Confirmado como relator do impeachment no Senado, o tucano Antonio Anastasia (MG) disse que vai conduzir o processo com "serenidade" e negou qualquer possibilidade de adiantar o seu parecer, antecipando a vota��o do afastamento da presidente Dilma Rousseff.
"O plano de trabalho foi concebido exatamente para permitir que houvesse, de maneira muito salutar, a fala tanto daqueles que acusam quanto daqueles que defendem. O prazo foi determinado pelo presidente e vai se concluir na pr�xima sexta-feira, 6, com a vota��o do parecer", confirmou o senador.
Ele argumentou que, no rito determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o Senado ganhou mais responsabilidades na condu��o do processo de impeachment, inclusive, abrindo espa�o para a defesa j� na primeira fase de tramita��o na comiss�o. Ser� garantida tamb�m a fala dos denunciantes, que fizeram o pedido de impeachment.
O senador tucano aproveitou para esclarecer que a presidente Dilma poder� apresentar sua defesa antes e depois do parecer. "O meu relat�rio n�o � um parecer que vincula, ele n�o obriga a nada, ele vai ser colocado e os senadores v�o discuti-lo. E � bom ouvir a defesa, novamente, ap�s a apresenta��o do relat�rio, com considera��es novas que venham a trazer", defendeu.
Anastasia minimizou as cr�ticas dos senadores governistas, que gastaram a maior parte da reuni�o tentando impedi-lo de assumir a relatoria do processo argumentando que lhe faltava isen��o. "Eles v�o perceber, no curso do trabalho, exatamente esta minha serenidade e o senso de responsabilidade que tenho no exerc�cio de todas as fun��es decorrentes do meu mandato de senador, inclusive como relator desse processo", disse.
Com a decis�o de Anastasia de n�o adiantar o relat�rio, � pouco prov�vel que haja novas modifica��es no calend�rio de vota��o da instaura��o do impeachment. N�o ficou confirmada, entretanto, a data de vota��o do parecer do relator em plen�rio, decis�o que cabe ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).