A senadora Ana Am�lia (PP-RS) �, hoje, o nome mais cotado para presidir a Comiss�o Especial que avaliar� o caso. Ela j� se declarou a favor do impeachment. Ministros do "n�cleo duro" do Planalto calculam que o governo tem, hoje, 28 dos 81 votos no plen�rio.
No levantamento, o PSDB � o partido com a maior quantidade de senadores favor�veis ao afastamento da petista, com 11 nomes. J� no PMDB, do vice-presidente Michel Temer, nove se declararam a favor do processo, tr�s contra, tr�s se disseram indecisos e tr�s n�o quiseram se manifestar. Na Casa, o PT � o �nico partido no
qual todos os parlamentares s�o contr�rios ao afastamento da petista.
A partir da aprova��o da abertura de processo pela C�mara, as aten��es dos movimentos pr�-impeachment se voltam para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). "Agora a press�o � total em cima de Renan", disse neste domingo um dos coordenadores nacionais do Movimento Brasil Livre, Renan Santos.
A inten��o � fazer com que o peemedebista conduza o processo com celeridade, para que a vota��o na Casa ocorra at� dia 11 de maio.
"Biografia"
No s�bado, Renan disse a oposicionistas que n�o iria "manchar" sua biografia ao ser questionado se aceleraria o processo de impedimento de Dilma na Casa.
A mesma frase foi dita naquela noite por ele em conversa na resid�ncia oficial com senadores do PT e aliados de Dilma.
Com a aprova��o do pedido na C�mara, Renan passa a ser o "�rbitro" do impeachment, tendo poderes para ditar o ritmo do processo que op�e os dois principais personagens da crise: o vice-presidente Michel Temer e Dilma - que demitiu do governo todos os indicados pelo peemedebista.
Os l�deres de oposi��o na C�mara temem que os governistas e o PT tentem "tumultuar" o processo nos 180 dias de dura��o m�xima do afastamento de Dilma. "V�o tentar desestabilizar o come�o do governo Michel Temer e provavelmente dificultar�o a aprova��o de projetos. Michel Temer ter� que mostrar habilidade para dar respostas r�pidas e se firmar, caso contr�rio o cen�rio pode virar no Senado nos pr�ximos seis meses", diz o deputado Silvio Torres (PSDB-SP), secret�rio-geral do partido.
J� o tamb�m deputado Ivan Valente (PSOL-SP), que votou contra o impeachment na C�mara, n�o acredita em uma revers�o do resultado do processo no Senado. Os senadores ter�o de decidir se instauram o processo de impeachment e afastam a presidente Dilma do cargo. "Eu acho que n�o � poss�vel reverter no Senado porque os partidos reclamaram quest�o", disse o parlamentar do PSOL.
Valente lembrou que l�deres do PMDB est�o envolvidos em investiga��es da Lava Jato, e avalia que Temer n�o teria respaldo da sociedade, de acordo com pesquisas de opini�o. "Ele, Temer, tamb�m � rejeitado. Vamos viver o momento do impasse e o PSOL se declara em oposi��o a esse conluio que foi feito para esse atalho de chegada ao poder", disse Valente.
Desolado
No domingo, desolado em um canto do plen�rio, o l�der do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), admitiu a dificuldade do governo. "N�o � f�cil reverter, neste momento. O que deu errado j� vem dando h� muito tempo. Vamos baixar a poeira e pensar no que fazer", lamentava o parlamentar.
J� o l�der do governo na C�mara, Jos� Guimar�es (PT-CE), disse que o governo sofreu uma "derrota moment�nea", mas que "a luta est� apenas come�ando". "A derrota � moment�nea, as ruas est�o conosco e temos condi��es de virar o jogo no Senado. Essa � uma agress�o � legalidade democr�tica", disse Guimar�es.
Ainda segundo o l�der, come�ar� hoje uma "guerra prolongada". O deputado petista descartou durante a entrevista que o governo v� adotar a tese de convocar elei��es gerais.
Ainda na noite de domingo, diante da derrota na C�mara, parlamentares do governo foram chamados ao Planalto para tentar unificar o discurso de que a derrota � moment�nea e que o governo continuar� lutando para derrotar o impeachment no Senado.