
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa afirmou ter d�vidas sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff em curso no Congresso e defendeu que a popula��o seja consultada em caso de novas elei��es. A manifesta��o ocorreu na noite da �ltima sexta-feira, 22, durante um simp�sio em Florian�polis.
Para Barbosa, as acusa��es contra a presidente (pedaladas fiscais) s�o fracas e colocam a Na��o diante de um grave problema de "proporcionalidade". "Essa alega��o, a meu ver, � fraca, � ela que provoca esse desconforto, porque descumprimento de regra or�ament�ria � a regra de todos os governos do Brasil. N�o � por outra raz�o que todos os Estados brasileiros est�o virtualmente quebrados, voc�s perceberam as dificuldades? H�, nesse fundamento, um problema s�rio de proporcionalidade, eu n�o estou dizendo que a presidente n�o descumpriu essas regras da lei or�ament�ria, da lei de responsabilidade fiscal, o que estou querendo dizer que � desproporcional, � brutal, � uma anormalidade voc� tirar um presidente da Rep�blica sob este fundamento num pa�s como o nosso."
Barbosa condenou a rela��o entre os Poderes no Brasil e disse que a presidente Dilma Rousseff fez escolhas erradas e acabou "engolida." Na opini�o do ex-presidente do STF, a petista n�o "soube usar a extraordin�ria for�a do cargo que ela exerce para combater algo que vem gangrenando as institui��es do Pa�s, que � a corrup��o".
'Bizarro'
O ex-ministro classificou a vota��o do processo de impeachment na C�mara dos Deputados como "espet�culo, no m�nimo, bizarro" e prop�s que Dilma renuncie ao cargo e condicione a sua sa�da � aprova��o de uma grande reforma pol�tica no Pa�s.
"Por exemplo, acabar de vez com o financiamento de empresas, instituir o voto distrital, acabar com essa esb�rnia de partidos, essa coisa rid�cula de o Pa�s ter 35 partidos pol�ticos, e outras dessa natureza", defendeu.
Barbosa comparou Dilma com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama: "Atualmente o presidente Barack Obama governa o pa�s em minoria, sem ter maioria nem na C�mara nem no Senado. Barack Obama � um presidente que tem contra si um Congresso que nutre um verdadeiro �dio contra ele, um �dio que em grande parte evidentemente decorre do fato dele ser o primeiro presidente negro do pa�s, mas nem por isso tenta amolecer o congresso, comprar a simpatia, entregando nacos da sua administra��o", declarou.
O ex-ministro afirmou que o impeachment � um processo naturalmente pol�tico. "Nos EUA n�o se examina absolutamente nada. E aqui, por decis�o do Supremo no primeiro impeachment que teve curso, o de Fernando Collor, ficou decido que se analisaria a legalidade externa, os ritos, a formalidade. H� um pouco de m�-f� quando se diz que o Supremo est� referendando o processo de impeachment. Isso n�o � verdade."