Bras�lia, 09 - Embora tenha dito ter convic��o de que a presidente Dilma Rousseff n�o cometeu crime de responsabilidade que justifique seu afastamento, o l�der do PMDB na C�mara, deputado Leonardo Picciani (RJ), fez uma dura cr�tica � petista em seu discurso na Comiss�o Especial do impeachment, na madrugada deste s�bado.
Picciani afirmou que o Brasil chegou � atual situa��o, "porque quem ganhou a elei��o n�o teve a humildade de reconhecer que ganhou uma elei��o dividida e chamar o Pa�s a uma reconcilia��o e quem perdeu n�o teve a resigna��o de aceitar o resultado e pensar no Pa�s; preferiu contestar e pensar apenas na sua ambi��o pol�tica". "Essa p�gina, sim, seja qual for o resultado, tem que ser virada", disse.
Ponderando que n�o estava discursando como l�der do partido, mas como deputado, Picciani disse n�o ter encontrado na representa��o do pedido de impeachment de Dilma feita pelos juristas H�lio Bicudo, Miguel Reale J�nior e Jana�na Paschoal, fundamento de que a petista tenha cometido crime de responsabilidade. "Tenho convic��o, presidente, de que ela n�o cometeu", afirmou.
O peemedebista disse tamb�m n�o concordar com o parecer do relator do processo na comiss�o especial do impeachment, deputado Jovair Arantes (PTB-GO). "Seu parecer � melhor do que a den�ncia formulada pelos tr�s advogados que a propuseram, mas, mesmo assim, a meu ju�zo, n�o me convenceu que, em algum movimento, houve crime de responsabilidade", declarou Picciani.
O l�der disse ter se convencido ainda mais disso ao assistir � participa��o de Jana�na Paschoal na comiss�o. "Ela n�o se restringiu a falar da sua pe�a. Ela fez um discurso pol�tico que qualquer um de n�s aqui poderia ter feito". "Portanto, se quem escreveu a den�ncia (…) precisou buscar outros pontos de argumenta��o, certamente � porque sua convic��o n�o estava t�o segura de que a pe�a era completa por si s�".
Amea�as
Picciani contou ter sido procurado por diversas pessoas a favor e contr�rias ao impeachment e, sem citar nomes, indicou que foi alvo de amea�as. O parlamentar disse, no entanto, que amea�as n�o v�o sensibiliz�-lo a mudar suas convic��es. "Portanto, me desculpem, mas o conjunto da obra n�o preenche a lacuna legal para que o princ�pio do voto popular possa ser rompido", disse.