S�o Paulo - O ex-gerente-geral da �rea Internacional da Petrobras Eduardo Musa reafirmou em depoimento na Opera��o Lava-Jato nessa quarta-feira, 13, que a Schahin foi contratada para operar a navio-sonda Vit�ria 10.000, em 2009, por causa de uma d�vida de R$ 60 milh�es do PT. Eduardo Musa � um dos delatores da Lava-Jato. Ele dep�s em audi�ncia na a��o penal em que o pecuarista Jos� Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, � r�u por corrup��o, lavagem de dinheiro e gest�o fraudulenta.
Eduardo Musa trabalhou na �rea internacional como gerente-geral entre 2006 e 2009. Segundo o delator, acima dele estava Luis Carlos Moreira. Nestor Cerver� comandou o setor entre 20 de mar�o de 2003 e 7 de mar�o de 2008 e Jorge Zelada entre 4 de mar�o de 2008 e 20 de julho de 2012.
"O que me foi colocado tanto pelo (Luis Carlos) Moreira como pelo Nestor (Cerver�) � que seria um acerto de uma d�vida do PT com o Banco Schahin", afirmou.
De acordo com o ex-gerente-geral, ele recebeu US$ 700 mil de propina no esquema. Ao juiz federal S�rgio Moro, o delator contou que foi procurado por Sandro Tordin, do grupo Schahin, que o apresentou a Fernando Schahin, tamb�m ligado ao grupo.
"O Fernando Schahin, era o representante dentro da Schahin de conduzir esse projeto. Ele me ofereceu uma vantagem, caso a gente conclu�sse a contrata��o da Schahin como operadora", afirmou. "Acho que em torno de 1 milh�o, mas pago em torno de US$ 48 mil d�lares por m�s ao longo de algum tempo depois que a sonda come�asse a operar. Foi antes da contrata��o."
O delator contou que s� tratou do assunto "com o Fernando" e disse que recebeu parte do US$ 1 milh�o prometido, entre 2011 e 2012. "Recebi parte dele. Acho que em torno de US$ 700 mil."
O juiz Moro questionou por que Eduardo Musa recebeu "t�o distante da contrata��o". "S� receberia a partir da opera��o da sonda", respondeu Eduardo Musa. Segundo ele, a Schahin n�o terminou de pagar a propina, pois ficou sem dinheiro.
O magistrado quis saber se houve "um c�lculo porcentual em cima de alguma coisa". "N�o, era um n�mero cabal�stico", relatou o delator.
Musa disse ao juiz que nunca solicitou propina e deu detalhes do acerto com Fernando Schahin, que teria oferecido os valores. "Nunca achaquei ningu�m", afirmou. "� constrangedor, mas � um oferecimento. Depois do primeiro contato com ele, tivemos um segundo contato. Talvez no terceiro e quarto, ele aborda, dizendo: 'Olha, a gente quer que esse neg�cio vingue'. Nesses contatos anteriores, em cada um, ele colocava um assunto desse tipo: 'olha, esse aqui � do interesse do PT, porque � pra pagar (…)'. Depois da outra vez, ele falava: 'olha, quem cuida disso, dessa d�vida com a gente � o Bumlai, que � compadre do Lula'".
Hist�rico
Eduardo Musa explicou que ap�s a contrata��o do primeiro navio-sonda Petrobras 10.000 houve uma negocia��o com a Samsung para a compra de um segundo equipamento.
"Diferentemente da primeira sonda em que a gente teve contrato com a Samsung, mas n�o havia operadora, essa segunda sonda j� veio endere�ada a operador que seria a Schahin. Uma coisa � o contrato com o estaleiro de montagem e a outra coisa � a o operador da sonda, � quem pilota a sonda", relatou Musa. "Houve uma conversa comigo, dizendo que essa segunda sonda seria contratada para ser operada para a Schahin".
Segundo Musa, a compra de um segundo navio-sonda n�o seria necess�ria. "Para a �rea internacional, entendo que n�o haveria necessidade de uma sonda pr�pria, voc� poderia completar com sonda contratada", disse. "No caso da �rea internacional, a primeira sonda atenderia, voc� teria picos de necessidade, que voc� poderia suprir temporariamente com outra unidade que n�o precisaria ser obrigatoriamente sua e contratada por tanto tempo."
O ex-gerente da �rea internacional relatou que houve "v�rios questionamentos principalmente da �rea financeira da Petrobras sobre a maneira como estava sendo estruturado o neg�cio". "A Schahin era ponto pac�fico, essa unidade seria constru�da para a Schahin operar. Musa disse que foi solicitado a ele a cria��o de "meios de modo a proporcionar a contrata��o da Schahin".