
Bras�lia – Cerca de 80 deputados federais que ainda n�o se posicionaram em rela��o � vota��o da autoriza��o para a abertura do processo de impeachment est�o �s voltas com cobran�as e intensa mobiliza��o da sociedade. S�o milhares de e-mails, mensagens nos celulares, recados pelas redes sociais, chamadas nos gabinetes e interpela��o nos corredores por grupos de press�o.
“� telefonema na madrugada, � gente falando, pressionando dos dois lados, al�m dos colegas deputados, que argumentam o tempo todo”, afirma Brunny (PR-MG), que n�o quer se posicionar. “Alguns deixam mensagens do tipo: 'lembre-se do que aconteceu com aqueles que votaram contra o impeachment do Collor; prepare-se, se quer continuar na pol�tica'”, diz ela, reclamando que s�o sobretudo liga��es de eleitores de S�o Paulo.
O deputado federal Weliton Prado (PMB-MG), que s� na Comiss�o de Impeachment declarou-se favor�vel ao impedimento de Dilma, de Michel Temer e tamb�m � cassa��o de Eduardo Cunha, r�u acusado de corrup��o e lavagem de dinheiro por suposto envolvimento no esquema de desvios da Petrobras, admite: “O pa�s est� dividido, e aqui, a pr�tica � a mesma dos dois lados. A todo momento recebo liga��es e recados oferecendo espa�os no governo”. E � fato que muitos dos indecisos negociam dos dois lados � espera da defini��o do vencedor.
Para parlamentares do PT, do PcdoB, do PSOL, do PSDB, do PPS, do DEM e do SD, posicionados sem chance de abalos, as manifesta��es de eleitores e grupos de press�o em geral s�o menores. “Claro que ningu�m vai tentar modificar o meu voto”, afirma Roberto Freire (PPS-SP). As manifesta��es que recebe s�o de apoio. Tamb�m no gabinete do deputado Henrique Fontana (PT-RS), um dos mais combativos na comiss�o que analisou o pedido de impeachment, os e-mails e telefonemas que chegam, em geral, d�o sustenta��o ao posicionamento do parlamentar. “N�o � aqui que os movimentos golpistas v�o pregar faixas pelo impeachment”, ironiza um assessor.
Mas pelas portas dos gabinetes dos deputados Marco Feliciano (PSC-SP), Espiridi�o Amin (PP-SC) e Nelson Marchezan (PSDB-SP), as faixas com pedido de impeachment j�, distribu�das pelo Movimento Brasil Livre, j� s�o parte da paisagem. No corpo a corpo, os deputados suam a camisa. Reginaldo Lopes (PT-MG) tenta convencer indecisos no PP e no PRB, legendas que j� abandonaram a base do governo. “Onde est�o os golpistas de 64. Esta � a quest�o que coloco. Foram todos para a lata de lixo. Ao contr�rio, quem defendeu a legalidade entrou para a hist�ria”, argumenta.
Do outro lado, Domingos S�vio (PSDB-MG), presidente do PSDB de Minas, tamb�m gasta longa argumenta��o com indecisos. “Eu procuro mostrar pra eles que se o impeachment passar ter�o dificuldades para participar da constru��o do novo governo. E, por outro lado, se este governo permanecer por seis votos, que esperan�a ser� poss�vel manter de que conseguir� melhorar o pa�s?”, desafia ele.