Bras�lia - O vice-presidente Michel Temer (PMDB) fechou seu foco de an�lise de nomes cotados para o Minist�rio da Fazenda, caso venha a assumir a Presid�ncia. O peemedebista est� entre o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, que ocupou o cargo nos oito anos de governo Luiz In�cio Lula da Silva, e o senador Jos� Serra (PSDB-SP), que foi ministro do Planejamento e da Sa�de na gest�o Fernando Henrique Cardoso.
Nesta segunda-feira, 25, em entrevista no Senado, o tucano negou ter sido sondado ou convidado para assumir a Fazenda de um eventual governo Temer, informa��o antecipada � tarde pela jornalista Sonia Racy, na vers�o online da coluna Direto da Fonte. "Tenho conversado com o vice-presidente sempre, mas n�o tratamos desse assunto. N�o tenho na cabe�a hist�ria de minist�rio", disse Serra.
Segundo apurou a reportagem, Temer gostaria de ter o apoio institucional do PSDB para que Serra assumisse a Fazenda. Com isso, teria certeza do engajamento total dos tucanos em sua gest�o. Caso isso n�o aconte�a, Serra poderia assumir uma pasta na cota pessoal de Temer, como uma nova pasta da Infraestrutura, Educa��o ou Sa�de.
Pautas
O vice se encontrou com Meirelles no s�bado, 23, no Pal�cio do Jaburu. Na noite de domingo, se reuniu com Serra no mesmo local. Temer n�o fez convites formais aos interlocutores, o que s� deve ocorrer ap�s a an�lise do impeachment pelo Senado. Na conversa com Serra, os dois falaram de economia, da dificuldade financeira dos Estados e de meta fiscal.
Serra alertou Temer de que uma das primeiras provid�ncias que ter� de enfrentar no Congresso, se assumir a Presid�ncia, � aprovar a proposta de revis�o da meta fiscal de 2016 at� o fim de maio, sob pena de paralisar a m�quina p�blica federal. O tucano tem defendido a vota��o dessa proposta o quanto antes pelos parlamentares, por considerar o assunto como relevante no curto prazo.
Outro receio de Serra externado ao vice � com o potencial preju�zo bilion�rio para os cofres p�blicos federais, caso o Supremo Tribunal Federal altere a f�rmula de composi��o dos juros das d�vidas dos Estados com a Uni�o, alterando-os de compostos para simples. O plen�rio do STF julgar� o assunto amanh�.
No jantar, Serra disse a Temer que n�o � majorit�ria no PSDB a posi��o segundo a qual tucanos que participarem do governo do peemedebista ter�o de se licenciar do partido.
Vis�es
Meirelles e Serra t�m vis�es diferentes da economia - no ano passado, o tucano chegou a classificar o ex-presidente do BC como o "pior" da hist�ria. No entanto, Meirelles goza de respeito entre analistas de mercado, dada a longa carreira no setor banc�rio e at� por certo "traquejo pol�tico". O ex-presidente do BC foi eleito deputado em 2002 pelo PSDB goiano, mas abdicou do cargo e da filia��o tucana para assumir o BC com Lula, al�m de ter passagens por PMDB e PSD. No quesito pol�tico, Serra leva vantagem, mas o perfil centralizador e mais "intervencionista" desperta certa desconfian�a entre os analistas.
Economistas apontam como trunfos de Meirelles um "refor�o na confian�a dos investidores internacionais", um dos pontos que mais fragilizaram a presidente Dilma Rousseff. Entretanto, uma lacuna considerada relevante para um futuro ministro da Fazenda no curr�culo de Meirelles, como lembra um economista, � a falta de experi�ncia na gest�o da pol�tica fiscal - provavelmente o maior desafio macroecon�mico de uma eventual gest�o Temer.