N�o se interrompeu a gastan�a."
O senador Romero Juc� (PMDB-RR) disse que, por ora, o partido n�o deve pautar a discuss�o p�blica de medidas econ�micas. "Aumento de carga tribut�ria em momento de crise econ�mica n�o � inteligente. Se tem que fazer uma travessia e exigir sacrif�cio, primeiro tem que dar exemplo de sacrif�cios para depois cobrar dos outros."
Card�pio
Nas conversas dos peemedebistas, h� uma constata��o de que o card�pio de medidas econ�micas n�o poder� ser muito diferente dos projetos de ajuste fiscal da gest�o Dilma que j� tramitam no Congresso. Para eles, a reforma da Previd�ncia � tida como fundamental, assim como o aprofundamento do corte de despesas e medidas para diminuir o engessamento do Or�amento.
A diferen�a em rela��o ao governo Dilma � de que a equipe de Temer teria condi��es de resgatar confian�a, principalmente do setor empresarial.