
Bras�lia - Caso a presidente Dilma Rousseff venha a ser afastada por decis�o do Senado, o presidente interino Michel Temer pretende realizar mudan�a geral no Minist�rio da petista e um "choque" na gest�o econ�mica. Interlocutores do vice afirmaram que Temer quer, com essas a��es, marcar logo sua diferen�a no governo em rela��o a Dilma, buscar apoios para fundar uma nova base aliada no Congresso e propor reformas que precisem de aval dos parlamentares. Caso o Senado concorde com a abertura do processo, a presidente � afastada por 180 dias e o vice assume interinamente a Presid�ncia.
A medida de Temer n�o deve poupar sequer os seis ministros do PMDB que est�o no governo. Eles n�o seguiram a orienta��o partid�ria de 29 de mar�o, na qual a c�pula partid�ria determinou a entrega imediata de todos os cargos da gest�o Dilma. Somente Henrique Eduardo Alves, amigo de Temer, antecipou-se � decis�o e deixou o Minist�rio do Turismo.
Aliados do vice querem propor um enxugamento da m�quina p�blica com a redu��o de 32 para, no m�nimo, 20 o n�mero de ministros na Esplanada. Interlocutores do peemedebista dizem que, nessa reforma ministerial, n�o haveria restri��es a indica��es pol�ticas de partidos ou mesmo a assun��o de parlamentares aos cargos de ministro, desde que os nomes tenham afinidade com a pasta ou experi�ncia de atua��o na respectiva �rea.
O vice pretende conversar com os dirigentes dos partidos com interesse em fazer parte da sua base aliada a fim de discutir apoio �s diretrizes que o eventual governo iria defender. As legendas dever�o fazer as indica��es para compor os cargos no primeiro escal�o do governo dele. O espa�o das legendas levar� em conta o tamanho das bancadas dos partidos e o peso dos minist�rios em discuss�o.
Interlocutores do vice defendem nomes que, para a Fazenda, acalmem o mercado e tenham experi�ncia no servi�o p�blico e, para a Justi�a, reduzam eventuais interfer�ncias na Opera��o Lava-Jato. Para a Fazenda, os nomes cotados s�o os ex-presidentes do Banco Central Arminio Fraga e Henrique Meirelles e o ex-secret�rio de Pol�tica Econ�mica da Fazenda Marcos Lisboa. Murilo Portugal, mesmo com passagem pelo governo, � descartado pelo fato de presidir a Federa��o Brasileira dos Bancos.
Dos cotados, Fraga tem afirmado a pessoas pr�ximas que n�o quer assumir a fun��o, embora diga que possa colaborar com o governo com sugest�es. Por ora, segundo assessores diretos, Temer tem recebido sugest�es, mas n�o conversou com nenhum dos cotados e tampouco autorizou as sondagens com eles.
Para titular da Justi�a, os nomes avaliados s�o dos ex-presidentes do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Brito, o favorito, e Carlos Velloso - tamb�m ex-comandante da Corte e ligado a Temer. Nelson Jobim � descartado por ter defendido empreiteiras investigadas na Lava Jato.
Base
Interlocutores de Temer contabilizam que ele j� partiria de uma base m�nima na C�mara de 200 deputados, quando se conta legendas como PMDB, PSDB, DEM e outras m�dias e menores. Ser� preciso, dizem, aument�-la para eventualmente propor reformas como a previdenci�ria e tribut�ria.
"Uma das primeiras tarefas � criar um bloco parlamentar forte para enfrentar a instabilidade pol�tica com estabilidade pol�tica", defende o presidente em exerc�cio do PMDB, o senador Romero Juc� (RR), aliado de Temer. Se assumir, o peemedebista tamb�m vai procurar os presidentes da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para pedir apoio e discutir uma agenda m�nima de vota��es. "N�s vamos fazer um di�logo com o Congresso", disse um auxiliar direto do vice.