A previs�o � de que ainda nesta semana sejam encaminhados ao Supremo Tribunal Federal (STF) os pedidos de inqu�rito com base na dela��o do ex-l�der do governo Delc�dio Amaral (sem partido-MS), que j� est�o em fase final na Procuradoria Geral da Rep�blica (PGR).
Procuradores que trabalham com Janot veem ind�cios para pedir investiga��es do senador A�cio Neves (PSDB-MG), do ministro da Educa��o, Aloizio Mercadante, e do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por exemplo. Delc�dio citou nos depoimentos mais de 70 pessoas, com uma lista extensa de pol�ticos. Nesta semana, devem ser encaminhados os pedidos de abertura de inqu�rito ou arquivamento de cada um dos 20 fatos separados pela PGR com base nos depoimentos.
Desde a dela��o do petista, procuradores j� avaliam a possibilidade de um inqu�rito contra a presidente, o que ganhou for�a com o avan�o da opera��o sobre o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e a chegada � PGR do material obtido nos grampos telef�nicos.
Com rela��o � obstru��o de investiga��es, a ideia � trazer para o campo criminal o parecer assinado pelo procurador-geral e encaminhado ao STF anteontem. Na pe�a, Janot diz que a nomea��o de Lula para a Casa Civil por Dilma faz parte do "cen�rio" em que foram identificadas diversas tentativas de atrapalhar as investiga��es criminais da Lava Jato e v� no ato uma forma de "tumultuar" e atrasar a investiga��o. Por "coer�ncia", dizem fontes com acesso ao caso, a defini��o sobre o eventual inqu�rito de Dilma deve seguir a mesma premissa.
Para formarem o pedido de investiga��o, procuradores devem unir tr�s materiais: a dela��o de Delc�dio, as conversas por telefone interceptadas pela Lava Jato e as investiga��es em andamento sobre Lula. Na dela��o, Delc�dio citou por exemplo uma investida do Planalto sobre o Judici�rio para influir nas investiga��es com a suposta indica��o do ministro do Superior Tribunal de Justi�a Marcelo Navarro Ribeiro Dantas.
Lula. J� as implica��es sobre Lula podem ser cruciais para os desdobramentos criminais com rela��o a Dilma. Isso porque o crime de embara�o �s investiga��es prev� a tentativa de atrapalhar apura��o de infra��es penais que envolvam organiza��o criminosa. � necess�rio apontar, portanto, que h� ind�cios de envolvimento de Lula em uma organiza��o criminosa para enquadrar o ato da presidente de nomea��o do petista no crime de obstru��o. Por isso, o material sobre o tr�plex no Guaruj� e o s�tio em Atibaia, ambos supostamente pertencentes ao ex-presidente, serve de apoio � defini��o sobre Dilma.
Em mar�o de 2015, Janot descartou a possibilidade de investigar a presidente mesmo ap�s men��o ao nome de Dilma por delatores. Pela Constitui��o, alegou o procurador, n�o cabe investiga��o de presidente da Rep�blica durante o mandato por atos alheios ao per�odo e � fun��o de presidente. Esse tipo de preliminar, no entanto, j� foi descartada na PGR no caso dos �bices � investiga��o.
O "cen�rio" das tentativas de obstru��o � formado tamb�m por conversas laterais grampeadas que envolvem o Planalto, como di�logo em que o presidente do PT sugere ao ent�o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, um pedido de ajuda para evitar a pris�o de Lula.
Independentemente da defini��o do plen�rio do Supremo sobre a validade da posse de Lula, o ex-presidente ser� investigado perante a Corte. Os procuradores suspeitam da pr�tica de crimes pelo petista que t�m conex�o com investiga��es que envolvem pessoas com foro privilegiado. � o caso da suspeita, levantada por Delc�dio, de que Lula seja o mandante de pagamentos � fam�lia de Nestor Cerver� para calar o ex-diretor da Petrobr�s.
Em dela��o, Delc�dio afirmou que Lula solicitou ajuda para o amigo e pecuarista Jos� Carlos Bumlai, que estaria implicado nas dela��es de Cerver� e do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. Delc�dio seria respons�vel, segundo declarou aos investigadores, por intermediar o pagamento de valores � fam�lia do ex-diretor da Petrobr�s com recursos de Bumlai. Lula prestou depoimento a procuradores da Lava Jato em Bras�lia na quinta-feira sobre o assunto. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.