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Estado de Minas A HORA DA VERDADE

Vinte e quatro anos depois do afastamento de Collor, C�mara julga hoje impeachment de Dilma

Governo e PMDB fazem a �ltima ofensiva para conquistar votos de apoio


postado em 17/04/2016 06:00 / atualizado em 17/04/2016 08:06

Bras�lia -  Quase 24 anos depois do afastamento de Fernando Collor de Mello, a C�mara dos Deputados volta a julgar hoje um presidente da C�mara ao decidir pela abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Os dois lados cantam vit�ria. O governo diz ter os 172 votos necess�rios para barrar o impedimento, e a oposi��o e o PMDB garantem ter 342 votos contra a petista. Um dia antes da vota��o, marcada para as 14h de hoje, o Pal�cio do Planalto lan�ou m�o de nova ofensiva para tentar arregimentar mais votos. Como parte da estrat�gia, houve um corpo a corpo de governadores simp�ticos � presidente com parlamentares de seus estados. Essa articula��o contou com a participa��o de ao menos tr�s governadores: Fl�vio Dino (PCdoB), do Maranh�o; Ti�o Vianna (PT), do Acre; e Wellington dias (PT), do Piau�.

Paralelamente a isso, o vice-l�der do governo na C�mara, Silvio Costa (PTdoB), avisou que o governo vai continuar negociando cargos com parlamentares dispostos a apoiar o governo. Apenas ontem, foram nomeadas mais de 80 pessoas. Enquanto isso, o vice Michel Temer, que estava em S�o Paulo, voltou para Bras�lia para novas articula��es, diante dos rumores de que o governo estava revertendo votos. “O governo n�o vai parar de nomear. O governo est� repactuando a sua base de apoio [ap�s a sa�da do PMDB do governo]”, disse, em coletiva de imprensa. “Qual o problema de sair uma nomea��o no di�rio oficial?”, prosseguiu. “Voc� quer que s� o Michel Temer prometa minist�rios, Caixa, Banco do Brasil e o governo pare?”, questionou. Deputados do chamado Centr�o, grupo que inclui partidos como PSD, PR e PP, se mostraram c�ticos com rela��o � iniciativa. “Ao mesmo tempo que ganha cinco votos por press�o, perde outros cinco por raiva”, disse um deputado do grupo. J� os governistas comemoravam as iniciativas. “O impeachment ser� barrado, j� est� dado”, disse Silvio Costa.


NEM NEM 
O surgimento de um grupo de parlamentares oriundos da Rede, PSOL e dissidentes do PSB deram f�lego ao mote de “nem Dilma, nem Cunha”, pregando a absten��o na vota��o — o que, na pr�tica, favorece o governo. “A solu��o passa pela cassa��o da chapa pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Esse � o caminho mais adequado para o pa�s”, defendeu o deputado Aliel Machado (Rede-PR), que faz parte do grupo. Segundo esses parlamentares, existe a possibilidade de at� 20 deputados aderirem ao grupo.

Mesmo com vis�o cr�tica ao governo, avaliando que Dilma n�o ter� governabilidade caso ven�a o processo do impedimento, eles se posicionam de maneira contr�ria ao fortalecimento do presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha, que passaria a ser o segundo na linha de sucess�o presidencial num eventual governo Temer. Cunha � r�u em processo em que � acusado de receber R$ 5 milh�es em propinas.

Tamb�m parte do grupo, Ivan Valente (Psol-SP) recorreu aos n�veis altos de rejei��o ao vice, captados em pesquisas de opini�o, para dizer que o governo do peemedebista tamb�m sofreria com instabilidade, j� que movimentos sociais deveriam continuar protestando. “O afastamento de Dilma seria uma vit�ria da direita e fortaleceria o presidente da C�mara”, continuou.

O l�der do PSDB na C�mara, Ant�nio Imbassahy (PSDB-BA), criticou o movimento. “Quem encabe�a esse movimento est� a favor da Dilma, o resto � puro engodo”, afirmou. J� Silvio Costa disse que a articula��o n�o foi feita com a influ�ncia do governo, mas mostrou simpatia aos deputados. “Est�o todos contra o golpe”. O presidente da C�mara, Eduardo Cunha, obteve uma vit�ria ontem. O ministro do STF Celso de Mello negou pedido do deputado Jean Wyllys, para proibir o parlamentar de votar no processo.

JUC�
O presidente em exerc�cio do PMDB, senador Romero Juc� (RR), criticou no come�o da noite de ontem os deputados que cogitam faltar � vota��o do impeachment hoje. Nas �ltimas horas, o Pal�cio do Planalto operou uma estrat�gia para diminuir o qu�rum de vota��o. “Estamos muito tranquilos. Os partidos est�o firmes. N�o � uma vota��o individual, de cada parlamentar. Acho muito dif�cil qualquer parlamentar ter a condi��o de se esconder e n�o vir votar”, disse Juc�. “Os deputados que faltarem estar�o frustrando seus eleitores e suas fam�lias”, completou. Ao visitar Dilma no come�o da noite no Pal�cio da Alvorada, o ex-governador do Cear�, Cid Gomes (PDT) afirmou que ela acredita que poder� barrar o impeachment. “N�o tem nada decidido. Quem tiver cantando vit�ria antes do tempo errar�”, disse.

Vota��o ser� alternada

A ordem da vota��o, determinada pelo presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vai alternar estados do Norte e do Sul, partindo dos mais extremos at� o centro. Depois, a ordem ser� invertida. Dessa forma, os primeiros a votar ser�o os parlamentares de Roraima, seguidos pelos do Rio Grande do Sul. Na sequ�ncia vir�o os de Santa Catarina seguidos do Amap�. Depois do Par� e do Paran� e assim sucessivamente. Os parlamentares governistas desejavam que a vota��o ocorresse de um em um, ou seja, um deputado de Roraima vota, seguido por um do Rio Grande do Sul. Para a base aliada, a ordem de vota��o � importante porque poderia influenciar deputados indecisos de forma negativa ao governo. Nos estados do Sul, que t�m mais deputados, h� mais votos favor�veis ao impedimento.

Por causa disso, quando Cunha anunciou a ordem atual, foram impetrados uma a��o direta de inconstitucionalidade e dois mandados de seguran�a, movidos pelo PCdoB e pelos deputados Rubens Pereira (PCdoB-MA) e Weverton Rocha (PDT-MA), questionando o processo no STF (Supremo Tribunal Federal). O rito foi mantido pela corte em sess�o extraordin�ria ocorrida na quinta-feira, que se prolongou at� a madrugada. A ideia inicial do presidente da C�mara � que a vota��o tenha in�cio �s 15h. Uma sequ�ncia de ritos, no entanto, pode adiar essa etapa at� o in�cio da noite. Pela ordem definida, no in�cio da sess�o, o relator do parecer favor�vel ao impedimento de Dilma Rousseff, Jovair Arantes (PTB-GO), far� uma apresenta��o de 25 minutos sobre o relat�rio. Na sequ�ncia, os l�deres partid�rios poder�o fazer uso da palavra e indicar o voto ao partido.
 


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