
Temendo judicializar o processo de impeachment de Dilma Rousseff, o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recuar� e far� a vota��o do pr�ximo domingo intercalando Estados e come�ando pela Regi�o Norte do Pa�s. A decis�o foi tomada na quarta-feira � noite e deve ser anunciada nesta quinta-feira. Questionado, Cunha n�o se manifestou a respeito da altera��o, confirmada ao jornal O Estado de S. Paulo por dois de seus aliados.
Cunha pretendia come�ar a vota��o pelos Estados do Sul, cujos deputados s�o majoritariamente favor�veis ao impeachment. O PT, no entanto, apresentou na quarta uma quest�o de ordem, questionando o procedimento.
"N�s exigimos que o regimento seja cumprido, no sentido de que, na mesma vota��o, o senhor presidente chame um Estado do Sul e um Estado do Norte, um Estado de uma regi�o e um Estado de outra regi�o. Porque dessa forma, cumprir-se-� o regimento e respeitar-se-�o de forma ison�mica as regi�es do Brasil e este plen�rio", afirmou a deputada Maria do Ros�rio (PT-RS) ao apresentar quest�o de ordem na quarta-feira.
Em entrevista concedida na quarta, Cunha havia afirmado que o modelo Sul-Norte que defendia n�o influenciaria o resultado. "A �nica coisa que pode acontecer � se eventualmente tiver sido atingido (o qu�rum m�nimo para aprova��o, 342 votos), e isso pode acontecer em qualquer lado, � medida que se atinja o qu�rum para a abertura do processo, se for atingido, aqueles que ainda n�o votaram podem se estimular a votar de uma maneira pelo fato de j� ter sido atingido. Foi o que aconteceu na vota��o de Collor", disse.
O peemedebista disse na quarta que, quando a C�mara julgou o pedido de impeachment do ent�o presidente Fernando Collor, n�o havia disposi��o regimental prevendo a ordem de vota��o e que se adotou a op��o de ordem alfab�tica porque havia sido usada na Constituinte de 1988.
Segundo ele, s� depois do julgamento � que o regimento foi alterado para passar a constar a altern�ncia de norte e sul. "A casa teve um crit�rio de utilizar isso alternadamente em vota��es", disse Cunha na quarta-feira.
O peemedebista afirmou que este crit�rio foi usado em tr�s vota��es. "Na primeira, foi usado o crit�rio norte-sul, na segunda, sul-norte e novamente norte-sul na terceira. Essa � a quarta vota��o e seria usado este crit�rio sul-norte", justificou.