
Cinquenta policiais federais cumprem 12 ordens judiciais, sendo 8 mandados de busca e apreens�o, 2 de pris�o tempor�ria e 2 de condu��o coercitiva - quando o investigado � levado para depor e liberado. As medidas est�o sendo cumpridas nos munic�pios de S�o Paulo, Carapicu�ba, Osasco e Santo Andr�. Segundo a Pol�cia Federal, os fatos investigados nesta fase apuram crimes de extors�o, falsidade ideol�gica, fraude, corrup��o ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
A Procuradoria da Rep�blica, durante as investiga��es da Lava-Jato, constatou que o pecuarista Jos� Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, contraiu, a pedido do PT, "um empr�stimo fraudulento junto ao Banco Schahin em outubro de 2004 no montante de R$ 12 milh�es, cujo preju�zo foi posteriormente suportado pela Petrobras".
"O m�tuo, na realidade, tinha por finalidade a 'quita��o' de d�vidas do Partido dos Trabalhadores (PT) e foi pago por interm�dio da contrata��o fraudulenta da Schahin como operadora do navio-sonda Vit�ria 10.000, pela Petrobras, em 2009, ao custo de US$ 1,6 bilh�o. Esses fatos j� haviam sido objeto de acusa��o formal, sendo agora foco de uma nova frente investigat�ria", sustenta a for�a-tarefa em nota.
Por determina��o do PT, R$ 6 milh�es tiveram como destino o empres�rio do munic�pio de Santo Andr� (SP), Ronan Maria Pinto.
MORTE DO PREFEITO CELSO DANIEL Em novembro de 2014, ao pedir a pris�o de Bumlai pelo empr�stimo de R$ 12 milh�es, a for�a-tarefa da Lava-Jato citou um epis�dio mencionado pelo condenado no mensal�o Marcos Val�rio, em 2012, quando ele tentou, sem sucesso, um acordo de dela��o premiada com a Procuradoria-Geral da Rep�blica para reduzir sua condena��o de 37 anos no mensal�o.
O publicit�rio afirmou naquela �poca que o pecuarista teria repassado dinheiro a um empres�rio de Santo Andr� para evitar que ele revelasse novos nomes envolvidos na morte do ent�o prefeito da cidade, Celso Daniel (PT), em 2002. O dinheiro serviria, segundo Val�rio, para que o empres�rio parasse de chantagear o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, o ent�o secret�rio da Presid�ncia, Gilberto Carvalho, e o ent�o ministro da Casa Civil, Jos� Dirceu. Ronan tentava relacionar Lula, Carvalho e Dirceu a suspeitas de corrup��o na cidade que teriam motivado o assassinato do prefeito Celso Daniel, em 2002 - a conclus�o da pol�cia paulista � de que ele foi v�tima de um crime comum, n�o pol�tico.
Em 2014, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que a Pol�cia Federal apreendeu no escrit�rio da contadora do doleiro Alberto Youssef , delator da Lava-Jato, um contrato de empr�stimo no valor de R$ 6 milh�es entre Marcos Val�rio e uma empresa de Ronan Maria Pinto. Na ocasi�o, Ronan negou qualquer contrato.
"Como ressaltou a decis�o que decretou as medidas cautelares, a fiar-se no depoimento dos colaboradores e do confesso Jos� Carlos Bumlai, os valores foram pagos a Ronan Maria Pinto por solicita��o do Partido dos Trabalhadores". Para fazer os recursos chegarem ao destinat�rio final, foi arquitetado um esquema de lavagem de capitais, envolvendo Ronan, pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores e terceiros envolvidos na operacionaliza��o da lavagem do dinheiro proveniente do crime contra o sistema financeiro nacional", aponta a for�a-tarefa da Lava-Jato.
Segundo a Procuradoria, h� evid�ncias que apontam que o PT influiu diretamente junto ao Banco Schahin na libera��o do empr�stimo fraudulento. Para chegar ao destinat�rio final Ronan Maria Pinto, os investigados teriam se utilizado de diversos estratagemas para ocultar a proveni�ncia il�cita dos valores e a identidade do destinat�rio final do dinheiro obtido na institui��o financeira.
O ESQUEMA "Em suma, h� provas que apontam para o fato de que a operacionaliza��o do esquema se deu, inicialmente, por interm�dio da transfer�ncia dos valores de Bumlai para o Frigor�fico Bertin, que, por sua vez, repassou a quantia de aproximadamente R$ 6 milh�es a um empres�rio do Rio de Janeiro envolvido no esquema", afirma a Procuradoria.
"H� evid�ncias de que este empres�rio carioca realizou transfer�ncias diretas para a Expresso Nova Santo Andr�, empresa de �nibus controlada por Ronan Maria Pinto, al�m de outras pessoas f�sicas e jur�dicas indicadas pelo empres�rio para recebimento de valores. Dentre as pessoas indicadas para recebimento dos valores por Ronan, estava o ent�o acionista controlador do Jornal Di�rio do Grande ABC, que recebeu R$ 210 mil em 9 de novembro de 2004. Na �poca, o controle acion�rio do peri�dico estava sendo vendido a Ronan Maria Pinto em parcelas de R$ 210 mil. Suspeita-se que uma parte das a��es foi adquirida com o dinheiro proveniente do Banco Schahin. Uma das estrat�gias usadas para conferir apar�ncia leg�tima �s transfer�ncias esp�rias dos valores foi a realiza��o de um contrato de m�tuo simulado, o qual havia sido apreendido em fase anterior da Opera��o Lava-Jato."
A for�a-tarefa sustenta que outras pessoas possivelmente envolvidas na negocia��o para a concess�o do empr�stimo fraudulento pelo Banco Schahin tamb�m s�o alvo da opera��o desta sexta. Segundo os investigadores, identificou-se que um dos envolvidos recebeu recursos de pessoas e empresas que mantinham contratos com a Petrobras e que j� foram condenadas no �mbito da Opera��o Lava-Jato.
“Esses pagamentos ocorreram ao menos at� o ano de 2012. As pessoas cuja pris�o foi determinada j� tiveram pr�vio envolvimento com crimes de corrup��o”, aponta a Procuradoria.
O nome da opera��o, Carbono 14, segundo a PF, faz refer�ncia a procedimentos "utilizados pela ci�ncia para a data��o de itens e a investiga��o de fatos antigos". Os presos ser�o levados para Curitiba, sede da Lava-Jato.