Sess�es do impeachment invadem madrugada, batem recorde e produzem tumultos

As negocia��es de �ltima hora para tentar barrar ou aprovar a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) deram lugar aos bate bocas e aos tumultos entre deputados federais nas sess�es da C�mara reservadas aos discursos individuais e que avan�aram a madrugada desde domingo. A s�rie de nove sess�es consecutivas durou quase 43 horas, um recorde para hist�ria da C�mara, j� que foi iniciada �s 8h55 de sexta-feira e s� terminou �s 3h42 deste domingo, a pouco mais de 10 horas antes do in�cio de outra sess�o, para vota��o nominal do pedido.

Por volta das 22h30, ainda na oitava sess�o, o primeiro tumulto: o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) assumiu o microfone para falar no lugar de Helio Leite (DEM-PA), que estava inscrito, mas ausente do plen�rio. Ap�s protestos de parlamentares contr�rios ao impeachment, Beto Mansur (PRB-SP), que presidia a sess�o, cortou a fala de Fraga.

O parlamentar passou ent�o a gritar para deputados governistas. "Voc�s est�o com medo, s�o um bando de corruptos", disse, antes de ser rebatido por parlamentares do governo. "Aqui n�o ganha no grito. Sai da tribuna, golpista", rebateram parlamentares. Fraga desceu, foi a um dos microfones utilizado em apartes e sequer falou. Ap�s cr�ticas de Valdir Prascidelli (PT-SP), ele partiu para cima do petista com o dedo em riste e foi recebido da mesma maneira. Ambos foram separados e o clima se acalmou.

Mansur pediu, sem sucesso, "calma e respeito" aos parlamentares e lembrou que a sess�o estava sendo transmitida para todo o Pa�s. Na sess�o seguinte, logo ap�s o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deixar o plen�rio, os deputados Vitor Valim (PMDB-CE) e Sib� Machado (PT-AC) s� n�o brigaram por conta de outros parlamentares e de seguran�as, que os separaram.

Ap�s Valim discursar e fazer uma s�rie de ataques aos deputados governistas, Sib� pegou o colega pelo bra�o e disse: "voc� vai estar aqui embaixo quando eu falar? Vou lhe dar um pau. O que � isso, chamar de bandido e safado?", explicou o petista. Segundo Sib�, a resposta seria dada em seu discurso e n�o na forma de viol�ncia f�sica.

N�o foi o que imaginou Valim. Ele empurrou o petista e ainda sofreu a mesma rea��o de Weverton Rocha (PDT-MA), que defendeu Sib�. Segundo Valim, a rea��o aconteceu porque ele achou que seria agredido. "Isso � uma rea��o de bandido, t�pica deles", rebateu o deputado cearense. "Isso n�o d� (a Sib�) o salvo conduto pra ele vir e tocar nos meus peitos", emendou.

Os �nimos foram acalmados e a sess�o seguiu com novos discursos, j� presidida por Gilberto Nascimento (PSC-SP). Na tentativa de descontrair os parlamentares, Nascimento arriscou at� uma piada, ao chamar o deputado sergipano Jo�o Daniel (PT). "Agora vamos ao estado que n�o tem como voca��o ser autom�vel, mas ser jipe". Aparentemente, a brincadeira n�o surtiu o efeito esperado e Nascimento n�o fez mais piadas at� o final da sess�o.

Na sess�o de vota��o, prevista para come�ar �s 14 horas, o primeiro a falar ser� o relator do pedido, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), com 25 minutos de tempo. Em seguida, haver� o encaminhamento da vota��o pelas lideran�as partid�ria e, finalmente, a vota��o nominal e aberta.