
Independentemente do resultado, o texto precisa ainda ser analisado pelo plen�rio, onde precisa de 342 votos para que o processo siga para o Senado. A comiss�o retoma os trabalhos na segunda-feira, quando ocorrer� a vota��o. H� ao menos quatro partidos com divis�es internas: PMDB, PP, PR e PSD. O governo tenta angariar votos dessas siglas. Em meio � “repactua��o”, o Planalto negocia minist�rios, que podem ser entregues ap�s a vota��o do impeachment no plen�rio. Segundo o levantamento que levou em conta parlamentares que j� declararam o voto abertamente ou falaram com a reportagem, 33 deputados acompanham o relator. Outros 20 s�o contr�rios e 11 se dizem indecisos. Por ora, a maioria na comiss�o n�o se reflete nas diversas listas de previs�o feitas por partidos no plen�rio. Governistas apontam 120 contra o afastamento e 265 a favor. Haveria pelo menos 106 votos garantidos do n�cleo duro contr�rio ao impeachment.

Com oito nomes na comiss�o, o PMDB contabiliza dois votos pr�-Dilma e quatro contra. Entre os indecisos, o deputado Washington Reis (RJ) tem dito a colegas que votar� com o relator, apesar de ser aliado do l�der Leonardo Picciani (RJ), pr�ximo ao Planalto. Pr�-candidato a prefeito de Duque de Caxias, Reis tem sofrido press�o dos eleitores. Ele cogitou inclusive encomendar uma pesquisa de opini�o aos poss�veis eleitores sobre o impeachment. Valtenir Pereira (MT), por outro lado, deve acompanhar Picciani. O l�der do PP, deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), n�o antecipou o voto. Tr�s correligion�rios se posicionaram a favor da deposi��o e o deputado Roberto Brito (BA), contra. Embora rachado, a sigla decidiu permanecer na base.
No PR, o l�der Maur�cio Quintella Lessa (MG) conversar� com a bancada no fim de semana, mas o partido n�o fechar� quest�o. Dois deputados da legenda na comiss�o votar�o contra o impeachment. Quintella n�o declarou a posi��o. �dio Lopes seguir� a orienta��o partid�ria, a ser definida at� segunda-feira. Partido do presidente da comiss�o, Rog�rio Rosso (DF), o PSD tem um integrante de cada lado. Rosso ainda n�o decidiu se votar� na comiss�o, embora n�o haja impedimento t�cnico. A tend�ncia � que se manifeste apenas em plen�rio. O quarto integrante da sigla no colegiado, deputado Julio C�sar (PI), pode faltar na segunda-feira.
RITO DA VOTA��O
Em resposta a uma quest�o de ordem apresentada pelo deputado Paulo Magalh�es (PSD-BA), o presidente do colegiado, deputado Rog�rio Rosso (PSD-DF), decidiu que, no fim da discuss�o, a Advocacia-Geral da Uni�o (AGU) ter� 15 minutos para uma nova defesa de Dilma. A ida do titular da pasta, Jos� Eduardo Cardozo, est� confirmada. Rosso tamb�m definiu ainda que, na aus�ncia de titulares, votar�o os suplentes do bloco formado na comiss�o de acordo com a ordem de chegada, o que pode mudar o placar.
Oposicionistas acusaram o governo de pressionar integrantes para faltarem � vota��o. “Ou ele est� com atestado de �bito ou tem que comparecer aqui. A gente n�o pode tolerar artimanhas, press�o do governo para inviabilizar a vota��o do impeachment”, afirmou o deputado Mendon�a Filho (DEM-PE). O deputado Alex Manente (PPS-SP) chegou a apresentar quest�o de ordem para que fosse adotada vota��o nominal, por ordem alfab�tica, a fim de constranger os ausentes.
O procedimento � o mesmo que o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) adotar� em plen�rio. Rosso responder� ao pedido na segunda-feira, mas deve neg�-lo, uma vez que o objetivo � encerrar a vota��o at� as 19h. Pelo menos um deputado, Julio Cesar (PSD-PI), revelou a inten��o de faltar. “Eu nem queria ser titular na comiss�o. Estou avaliando. Existe a possibilidade de eu faltar e um suplente votar no meu lugar”, disse.
Ao longo da tarde e da noite de ontem, governistas e oposicionistas se revesaram em argumentos tanto jur�dicos quanto pol�ticos sobre o afastamento. “N�o h� pedalada fiscal. . O que existe � pedalada jur�dica para justificar o injustific�vel. O impeachment ilegal � contra a democracia”, disse o deputado Pepe Vargas (PT-RS). L�der do PDT, Weverton Rocha (MA) chegou a apresentar um voto em separado, contr�rio ao afastamento de Dilma. J� Benito Gama (PTB-BA) afirmou que o pa�s vive uma “degrada��o em todos os sentidos”. “Estamos sendo levados para o caos, n�o somente nacional, mas internacional”, disse. Um dos dois principais argumentos do voto de Jovair Arantes (PTB-GO), as pedaladas s�o atrasos de repasses da Uni�o a bancos p�blicos. O relator entende que o mecanismo constituiu opera��o de cr�dito, acusa��o negada pelo governo.