
Em pouco mais de 30 minutos de discurso, Dilma repetiu que "h� um golpe em curso no Pa�s", afirmando mais uma vez que n�o cometeu crime de responsabilidade. "Sou acusada de algo que � praticado no Pa�s desde 1994. At� 2013 n�o era crime. Em 2014 virou crime e 2015 virou crime", disse.
Sem citar nomes, a presidente afirmou que "o mais estranho � que quem me julga � corrupto". "N�o acharam nenhum outro motivo, como aqueles que me acusam praticaram, como crimes de corrup��o. O mais estranho � que quem me julga � corrupto. Essa pessoa, que � o presidente da C�mara, todo mundo sabe que tem conta no exterior, que tem diversos processos na Justi�a", disse. Neste momento, a milit�ncia passou a gritar "Fora Cunha" e "ai ai ai ai, empurra o Cunha que ele cai".
A presidente repetiu ainda que o "golpe" em curso � uma "tentativa de elei��o indireta" feita por quem n�o tem voto. Em uma refer�ncia indireta ao vice Michel Temer, a presidente afirmou que "se eles querem chegar ao poder, e n�o tem crime, s� tem um caminho: disputem elei��es e digam para o povo o que querem".
Em outra refer�ncia indireta a Temer, a presidente disse que "querem sentar na minha cadeira sem voto". Ela afirmou que um governo que n�o foi eleito diretamente pelo povo n�o teria responsabilidade com as demandas da popula��o. "Claro que isso � muito confort�vel. Voc� n�o tem que prestar contas com o povo brasileiro, n�o tem que dizer o que v�o fazer", disse.
Foi neste momento que a presidente fez refer�ncia �s diretrizes apresentadas pelo PMDB. Ela afirmou que "revisitar programas sociais � diminuir a quantidade de dinheiro que o governo federal coloca nos programas". "� aumentar muito o valor da presta��o ou diminuir o n�mero de unidades. Isso � revisitar. Querem desvincular os valores para Sa�de e Educa��o", disse ela para uma plateia formada por benefici�rios do programa Minha Casa Minha Vida.
Na cerim�nia que marcou a entrega de 5.293 unidades em cinco cidades, a presidente citou o nome de cada um dos 24 deputados eleitos pela Bahia que votaram contra a admissibilidade do processo de impeachment na C�mara. "Foi o maior n�mero de votos por federa��o", disse. "O Brasil me deu 54 milh�es de votos e tenho certeza que a Bahia foi respons�vel por boa parte deles".
No discurso que precedeu o da presidente, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), manteve o tom duro contra o processo de impeachment em curso. O petista chamou de "traidores" os deputados baianos que votaram pelo impeachment. Em um recado ao vice-presidente Michel Temer, Costa citou o vice-governador, Jo�o Le�o (PR), disse que ele "� um amigo de verdade", "tem car�ter e n�o apunhala pelas costas". Segundo ele, o sentimento � de revolta e indigna��o porque o povo votou na presidente e oi resultado da elei��o tem que ser respeitado.