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Estado de Minas

Prefeito elogiado pela esposa em voto a favor do impeachment � preso menos de 24 horas depois

Chefe do Executivo, Ruy Muniz (PSB) � detido pela PF por fraude na sa�de logo depois de a mulher, deputada Raquel Muniz (PSD), que votou pelo impeachment da presidente Dilma, cit�-lo como exemplo para o pa�s


postado em 19/04/2016 00:12 / atualizado em 19/04/2016 07:38

O prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz (PSB), foi preso preventivamente pela Pol�cia Federal, na manh� de ontem. De acordo com a PF, ele � suspeito, com a secret�ria municipal de Sa�de, Ana Paula Nascimento, tamb�m detida, por fraudes na sa�de, com o objetivo de prejudicar o funcionamento de hospitais p�blicos da cidade e favorecer o Hospital das Cl�nicas M�rio Ribeiro, que pertence � Soebras, grupo educacional fundado por Muniz. A pris�o do prefeito, que continua no cargo, aconteceu em Bras�lia, horas depois de a mulher dele, a deputada Raquel Muniz (PSD), ter votado a favor da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e citado o marido como exemplo. “O meu voto � pra mostrar que o Brasil tem jeito e o prefeito de Montes Claros tem mostrado isso para todos n�s com sua gest�o”, disse Raquel, que, na sequ�ncia, repetiu “sim, sim, sim”, articulando os bra�os. O v�deo do voto dela teve grande n�mero de visualiza��es nas redes sociais.

Em entrevista coletiva na tarde de ontem,  o delegado Marcelo Freitas, chefe da Delegacia da PF em Montes Claros, disse que foi uma coincid�ncia o fato de a pris�o ter ocorrido um dia depois da vota��o na C�mara. “N�o tem nada a ver uma coisa com a outra”, disse. Ele justificou que a opera��o, denominada “M�scara da Sanidade II – Sabotadores da sa�de”, autorizada pelo Tribunal de Justi�a Federal da 1ª Regi�o (TRF-1), de Bras�lia, estava programada para a pr�xima semana, mas o tribunal, “por um pequeno lapso”, divulgou em seu site na �ltima sexta-feira os pedidos de pris�o preventiva. Com o vazamento, a PF teve agilizar os trabalhos, alegou o delegado.

Segundo a PF, as investiga��es conclu�ram que o prefeito e a secret�ria, “direta e indiretamente, valendo-se de meios fraudulentos, tentaram destruir e/ou inviabilizar a exist�ncia e o funcionamento” dos hospitais credenciados pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS) na cidade – Santa Casa, Aroldo Tourinho, Dilson Godinho e Universit�rio Clemente de Faria – para favorecer o Hospital M�rio Ribeiro, do grupo Soebras”.

O delegado afirmou que a pris�o preventiva foi solicitada para “garantir a ordem p�blica”. “Pois, as investiga��es apontam o uso da estrutura do poder p�blico para atender a interesses privados”, lembrou  Freitas. Ele informou tamb�m que Muniz, por ter curso superior, vai ficar em cela especial, separada dos demais detentos, no Pres�dio Regional de Montes Claros.

A PF revelou que, em outubro de 2015, o prefeito e a secret�ria fizeram a retirada de cerca de 26 mil consultas especializadas e 11 mil exames dos hospitais, “deixando de prestar os correspondentes servi�os pela rede municipal, causando graves problemas � popula��o”.O delegado da PF Alexandre Le�o, do combate ao Crime Organizado em Minas, acrescentou que uma auditoria do Sistema Datasus, apontou que o prefeito reteve R$ 16 milh�es dos hospitais p�blicos com o intuito de favorecer o hospital da Soebras. Ele afirmou que, mesmo sem o Hospital M�rio Ribeiro n�o sendo vinculado ao SUS,  j� recebeu R$ 1 milh�o de recursos p�blicos, o que � considerado irregular.

IMPASSE A queda de bra�o entre Muniz e os hospitais da cidade foi iniciada na �poca da posse dele na prefeitura, em janeiro de 2013. O argumento do prefeito � que os hospitais n�o vinham cumprindo as metas do SUS, n�o executando os procedimentos e exames pactuados. Por isso, n�o recebiam os valores integrais. Diante do impasse, em agosto de 2015, o governo do estado assumiu a gest�o plena da sa�de no munic�pio, passando a cuidar dos repasses �s institui��es de sa�de. A Pol�cia Federal diz, por�m, que, mesmo com a perda da gest�o, o prefeito seguiu “denegrindo” os hospitais p�blicos com “intensa campanha difamat�ria”.

‘ERRO’ Em nota, a Prefeitura de Montes Claros informou que Ruy Muniz permanece em pleno exerc�cio do cargo e que todos os �rg�os da gest�o continuam funcionando normalmente. “A administra��o tem plena convic��o de que a decis�o absurda ser� revertida com a maior brevidade poss�vel, por entender que a Justi�a Federal foi induzida ao erro ao receber informa��es que n�o se harmonizam com a verdade”, diz a nota. O texto lembra ainda que o prefeito “cobrou profundas mudan�as no sistema de sa�de de Montes Claros, contrariando grandes interesses, o que provocou uma persegui��o pol�tica contra ele e contra a secret�ria de Sa�de”.

Ouvido ontem � tarde, o secret�rio municipal de Governo e Articula��o, Farley Menezes, disse que n�o procede a acusa��o de que houve esquema fraudulento para credenciar o hospital da Soebras e favorecer a institui��o com R$ 1 milh�o. “Foi feito um credenciamento, mediante chamada publica, � qual todos os hospitais podem apresentar propostas. � um sistema legal. O Hospital M�rio Ribeiro foi credenciado dessa forma e recebe R$ 40 mil para prestar outros servi�os n�o oferecidos por outros hospitais da cidade.”


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