
A discuss�o em torno do parecer do impeachment ser� retomado amanh�, a partir das 10h. Nessa etapa, discursar�o apenas os l�deres partid�rios e o defensor do governo, Jos� Eduardo Cardozo, ministro-chefe da AGU (Advocacia Geral da Uni�o). Segundo aliados do ministro, ele voltar� a pedir a anula��o do processo. A vota��o ser� feita na sequ�ncia, perto das 16h, com expectativa tanto de aliados do governo quanto da oposi��o de aprova��o do parecer pr�-impedimento.
A maratona entre sexta-feira e a madrugada de s�bado come�ou por volta das 15h30, mas os discursos de fato s� se iniciaram cerca de uma hora depois. Governistas e oposicionistas se alternaram em suas falas contra e a favor do impeachment. Governo e oposi��o acabaram deixando em segundo plano o teor do parecer do relator, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), favor�vel ao impeachment, e focaram seus discursos nas cr�ticas um ao outro. O presidente da Comiss�o Especial, deputado Rog�rio Rosso (PSD-DF), comparou este momento da an�lise com o ocorrido no processo de impedimento do ex-presidente Fernando Collor de Mello. “Na �poca, foram apenas tr�s sess�es, at� agora j� tivemos 12”, destacou.
Governistas ressaltaram que partidos da oposi��o tamb�m s�o acusados de corrup��o e acusaram opositores de n�o aceitar perder as �ltimas elei��es e querem tirar Dilma por meio de um “golpe”. Focaram ainda na estrat�gia de lembrar que a linha de sucess�o presidencial � integrada por membros investigados por corrup��o, como o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), segundo na linha de sucess�o.
A oposi��o centrou suas cr�ticas em outras acusa��es e suspeitas contra o governo Dilma, algumas alheias ao parecer de Arantes, bem como contra o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e ao PT. Opositores apostaram tamb�m na estrat�gia de dizer que aqueles que votarem contra o impeachment estar�o concordando com os crimes de responsabilidade que a petista � acusada na representa��o.
BATE-BOCA Durante a sess�o, houve princ�pio de tumulto em dois momentos. O primeiro foi quando, seguindo a linha adotada por governistas, o deputado Pepe Vargas (PT-RS) afirmou que PSDB e DEM s�o os partidos com maior n�mero de pol�ticos cassados no pa�s. O l�der do DEM, Pauderney Avelino (AM), e o deputado Mendon�a Filho (PE) reagiram com gritos de “mentira”. O segundo bate-boca mais acalorado ocorreu durante o discurso do deputado S�lvio Costa (PT do B-PE), vice-l�der do governo na C�mara. O parlamentar ironizou o deputado S�stenes Cavalcante (DEM-RJ) pelo fato de ele ser pastor evang�lico e chamou o deputado Danilo Forte (PSB-CE) de “corrupto” e “imbecil”, o que gerou a rea��o imediata de parlamentares pr�-impeachment.
O cansa�o era vis�vel no rosto de deputados, assessores e jornalistas que participavam da sess�o da comiss�o. Para amenizar a situa��o, o deputado S�stenes Cavalcante (DEM-RJ) distribuiu energ�ticos para funcion�rios que estavam trabalhando, que se somou ao cafezinho servido pela C�mara. O presidente da comiss�o, deputado Rog�rio Rosso (PSD-DF), tamb�m mandou fazer sandu�ches de p�o franc�s e queijo para distribuir.
Um grupo de manifestantes aliado ao governo fez um piquenique do lado de fora da comiss�o e distribuiu p�o com mortadela como resposta ao apelido que a oposi��o deu aos manifestantes que protestam em favor de Dilma. Houve at� deputados favor�veis ao impeachment lanchando com eles e foram bem recebidos. Rosso tamb�m pediu que levassem lanches aos presentes. Ele, no entanto, optou pela neutralidade: foi p�o com queijo e manteiga.
Por volta das 2h, houve um momento em que havia somente um parlamentar governista, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS). Alguns deputados s� chegaram na hora de falar e deixavam a sess�o ap�s o discurso, indo para casa ou reunindo-se em restaurantes com colegas. (Com ag�ncias)